A participação do rapper Junior Cally do Festival di Sanremo 2020 está a causar polémica em Itália, com o cantor a ser acusado de misoginia por uma canção... lançada em 2017.
Lançada em 2017, a canção "Strega", que fala sobre o homicídio de uma mulher, está a causar polémica em torno do Festival di Sanremo 2020: o cantor e rapper Junior Cally, um dos participantes da competição deste ano, é acusado de misoginia e várias petições pedem a sua desclassificação. Matteo Salvini, antigo vice primeiro-ministro de Itália e um dos maiores críticos da escolha de Mahmood para Telavive (AQUI), denunciou o caso nas redes sociais, levando à criação de petições na região da Ligúria, onde está a cidade de Sanremo. Também Marcello Foa, presidente da RAI, mostrou-se a favor da desqualificação do artista, frisando ser "eticamente inaceitável que Junior Cally participe".
Un "cantante" che incita all’odio e alla violenza contro le donne. Per un anno ho lavorato con @gbongiorno66 per far approvare la legge sul #CodiceRosso. pic.twitter.com/Rm7hTWQSdj— Matteo Salvini (@matteosalvinimi) January 19, 2020
Contudo, o diretor artístico da competição defendeu com veemência o artista, mantendo o mesmo na competição, o que levou vários artistas a defender também a permanência de Junior Cally no concurso: "Em 2001, o Eminem esteve no concurso e todos conhecemos as letras dele. Porque razão vem agora esta confusão com Junior Cally?" defendeu Levante, enquanto Francesco Gabbani frisou que "acredito que a liberdade artística deve estar lá por definição (...) não pode haver apenas liberdade do ouvinte para criticar e não ouvir", opinião também defendida por Irene Grandi e Anastasio.
Por outro lado, Loredana Bertè, quarta classificada na última edição, foi uma das vozes mais críticas à participação de Junior Cally fazendo um apelo nas redes sociais para os jornalistas do concurso: "Peço a todos os artistas que excluam do Prémio Mia Martini qualquer artistas que promova a violência física ou verbal contra mulheres" defendeu, garantindo que a sua irmã, artista que dá nome ao Prémio da Crítica, "nunca quis o seu nome associado a assuntos que deviam ser desqualificados".
Face à polémica, o cantor recorreu às redes sociais para a primeira declaração pública sobre o assunto: "Estou há dias a pensar no que está a acontecer ao meu redor (...) As pessoas estão ofendidas com algo que escrevi no passado (...) Algumas pessoas sentiram-se magoadas. Lamento imenso. Não foi e nunca será a minha intenção ferir alguém (...) A canção deu-me esperança e salvou a minha vida" escreveu, reagindo também às acusações de misoginia, "Acho insuportável a ideia de violência contra as mulheres. Eu sou um jovem, um homem de respeito não apenas às mulheres, mas a todos os seres humanos".
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