O ministro da Cultura da Ucrânia, Oleksandr Tkchenko, utilizou as redes sociais para pedir desculpa pelos zeros pontos entregues pelo júri ucraniano às canções da Polónia e da Lituânia: "O voto do nosso júri não representa a nossa verdadeira atitude".
A votação do Festival Eurovisão 2022 tem estado marcado pela anulação da votação de seis júris nacionais por tendências ilegais de votação mas a polémica poderá seguir para outro país: a Ucrânia. Isto porque o ministro da Cultura da Ucrânia, Oleksandr Tkchenko, recorreu às redes sociais para pedir desculpa à Lituânia e à Polónia por não terem sido pontuados pelo júri ucraniano, ainda que sejam dois dos países que mais têm ajudado a Ucrânia depois da invasão russa em fevereiro.
"Gostaria de dirigir-me aos amigos mais próximos na Europa e exprimir a minha posição pessoal relativamente aos pontos atribuídos pelo júri ucraniano à Polónia e à Lituânia. O voto do nosso júri não representa a nossa verdadeira atitude para com vocês, que têm sido os nossos amigos mais próximos. Os britânicos eram óptimos (...) mas dar 0 pontos à Polónia e à Lituânia é uma pena. Vocês mereciam os 12 pontos dos ucranianos" escreveu o ministro nas redes sociais, com o post a gerar alguma polémica na comunidade eurovisiva.
A Polónia e a Lituânia foram os dois países mais votados pelo televoto ucraniano na Grande Final do Festival Eurovisão 2022 recebem 12 e 10 pontos, respetivamente. Contudo, na votação do júri nacional, a candidatura polaca ficou em 11.º lugar (11/10/15/7/12), enquanto a Lituânia não foi além do 21.º posto da votação (24/20/19/11/17). O mesmo aconteceu na semifinal, onde "Sentimentai" foi a favorita do televoto ucraniano mas, na votação do júri, não foi além do 14.º lugar entre 16 concorrentes (12/14/12/14/13).
Mais uma evidência de que enquanto votantes no concurso, o lado político é incontornável e a nossa perceção de tudo nunca se fica pela qualidade das musicas e preferencias pessoais. O olhar que temos uns dos outros por questões que ultrapassam a musica em si. Que a vitória seja simbólica e que seja o reflexo de uma mensagem solidária por parte da maioria do continente euripeu, é indiscútivel. Mas estes comentários vindos de uma figura política ficam mal perante a natureza apolítica do concurso. Ninguém tem de ser obrigado a votar no vizinho A ou B ... mas sim nas propostas musicais. Usar o concurso para agradecer ao apoio dos vizinhos ou desculpae se por nao lhe terem dados pontos neste momento bélico, acaba por ser insultuoso perante a verdadeira dor de quem sofre nesta guerra. Aqui o silêncio valia ouro.
ResponderEliminarA Eurovisão vai ser utilizado como instrumento político este ano, sem dúvida alguma. É pena ouvir este tipo de comentários em que nem pudor tem em dizer que deveria votar nos amigos em vez de nas canções. Todos sabemos que sempre foi um pouco assim mas parecia que estava a desaparecer um pouco nos últimos anos com algumas excepçoes (armenia/azerbeijao, grecia/chipre…)
ResponderEliminarA Ucrania nos ultimos anos só tem estado a politizar o concurso valha-me Deus cada hora e uma nova
ResponderEliminarAs declarações do ministro ucraniano não são tão polémicas quanto isso. A Polónia e a Lituânia este ano tinham ótimas canções e mereciam ter ficado no TOP10 final. Mereciam muito mais que a Maro, ou a bimbalhada espanhola ou a cantiga dos britânicos. Mas claro, há melhores maneiras de agradecer o apoio prestado por esses países.
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