Em Dia de Finados, o ESCPORTUGAL convida-o a recordar a vida e a carreira de todos os vencedores do Festival Eurovisão e do Festival da Canção já falecidos!
Designado também como Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia dos Mortos, o Dia de Finados é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de novembro. A origem do dia remonta ao século X, sendo que diversos Papas no século XI instauraram a obrigatoriedade da comunidade em dedicar um dia aos mortos: contudo, apenas no século XIII este dia anual passa a ser comemorado a 2 de novembro, dia seguinte à Festa de Todos os Santos.
O ESCPORTUGAL juntou-se à celebração deste dia e convida-o a recordar a vida e a carreira de todos os vencedores do Festival Eurovisão e do Festival da Canção que já não se encontram (fisicamente) entre nós:
Vencedores do Festival Eurovisão:
Lys Assia (3 de março de 1924 - 24 de março de 2018)
Rosa Mina Schärer, conhecida pelo nome artístico de Lys Assia, entrou para a história do Festival Eurovisão ao ser a primeira vencedora do evento em 1956, com "Refrain". Voltou a representar a Suíça em 1957 (8.º) e 1958 (2.º), tendo estado, mais recentemente, na corrida para regressar ao concurso em 2011 (8.ª na final nacional da Suíça) e em 2012 (semifinal online). A cantora faleceu a 24 de março de 2018, aos 94 anos de idade.
Corry Brokken (3 de dezembro de 1932 - 31 de dezembro de 2016)
Vencedora do Festival Eurovisão de 1957 com "Net als toen", a cantora Corry Brokken (nascida Cornelia Maria Brokken) entrou para a história do certame por ser a única intérprete a ganhar e a ficar em último lugar: depois da participação em 1956 e da vitória em 1957, Corry Brokken dividiu o último lugar (9.º) com o Luxemburgo na edição de 1958. Em 1976, Corry Brokken apresentou o Festival Eurovisão em Haia, tendo sido a porta-voz holandesa na edição de 1997. Faleceu a 30 de maio de 2016 aos 83 anos de idade.
André Claveau (17 de dezembro de 1911 - 4 de julho de 2003)
Conhecido cantor francês na década de 1940 a 1960, André Claveau conquistou a primeira vitória de França no Festival Eurovisão, em 1958, em defesa de "Dors, mon amour". Com 46 anos e 76 dias de idade, o cantor foi o mais velho vencedor do evento até 1990, tendo sido o primeiro (e único) vencedor a triunfar com mais de 40 anos de idade até à vitória de Toto Cotugno. Faleceu a 4 de julho de 2003 aos 91 anos de idade.
Teddy Scholten (11 de maio de 1926 - 8 de abril de 2010)
Dorothea Margaretha van Zwieteren foi, em 1950, uma das primeiras artistas holandesas a atuar nos Estados Unidos da América, por convite da Coca-Cola. Anos depois, em 1959, conquista, com "n'Beetje", a segunda vitória da Holanda no Festival Eurovisão. Apresentadora das finais nacionais de 1965 e 1966, Teddy Scholten trabalhou, no seu resto da sua carreira, ao lado de Henk Scholten, seu marido. Faleceu a 8 de abril de 2010 aos 83 anos de idade.
Jean-Claude Pascal (24 de outubro de 1927 - 5 de maio de 1992)
Comediante e cantor francês, Jean-Claude Pascal, combatente na Segunda Guerra Mundial, venceu o Festival Eurovisão de 1961 pelo Luxemburgo com o tema "Nous les Amoureux". Em 1981, regressou ao concurso, novamente pelo Luxemburgo, em defesa de "C'est peut-être pas l'Amérique", terminando em 11.º lugar. Faleceu a 5 de maio de 1992 aos 64 anos de idade, vítima de cancro no estômago.
Grethe Ingmann (17 de junho de 1938 - 18 de agosto de 1990) & Jørgen Ingmann (26 de abril de 1925 - 21 de março de 2015)
O casal Grethe Ingmann (cantora) e Jørgen Ingmann (guitarrista), casados em 1956, entrou para a história do Festival Eurovisão ao ser o primeiro duo a triunfar no concurso, em 1963, com "Dansevise". A dupla continuou a trabalhar junta até 1975, ano em que se divorciaram, tendo Grethe tentado, sem sucesso, voltar a representar a Dinamarca no Festival Eurovisão. A cantora faleceu a 18 de agosto de 1990, aos 52 anos de idade, vítima de cancro, enquanto que o guitarrista faleceu a 21 de março de 2015, aos 89 anos de idade.
