Theodor Andrei criticou a postura da delegação da Roménia no Festival Eurovisão 2023, revelando episódios de conflito entre si e a delegação da TVR sobre a versão final do tema, o videoclip, a atuação e os ensaios stand-in.
Depois da participação no Festival Eurovisão 2023, que culminou com o seu afastamento na semifinal 2 do concurso sem qualquer pontuação, Theodor Andrei, representante da Roménia, deu a sua primeira entrevista após o regresso de Liverpool. Com inúmeros rumores sobre a participação no evento a serem difundidos nas semanas eurovisivas, tal como um suposto abandono do artista pela delegação, a entrevista de Theodor Andrei ao The Watcher no Youtube começou com um pequeno reparo: Theodor Andrei está proibido contratualmente de dizer qualquer facto difamatório sobre a TVR durante 6 meses.
Questionado sobre o evento internacional, o jovem cantor de 18 anos frisou que já havia tentado participar em edições anteriores com temas propositadamente feitos para o certame, ao contrário de "D.G.T. (On and Off)" que não havido sido feito a pensar no evento. Contudo, "o sonho tornou-se em pesadelo" rapidamente, com o cantor a revelar que o orçamento para a final nacional era de 80 euros e deixando duras críticas à TVR sobre a produção do programa, onde alegou que a conexação do som do estúdio foi feita por um cabo USB.
Além de frisar que sofreu bullying depois da vitória, Theodor Andrei garante que "a maioria das decisões da atuação não foram minhas", com a TVR a tomar a maioria das decisões, levando-o a garantir que "apenas fui parcialmente apoiado" e a sentir-se "desapontado por ter desapontado o país ao ficar de fora da Final". Sobre a atuação de Liverpool, garante que tinha "uma visão completamente diferente para a atuação" com a intenção de "subir ao palco com um casaco de uma só cor e acompanhado por duas bailarinas que colocariam tinta printa no casaco (...) queria também ter incluído língua gestual". No entanto, a TVR rejeitou todos os planos, justificando que não poderia usar tinta na atuação, visto que poderia manchar o palco, propondo então "um coração gigante em palco e os dançarinos a destruirem-no durante a prestação", algo que também foi rejeitado pela TVR.
Admitindo preferir "a versão original do tema à versão acústica", Theodor Andrei revelou que a TVR realizou uma reunião para decidir a versão que levariam a Liverpool e o cantor não foi convocado... mas sim a sua mãe. "Disseram que eu estava muito fixado nas minhas próprias ideias" revelou, com a TVR a decidir, em primeiro instância, levar a versão acústica, algo que apenas foi mudado numa reunião posterior, "A muito custo consegui que fosse 50/50 (...) Não queria estar três minutos sentado a cantar e a fazer de conta que tocava guitarra". Neste momento, o cantor deixou de ser ouvido pela TVR, "Quando me queixava, diziam para me focar em cantar", revelando também que a emissora queria que a guitarra usada na atuação tivesse a forma de uma mão, com o cantor a descrever o instrumento como "feíssima".
A acusar a saturação das constantes divergências, o cantor admite ter-se "fartado e foquei-me apenas em treinar uma boa interpretação", alegando que "não poderia fazer mais nada porque tinha assinado um contrato". Ainda assim, a TVR terá dito ao artista que "um miúdo de 18 anos não lhe podia dizer o que fazer".
A gravação do videoclip da proposta foi outro dos pontos de maior discórdia, com Andrei Theodor a revelar que fez o pedido à TVR mas que o mesmo foi recusado, acusando a TVR de mentir sobre os 400 mil euros gastos na participação e alegando que o dinheiro foi usado noutros formatos. "Não voltaria a participar com esta equipa" frisou, garantido que gravou o videoclip, custeando todas as despesas, sem informar a TVR porque previa que "podia ser proibido de o divulgar". Contudo, recuou na decisão e informou a TVR antes do lançamento, com a emissora a recusar a publicação porque tinha "sangue, correntes e o casaco usado não era adequado". O jovem artista diz que "discutiu com os responsáveis e foi-lhe desligada a chamada na cara", com a sua mãe a ser ameaçada pela TVR com um processo em tribunal.
Nas vésperas de rumar a Liverpool, a delegação romena recebeu o ensaio stand-in, com o cantor a descrevê-lo como "horrível horrível e ainda pior que a atuação final". Ainda que tenham sido feitas algumas alterações no mesmo, Theodor Andrei alega também que "não tive acesso direto à gravação", tendo sido enviado uma "gravação com um telemóvel a partir do ecrã do computador", visto que o link que lhe havia sido enviado já estava espirado há vários dias.
Aceda, de seguida, à entrevista na íntegra:
Theodor Andrei representou a Roménia no Festival Eurovisão 2023 com "D. G. T. (Off and On)", tema que ficou em 15.º lugar na segunda semifinal do certame sem qualquer pontuação, sendo a pior classificação do país no concurso.
Fonte: Watcher / Imagem: ESCPORTUGAL / Vídeo: Eurovision.tv
Isso explica muita coisa...
ResponderEliminarJá a mãe dele, que se vê aqui nesta foto, não parece nada zangada.
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