A Finlândia escolhe, amanhã, os seus representantes para o Festival Eurovisão 2021 com a realização do UMK2021. Além de Aksel Kankaanranta, cantor que representaria a Finlândia no Festival Eurovisão de 2020, o concurso conta com outra confirmação eurovisiva: Laura Põldvere, representante da Estónia em 2005 e 2017. A cantora esteve à conversa com o ESCPORTUGAL no Rumo a Roterdão.
"A minha carreira musical começou quando tinha 14 ou 15 anos quando ganhei uma competição numa rádio local na Estónia. Nessa altura, o Sven Lõhmus, um compositor consagrado, estava à procura de uma cantora para a final nacional... Ganhei a composição e entrei na final nacional, com o compositor a escrever um tema para um grupo que estava a formar na altura, os Suntribe. Entrei na formação e acabei por vencer com o grupo e fiquei em segundo lugar com a minha canção a solo" explicou-nos, recordando a sua experiência televisiva em 2005, "Acho que a minha carreira começou aí, apesar de já cantar jazz e ter participado noutras competições. Aliás, a música sempre foi a minha paixão".
E a presença do Festival Eurovisão na sua vida também vem de muito cedo: "Lembro-me desde muito nova... A minha família sempre viu e lembro-me o quanto festejei quando a Finlândia ganhou em 2006" frisou, destacando a sua participação no concurso de 2005, em Atenas, "Quando fui representar a Estónia pela primeira vez foi como estar a viver um sonho. Eu era muito nova e foi uma experiência muito divertida. Aliás, sinto também que fui obrigada a crescer com a Eurovisão. Eu era muito tímida e percebi que tinha de mudar para chegar a todo o lado. Foi difícil mas uma óptima aprendizagem".
Depois da participação eurovisiva em 2005, Laura Põldvere tornou-se numa assídua presença no Eesti Laul voltando a conquistar o passaporte eurovisivo ao lado de Koit Toome em 2017: "Estar na Eurovisão duas vezes e com idades tão diferentes torna difícil de comparar as duas participações. Na primeira vez foi mais divertido porque era mais nova e não sabia bem o que me rodeava... Em 2017, com o Koit Toome, foi tudo muito mais profissional para partilhar o sentimento da canção. Mas foi mágico ter tido essas duas participações. Adoro a Eurovisão por esse sentimento de celebrar a diversidade e da música ter o poder de união".
Contudo, este ano, Laura entra na corrida para representar a Finlândia no Festival Eurovisão 2021. "Tenho uma relação muito próxima com a Finlândia, visto que viajo para cá mais do que uma vez ao ano desde criança. Tenho aqui vários projectos e vivo mais aqui do que na Estónia. Também trabalho aqui em recursos humanos numa empresa de contabilidade e tenho feito cá a minha música com vários artistas finlandeses" explicou-nos, falando também sobre a ideia de participar no UMK, "No ano passado fiz parte do júri e adorei a experiência. Resolvi submeter a minha canção, mas nunca pensei que iria ser escolhida... Estava com medo mas tive de tentar e fiquei entre as escolhidas".
No palco do concurso, Laura Põldvere defenderá "Play", tema que compôs ao lado de Karl-Ander Reismann e Reinis Straume: "Quando estávamos a compor a canção, estávamos envolvidos pela energia presente no mundo naquele momento. 2020 foi um ano estranho. A canção diz que devemos dar mais atenção a nós próprios e sermos nós os primeiros nas nossas prioridades. Que temos de ser amigos de nós próprios em primeiro e só depois dos outros" revelou.
Questionada sobre a possibilidade de representar a Finlândia em Roterdão, a cantora garante que seria "uma honra" e que ponderaria algumas mudanças na atuação: "Se vencer, tinha de ver como a atuação resultou na televisão, porque posso ter planos e acabar por transparecer outra coisa... Acho que teria de ser tudo bem pensado" frisou, mostrando-se confiante que o espírito eurovisivo continuará a sentir-se apesar da pandemia, "O Covid é tramado e temos de nos adaptar a ele. Não queremos que a Eurovisão seja novamente cancelada, então temos mesmo de nos adaptar. Iremos celebrar pela televisão".
Por fim, desafiámos Laura Põldvere a falar-nos sobre algumas canções participantes no Festival Eurovisão, com a conversa a rumar à Finlândia: "O facto da Finlândia não alcançar grandes resultados é um mistério... Lembro-me que, em 2017, a Finlândia tinha uma canção maravilhosa e não chegou à Final. E é engraçado porque mesmo que não chegues à Final, a canção continua a ser ouvida pelas pessoas". Além disso, a cantora falou-nos da sua viagem a Lisboa para assistir ao Festival Eurovisão 2018: "Estive em Portugal quando a Eurovisão foi realizada em Lisboa. Para mim, Portugal era um dos meus países de sonho e espero ir novamente. Adoro a língua... é tão melódica. Normalmente gosto das canções que levam e 2017 é o melhor dos exemplos. Normalmente, os países optam por algo muito polido e ensaiado ao pormenor e vocês levaram algo genuíno que foi direto ao coração de todos".
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