France Gall (9 de outubro de 1947 - 7 de janeiro de 2018)
Vencedora do Festival Eurovisão de 1965 com "Poupée de cire, poupée de son", pelo Luxemburgo, a cantora France Gall tornou-se um dos maiores nomes da música francesa yé-yé nas décadas de 60 e 70, tendo colaborado, entre 1973 e 1992, com o cantor e compositor Michel Berger. Depois de sobreviver a um cancro da mama, em 1993, e da depressão devido ao falecimento da filha, em 1997, a cantora France Gall faleceu a 7 de janeiro de 2018, vítima de uma infecção, após dois anos de luta contra o cancro.
Udo Jürgens (30 de setembro de 1934 - 21 de dezembro de 2014)
Compositor e cantor austríaco-suíço, Udo Jürgens ganhou o Festival Eurovisão de 1966, pela Áustria, com o tema "Merci, Chérie", depois das participações em 1964 (6.º) e 1965 (3.º). Com uma carreira com mais de 50 anos, Udo Jürgens compôs cerca de 1000 canções e vendeu mais de 100 milhões de discos, tendo sido um dos artistas mais reconhecidos na Alemanha, Áustria e Suíça. Depois do triunfo de Conchita Wurst em 2014, Udo Jürgens manifestou, junto da ORF, o interesse de atuar no intervalo da edição de 2015, o que acabou por não acontecer: o cantor faleceu a 21 de dezembro de 2014, aos 80 anos de idade, vítima de insuficiência cardíaca.
Frida Boccara (29 de outubro de 1940 - 1 de agosto de 1996)
Nascida no então Protetorado Francês de Marrocos, Frida Boccara, cantora, produtora e ativista humanitária francesa de origem judaico-italiana, foi uma das quatro vencedoras do Festival Eurovisão de 1969 com "Un jour, un enfant". Fluente em várias línguas, entre elas o português, Frida filiou-se com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, apresentando-se em eventos em cerca de 85 países. Faleceu a 1 de agosto de 1996, vítima de uma infeção pulmonar, aos 55 anos de idade.
Vencedores do Festival da Canção:
Madalena Iglésias (24 de outubro de 1939 - 16 de janeiro de 2018)
Importante nome do música nacional ligeira da década de 1960, Madalena Iglésias foi uma presença constante nas primeiras edições do Festival da Canção, participando em 1964, 1965, 1966 e 1969. Venceu em 1965 com "Ele e Ela", alcançando o 13.º lugar no Festival Eurovisão. Casou-se em 1972, abandonou a carreira artística e foi viver para a Venezuela. Faleceu a 16 de janeiro de 2018, aos 78 anos de idade em Barcelona.
Eduardo Nascimento (26 de junho de 1943 - 22 de novembro de 2019)
Nascido em Angola, em 1943, o cantor Eduardo Nascimento foi o vocalista do grupo Os Rocks. Em 1967 entra no Festival da Canção com duas canções: "Um homem só" fica em 5.º lugar na semifinal e "O Vento Mudou" vence o concurso, com Eduardo Nascimento a tornar-se o primeiro negro a participar no Festival Eurovisão, onde terminou em 12.º lugar. Posteriormente, Eduardo Nascimento afasta-se da carreira artística e retoma o trabalho na TAP. Faleceu a 22 de novembro, aos 76 anos, vítima de doença prolongada.
Sérgio Borges (18 de outubro de 1943 — 17 de dezembro de 2011)
Fundador do Conjunto Académico João Paulo, um dos grupos que mais se destacaram em Portugal na década de 1960, Sérgio Borges participou pela primeira vez no Festival da Canção em 1966, terminando em 2.º lugar. Em 1970, conquista a vitória no certame com "Onde Vais Rio que Eu Canto", mas não representa Portugal no Festival Eurovisão, devido ao protesto da RTP contra o sistema de votação. Sérgio voltaria a participar no Festival da Canção de 1986 com "Quebrar a Distância". Morreu, no Funchal, a 17 de dezembro de 2011, aos 68 anos de idade.
Carlos do Carmo (21 de dezembro de 1939 - 1 de janeiro de 2021)
Carlos Paião (1 de novembro de 1957 - 26 de agosto de 1988)
Figura maior do panorama fadista, Carlos Manuel de Ascensão do Carmo de Almeida foi um dos mais mediáticos e acarinhados intérpretes da segunda metade do século XX em Portugal. Com um percurso musical de mais de 50 anos, Carlos do Carmo foi reconhecido, em 2014, com um Grammy Latino, tendo sido um dos principais e mais determinantes embaixadores da Candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade. Em 1976, foi escolhido pela RTP para representar Portugal no Festival Eurovisão, tendo interpretado todos os temas do Festival da Canção: levaria "Uma Flor de Verde Pinho" a Haia onde terminou em 12.º lugar com 24 pontos, tendo sido o favorito de França. Faleceu a 1 de janeiro de 2021, vítima de um aneurisma.
