Agim Doçi, jurado do FIK60, defendeu que Alban Ramosaj não poderia representar a Albânia no Festival Eurovisão por ser "albanês do Kosovo". O artista reagiu e garante que só regressa ao concurso "se os comunistas saírem do painel de jurados".
Nascido nos Países Baixos e com raízes kosovares, o cantor albanês Alban Ramosaj participou no Festivali i Këngës 60 com "Theje", onde terminou em 2.º lugar ainda que tenha sido apontado como o grande favorito para vencer e representar a Albânia no Festival Eurovisão 2022. Contudo, depois da eliminação de Ronela Hajati na semifinal em Turim, várias personalidades admitiram que a candidatura de Alban Ramosaj teria alcançado uma melhor posição.
Opinião contrário teve Agim Doçi, letrista que foi um dos sete jurados da competição, justificando que Alban Ramosaj não poderia representar a Albânia no Festival Eurovisão por ser kosovar e que deveria tentar representar o Kosovo no concurso internacional. As declarações foram feitas no programa Ftesë në 5 e causaram grande polémica, com o artista a reagir à situação nas redes sociais.
"Caro Doçi, também membro do júri do festival em que competi com «Theje». O que deveria matar em primeiro lugar é o racismo que tem contra os 'albaneses do Kosovo' como nos dividiu e nos rotulou, bem como o cheiro a comunismo a que fede nesta entrevista" escreveu o artista, recordando que o melhor resultado albanês no Festival Eurovisão foi alcançado pela albanesa-kosovar Rona Nishliu, "Já se esqueceu do nome da Rona Nishliu?".
"Quanto sei, sou albanês. Até gosto do nome que tenho, bastante patriota e com profundo conhecimento da nossa história. Falo 4 línguas, tenho passaporte albanês e kosovar, nasci nos Países Baixos, cresci na Albânia, tenho origens no Kosovo e resido em Espanha. O senhor não é ninguém para nos dividir e limitar quem deve representar a Albânia na Europa" escreveu ainda o artista, aconselhando Agim Doçi "a largar a bebida na próxima vez que for à televisão para tentar dizer duas ou três coisas sábias da próxima vez" e desejando que "o senhor esteja vivo no próximo ano e que veja um albanês do Kosovo a representar a Albânia na Eurovisão".
Posteriormente, o cantor escreveu também que "atualmente era mais fácil representar Espanha ou São Marino no Festival Eurovisão do que a Albânia", relembrando também que Gjon's Tears, que representou a Suíça em 2020 e 2021, já havia sido recusado no Festivali i Këngës, formato onde promete regressar apenas se "os comunistas saírem do painel de jurados".
Todos temos uma coisa em comum: por patriotismo ou orgulho identitário todos lavamos a roupa suja nas redes sociais. Ele tem razão no que diz ... mas o veículo para expressar o que diz, na verdade, só fomenta a discordância entre todos ... porque cada puxa a brasa à sardinha. E não importa se a sardinha apenas olha para o seu umbigo ou se tem o Outro em consideração e respeito
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