Com três participações no Festivali i Këngës, Orgezsa Zaimi está de regresso à corrida para representar a Albânia no Festival Eurovisão com "Valixhja e kujtimeve". A cantora esteve à conversa com o ESCPORTUGAL e inaugura o Rumo a Roterdão.
Tal como tem sido habitual nos últimos anos, a Albânia será o primeiro país a realizar a sua final nacional para o Festival Eurovisão 2021, com 26 artistas a concurso no Festivali i Këngës 59. Com uma experiência eurovisiva no curriculum e três participações anteriores no certame, Orgesa Zaimi é uma das favoritas ao triunfo com "Valixhja e kujtimeve". O ESCPORTUGAL esteve à conversa com a artista albanesa e conta-lhe tudo na estreia da rubrica Rumo a Roterdão.
"Comemorei os meus 15 anos de carreira este ano. Tem sido uma viagem incrível" começa por dizer a artista, recordando a sua entrada no mundo musical, "Estreei-me em 2005, com a vitória do grupo Engjej Dhe Djah no programa Ethet E Se Premts, um programa de televisão muito famoso que procurava novos talentos musicais", bem como a participação em vários formatos ao longo dos anos.
No entanto, o espírito eurovisivo entrou ainda mais cedo na vida de Orgesa Zaimi, que nos confessou que a sua primeira memória do Festival Eurovisão remonta a 1991, ano em que a Suécia triunfou em Roma: "Era muito pequena quando vi o Festival i Këngës e o Festival Eurovisão pela primeira vez. Lembro-me da atmosfera natalícia de todos os meses de dezembro a assistir, com a minha família, ao concurso e a memorizar e a cantar todas as canções" destacou, relembrando a vitória de Carola: "A minha primeira memória eurovisiva foi com a Carola. Tinha apenas 6 anos e nunca mais me esqueci! Estava bastante doente na altura com gripe e aquela canção deixou-me muito melhor".
E em 2009, Orgesa Zaimi teve a oportunidade de representar a Albânia no Festival Eurovisão integrando o coro que acompanhou Kejsi Tola em Moscovo: "Foi uma experiência incrível. Conhecemos muitos músicos e grandes artistas" confessou, destacando a delegação portuguesa, "Os Flor-de-Lis eram incríveis, super divertidos e coloridos. Foi óptimo conhecer o trabalho deles durante aquele tempo todo. Éramos vizinhos na zona de ensaios". Contudo, quando questionada sobre o histórico de Portugal no concurso, Orgesa Zaimi não hesitou: "Adorei o vosso vencedor, o Salvador Sobral. É um artista incrível com uma alma enorme! Adoro-o!".
Seis anos depois da experiência em Moscovo, Orgesa entrou na corrida para representar a Albânia no Festival Eurovisão pela primeira vez, repetindo a experiência em mais duas ocasiões: "Para mim, cada participação foi especial e diferente, em estilo e em género. Estou muito orgulhosa de todas as minhas participações. Expressam quem eu sou em termos vocais e de caráter. É uma grande viagem. Participei em 2015, com “Shishe Ne Oqean” (semifinalista). “Ngrije Zerin”, em 2017 (finalista), e “Hije”, em 2018 (13.º na Final), foram um grande sucesso. Para mim, cada uma das participações faz parte da minha viagem para me tornar cada vez melhor.".
Agora, dois anos depois da última participação, a cantora está de regresso ao certame. "É sempre emocionante fazer parte do FIK: muito boas vibrações e emoções. Este é um ano difícil mas também histórico: pela primeira vez em quase 60 anos de história, vamos cantar no exterior e sem audiência a assistir ao vivo. Esta será uma ótima memória." referiu, garantindo que "Valixhja e kujtimeve", canção que defenderá no evento, foi outra das razões da participação, "É uma melodia emocional, sincera e intemporal. Expressa muita dor por causa de um coração partido e do fim de história de amor… No fim, a mensagem é que devemos ser corajosos e esquecer a dor. Em inglês, a música tem o título “The Suitcase Of Memories”. Tenho muito espaço para cada memória.".
E será "The Suitcase Of Memories" uma possibilidade para o Festival Eurovisão? "Vamos esperar primeiro pela vitória, sim?" respondeu prontamente, quando abordada sobre a possibilidade de cantar em inglês no concurso internacional, tal como aconteceu com vários dos últimos representantes albaneses, garantindo que o foco atual está na atuação, "Vou ser muito simples e natural em palco porque estarei focada nos vocais e nas emoções".
No entanto, a participação no Festival i Këngës 59 será bastante especial, também devido às mudanças da RTSH em prol da pandemia de Covid-19, que levará à realização do concurso ao ar livre. "Não faz parte do meu trabalho criticar porque se não gostasse da decisão não faria parte do concurso. Estou muito animada por cantar no exterior. Será um Festivali i Këngës muito desafiador para mim, pelo menos.". Em jeito de despedida, a cantora garantiu que "o facto de se realizar no exterior e o frio terão um efeito muito especial na minha atuação, prometo", agradecendo a todos os seguidores eurovisivos pelo apoio na participação deste ano.
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