Edmundo Silva (26 de novembro de 1939- 21 de novembro de 2021)
Nascido em Aljustrel em 1939, Edmundo Silva, engenheiro de profissão, começou a tocar guitarra aos 22 anos, integrando o conjunto Nova Onda, que viria a fazer sucesso no programa televisivo "A Visita da Cornélia". Em 1965, junta-se aos Sheiks, onde permaneceu até ao fim da formação, tendo integrado vários projetos e colaborado com vários artistas. Em 1977, ao lado de Ana Bola, Fernanda Piçarra, Fernando Tordo, Luísa Basto e Paulo de Carvalho, forma o grupo Os Amigos para participar no Festival da Canção com "Portugal no Coração", tema que leva a Londres onde termina em 14.º lugar, entre 18 países, com 18 pontos. Faleceu a poucos dias de comemorar o 82.º aniversário, vítima de doença prolongada.
Licenciado em Medicina pela Universidade de Lisboa, Carlos Paião foi um dos mais mediáticos e talentosos cantores e compositores da década de 80 em Portugal. Com uma curta carreira de 10 anos, Carlos participou em quatro edições do Festival da Canção, como cantor e compositor, alcançando o triunfo com "Playback" em 1981: em Dublin, a canção não foi além do 18.º (e penúltimo) lugar. Com mais de 300 canções produzidas para alguns dos maiores nomes da música portuguesa, Carlos Paião faleceu, a 26 de agosto de 1988, num violento acidente de automóvel, quando se dirigia para um concerto. Tinha 30 anos.
Armando Gama (1 de abril de 1954 - 17 de janeiro de 2022)
Maria Guinot (20 de junho de 1945 - 3 de novembro de 2018)
Dina (18 de junho de 1956 - 11 de abril de 2019)
Armando Gama nasceu a 1 de abril de 1954 em Luanda, iniciando o seu percurso musical aos 5 anos. Em 1970 forma o seu primeiro grupo musical, LoveBirds, com o 1.º disco com temas da sua autoria a sair no ano seguinte com o duo Marinho & Gama. Integra o duo Sarabanda com Kris Köpke e participa no Festival da Canção de 1980, certame que viria a vencer três anos depois com "Esta Balada Que Te Dou", tema que leva à Eurovisão onde fica em 13.º lugar e é editado em 17 países. Regressa ao Festival da Canção em 1992 e 2009, mas sem alcançar a fase final. Morreu a 17 de janeiro de 2022, aos 67 anos, vítima de um cancro no pâncreas.
Maria Guinot (20 de junho de 1945 - 3 de novembro de 2018)
Nascida Maria Adelaide Fernandes Guinot Moreno em Lisboa, Maria Guinot começou, desde cedo, a estudar música: aprendeu piano aos 4 anos de idade e finalizou o curso no Conservatório. Lançou o seu primeiro single em 1968 e estreia-se no Festival da Canção em 1981 com "Um Adeus, Um Recomeço", ficando em 3.º lugar. Em 1984, regressa ao concurso com "Silêncio e Tanta Gente", chegando ao 11.º lugar no Festival Eurovisão. Continua a sua carreira musical com vários discos e colaborações, tendo lançado, em 2004, o livro "Memórias de um Espermatozóide Irrequieto". Em 2010, vítima de três AVC, deixa de tocar piano. Faleceu a 3 de novembro de 2018, aos 73 anos, vítima de infecção respiratória.
Dina (18 de junho de 1956 - 11 de abril de 2019)
Ondina Maria Farias Veloso, mais conhecida por Dina, nasceu a 18 de junho de 1956 em Carregal do Sal, Viseu. Em 1975, entra para formação do grupo 'Quintento Angola', gravando dois EP's para a editora Rádio Triunfo. Apresenta-se ao grande público no Festival da Canção de 1980 com "Guardado em Mim", terminando em 8.º lugar. Volta ao concurso em 1982, com "Em Segredo" e "Gosto do Teu Gosto", mas a vitória apenas aconteceria dez anos depois, com "Amor de Água Fresca", canção que leva ao Festival Eurovisão a Malmö. Entre discos e hinos políticos, bem como músicas de telenovela, Dina mantém-se ativamente na música até 2016, ano em que anuncia a sua retirada por motivos de saúde. Faleceu a 11 de abril de 2019, vítima de fibrose pulmonar, aos 62 anos de idade.
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