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Martin Österdahl: "Sem receitas comerciais será difícil a Eurovisão sobreviver no futuro"


O supervisor executivo do Festival Eurovisão da Canção, Martin Österdahl, discutiu os desafios financeiros enfrentados pelo concurso.


Numa entrevista ao Dagens Industri, o supervisor executivo do Festival Eurovisão da Canção, Martin Österdahl falou sobre os desafios enfrentados pelo concurso. Nos últimos anos, os custos associados ao concurso aumentaram consideravelmente com a inflação, aliados à saída da Rússia e da Bielorrússia e outros factores. 

Österdahl afirmou que “sem receitas comerciais, penso que será difícil para o Festival Eurovisão da Canção sobreviver no futuro. O concurso era financiado todos os anos pela taxa de participação, mas a produção cresceu tanto e ficou tão mais cara que hoje a taxa representa uma parte muito pequena do orçamento exigido”. 

Atualmente, existem seis empresas que mantêm acordos de patrocínio plurianuais com a Eurovisão, que ajudam a financiar o evento. O desafio de equilibrar a disponibilidade financeira das emissoras públicas e os interesses comerciais, é delicado pois há que garantir que o Festival Eurovisão da Canção mantém a sua independência. "Somos extremamente rigorosos quanto a que os interesses comerciais nunca controlem o conteúdo das transmissões – essa é uma das coisas pelas quais sou responsável. Mas quando se trabalha com serviço público, é igualmente importante usar o dinheiro da melhor maneira. Se tu tens as joias da coroa, como a Eurovisão ou o Melodifestivalen, é muito fácil criticr se estiveres a desperdiçar dinheiro do serviço público e não a usar o potencial comercial que traz", explicou Martin Österdahl.

Esta entrevista surge meses depois do chefe da delegação irlandesa ter revelado à Éirevision que o concurso está sob pressão financeira. Michael Kealy afirmou que o aumento na taxa de participação foi resultado da EBU/UER dizer que o concurso não é atualmente “financeiramente sustentável. Atualmente, a RTÉ gasta um terço do seu orçamento para a competição na taxa de participação que é paga à União Europeia de Radiodifusão. Em 2023, este custo foi de 105.099 euros, acima dos 92.588 euros do concurso de 2022.

Antes do concurso de 2023, em Liverpool, Bulgária, Montenegro e Macedónia do Norte desistiram do concurso alegando o custo da participação num momento de dificuldades financeiras. A Roménia também optou por se retirar do concurso de 2024 devido às dificuldades financeiras que afetam a emissora.

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Fonte: Eurovoix / Imagem: Google
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