Alla Pugacheva, representante russa no Festival Eurovisão de 1997, criticou a ofensiva militar russa na Ucrânia e pediu para ser declarada como agente estrangeira: "A morte dos nossos rapazes por objetivos ilusórios fazem do nosso país um Estado pária e pesa sobre a vida dos nossos concidadãos".
Considerada uma dos maiores ícones musicais da Rússia e com uma carreira de décadas com grande destaque nos países da extinta União Soviética, a cantora Alla Pugacheva teceu duras críticas ao regime de Putin nas redes sociais devido à invasão da Ucrânia. "Estou solidária com o meu marido, uma pessoa honesta, íntegra e sincera, um verdadeiro patriota russo, incorruptível, que deseja que a sua pátria prospere e viva em paz, com liberdade de expressão" escreveu a cantora nas redes sociais, num post dirigido ao Ministério da Justiça, depois do marido, o ator Maxim Galkin, igualmente crítico da guerra, ter sido declarado agente estrangeiro, estatuto usado pelas autoridades para designar os opositores ao regime de Putin, com a cantora a pedir para ser igualmente incluída na listagem.
Com mais de três milhões de seguidores na plataforma Instagram, Alla Pugacheva acusa o regime de "objetivos ilusórios" que tornam o país "num Estado pária" com a invasão do território ucraniano, dias depois do marido ter feito as mesmas acusações e de se ter defendido das alegações russas de que estaria a receber dinheiro da Ucrânia para fins políticos: "Não estou envolvido na política. Desde o palco, nos meus concertos, estou empenhado no género humorístico, na sátira política, e tenho-o feito por 28 anos. Não vendo a minha opinião e pensamento e não compro os de outros" escreveu.
De realçar que, após o início da invasão militar da Rússia à Ucrânia, Anna Pugacheva e o marido Maxim Gulkin saíram do país para viver em Israel, com a cantora a ser a artista de maior renome e alcance a criticar o regime russo, pelo qual foi condecorada em 2009 com a Medalha da Ordem de Mérito para a Pátria, entregue pelo então presidente Dmitri Medvedev.
Alla Pugacheva foi escolhida internamente para representar o país no Festival Eurovisão de 1997 com "Primadonna", tema do qual foi compositora, após a retirada do intérprete original Valery Meladze por motivos de saúde. Em Dublin, o tema ficou em 15.º lugar com 33 pontos, não recebendo qualquer ponto de Portugal.
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