A emissora bielorrussa BTRC reagiu à suspensão imposta pela União Europeia de Radiodifusão (EBU/UER): "Vamos realizar o sonho da maioria dos bielorrussos. Chega de Eurovisão".
O Conselho Executivo da União Europeia de Radiodifusão (EBU/UER) concordou, recentemente, em suspender permanentemente a associação da emissora estatal da Bielorrússia à EBU/UER, semanas depois de ter anunciado o processo de suspensão devido "a transmissão de entrevistas aparentemente obtidas sob coação" no final de maio e de não ter recebido qualquer recurso da BTRC no prazo estabelecido.
Contudo, depois da suspensão, a BTRC reagiu através de um longo comunicado disponibilizado no site oficial da emissora, onde tece duras críticas à decisão da EBU/UER: "A BTRC reagiu com um sorriso e alguma satisfação à tão esperada suspensão da EBU/UER, organização que não teve, não tem e nunca terá uma opinião própria (...) Inicialmente, queríamos ser nós a abandonar a associação, mas quisemos deixar a farsa chegar ao clímax. Assistimos com a respiração suspensa ao trabalho titânico dos funcionários da EBU/UER a tentar justificar todo o horror... Eles merecem férias".
"O presidente da BTRC falou, recentemente, durante vários minutos com Noel Carran, diretor-geral da EBU/UER. Sentimos pena dele e não o julgamos. Tem um bom emprego, uma óptima posição e um salário decente. Durante toda a conversa, ele não foi capaz de apresentar uma única reclamação contra a BTRC, excepto que «Você está envolvido nisto» e «Os pais de Protasevich acreditam que ele está feito refém» pode ler-se no comunicado, acusando a organização de envolvimento num golpe no governo bielorrusso, "A EBU/UER sabe que os países ocidentais estão envolvidos no golpe na Bielorrússia. As emissoras da Polónia, Lituânia e República Checa apresentam reportagens sobre nós que nos lembram o pior da televisão americana".
A BTRC acusa também as emissoras da Alemanha, Lituânia e Noruega de "fabricação de histórias sobre marchas femininas e tortura a um motorista de táxi", frisando que "a vergonha da União Europeia de Radiodifusão é o melhor do jornalismo europeu". A emissora da Bielorrússia garante também que contará a verdade sobre o que acontece no país e no Mundo: "que as manifestações na Bielorrússia não foram pacíficas, que na Holanda esmagaram os manifestantes com cavalos, nos Estados Unidos as pessoas são mortas à queima roupa. E como os canais da oposição são fechados e mortos na Ucrânia. Como a imprensa russa é expulsa da Letónia. E como os jornais da oposição são presos da Polónia e o partido no poder rouba dinheiro colocado para ajudar emigrantes bielorrussos".
Por fim, a emissora bielorrussa agradece pela expulsão da associação: "Iremos poupar muitos milhões de euros e realizaremos o sonho da maioria dos bielorrussos. Chega de Eurovisão" destacou, admitindo entrar em novas associações em breve, "Todas as agências que já nos contactaram para substituir a EBU/UER: sejam todos bem vindos".
Sendo a única emissora da Bielorrússia associada ao organismo, a suspensão de membro ativo da EBU/UER coloca também o país fora do Festival Eurovisão Júnior 2021 e do Festival Eurovisão 2022, bem como dos restantes eventos eurovisivos, até que a situação seja revertida. De realçar que, este ano, a BTRC foi desclassificada do concurso depois da submissão de duas candidaturas do grupo Galasy ZMesta com conteúdo político.
Bye Felicia ...
ResponderEliminarRealmente a Bielorrússia está sobe um regime de um presidente horrível, que recusa a destituir-se. Até que isso mude eu prefiro a Bielorrússia fora da EBU, consequentemente fora da Eurovisão, neste momento não passa nada interessante para os agora ex-membros da EBU, além de mensagens de apoio a um regime extremista, com o qual ninguém devia compactuar.
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