Pela sétima vez na história eurovisiva, em 2023, o Festival Eurovisão não será organizado pelo país vencedor do ano anterior. O Reino Unido foi o escolhido em 4 das 6 ocasiões anteriores.
A EBU/UER confirmou, ontem, que o Festival Eurovisão 2023 não terá lugar na Ucrânia, país vencedor em 2022, devido à falta de condições para a organização do evento em virtude do conflito armado existente no país resultante da invasão militar russa. Além disso, a entidade máxima do certame confirmou o arranque das negociações com o Reino Unido, país que ficou em segundo lugar em Turim.
No entanto, ainda que não aconteça há várias décadas no certame, a situação não é inédita na história eurovisiva... No total, o Festival Eurovisão não foi organizado pelo país vencedor do ano anterior em seis edições, com o Reino Unido a ter sido a escolha para a organização em 4 ocasiões, enquanto a Alemanha e os Países Baixos receberam outra das edições.
Recorde connosco todas as edições em que o Festival Eurovisão não foi organizado pelo país vencedor do ano anterior:
1957 - Frankfurt (Alemanha)
Depois da vitória de Lys Assia na edição inaugural do Festival Eurovisão, que havia sido realizada em Lugano, a emissora helvética SRG SSR recusou a organização pelo segundo ano consecutivo, com a organização do evento a invocar a criação de um plano para a organização do evento a cada ano por uma emissora diferente. A Alemanha foi então a escolhida para receber o evento em Frankfurt, depois da oferta do diretor de programas da cadeia alemã.
1960 - Londres (Reino Unido)
Já depois da criação da tradição do país vencedor acolher a edição seguinte, que acontecera em 1958, a emissora neerlandesa NTS recusou acolher o Festival Eurovisão de 1960, depois de ter sido a anfitriã dois anos antes. Assim, a União Europeia de Radiodifusão atribuiu os direitos de organização à BBC, depois do Reino Unido ter ficado em segundo lugar na edição de 1959, com o concurso a ser sediado em Londres. Esta foi a primeira vez que o Reino Unido acolheu o Festival Eurovisão, depois de ter desistido da organização em 1957 devido à falta de acordo com os sindicatos artísticos.
1963 - Londres (Reino Unido)
Após a vitória de Isabelle Aubret e "Un Premier Amour" no Luxemburgo e de ter acolhido as edições de 1959 e de 191, a emissora francesa recusou a organização do Festival Eurovisão de 1963, tendo alegado dificuldades financeiras para suportar o evento. Deste modo, a emissora britânica BBC foi escolhida para albergar o concurso pela segunda vez, com o mesmo a ter lugar no BBC Television Centre, em Londres.
1972 - Edimburgo (Reino Unido)
Com o Mónaco a vencer o concurso de 1971, Raineier III do Mónaco trabalhou com a EBU/UER para a organização do Festival Eurovisão de 1972 no Principado, mas não conseguiu fornecer um local com as exigências para acolher o certame. A emissora britânica BBC voltaria a ser a escolhida para receber a edição, que teria lugar em Edimburgo, sendo a primeira (e única) vez que o concurso foi realizado na Escócia.
1974 - Brighton (Reino Unido)
Depois do Luxemburgo ter vencido os certames de 1972 e 1973 e de ter organizado a edição de 1973, a emissora luxemburguesa declinou o convite para realizar o Festival Eurovisão de 1974, alegando dificuldades financeiras. Pela terceira vez, a organização seria assegurada pelo Reino Unido, com o evento a ser realizado no Brighton Dome, em Brighton, sendo a quinta vez que o país receberia o concurso.
1980 - Haia (Países Baixos)
Israel, país vencedor (e anfitrião) do Festival Eurovisão de 1979, recusou organizar o concurso de 1980, devido às dificuldades económicas da IBA, tendo a recusa sido oficializada depois do Governo ter declinado um aumento do orçamento da emissora pública. Espanha, segunda classificada em 1979, terá recusado a organização, bem como o Reino Unido, com a organização a ser entregue aos Países Baixos, que organizaram a edição em pequena escala e com recursos já utilizados em 1976. Curiosamente, Israel viria a ficar de fora da edição devido ao feriado do Yom HaZikaron, sendo a primeira (e única) vez que o vencedor do certame não participou no ano seguinte.
2023 - a definir
Com um conflito armado a decorrer no seu território devido à invasão militar da Rússia, a Ucrânia venceu o Festival Eurovisão 2022, adquirindo o direito de receber o concurso de 2023. No entanto, a 17 de junho, depois do arranque da preparação do concurso, a EBU/UER confirmou, em comunicado oficial, que o certame não teria lugar na Ucrânia, devido à falta de condições para a realização do mesmo. O Reino Unido, segundo classificado em Turim, é apontado como o anfitrião do certame de 2023, com a EBU/UER a oficializar o arranque das negociações.
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