Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos.
Esta semana, a análise recai em "Kingdom", de Bilal Hassani.
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Lançamento: 26 de abril de 2019
Nota: 3/10
Infelizmente, a mensagem que Bilal
Hassani tentou passar na Eurovisão é ainda atual e muito longe de ser
resolvida. Contudo, a plataforma que escolheu para o fazer – Eurovisão – e o
modo como o fez, soou a algo extramente estafado, visto, e devido à ainda curta
distância temporal em relação a 2014, poderá ter sido interpretado apenas como
mais uma Conchita. Uma mensagem que apesar de válida pouco ou nenhuma mossa irá
fazer devido ao facto do mundo eurovisivo ser bastante tolerante e
familiarizado com a causa LGBTI.
Aquando da elaboração das análises
para as canções concorrentes em Israel, escrevi que “Embora com toda a
legitimidade, a mensagem que Bilal Hassani quer passar, ou o modo como a tenta
passar (…) irá passar completamente despercebida na altura da votação.
Apercebendo-se das limitações, quer da canção, do intérprete, o truque da
França foi lançar algumas polémicas, todas sem o efeito esperado. Resta-lhes
agora um suposto factor surpresa que está aguardado para a grande noite. Tudo
sinais de uma delegação desesperada e, como sempre, o desespero não traz bons
resultados.” De certo modo, tudo isto foi concretizado, embora Bilal tenha “ganho
pontos” durante a sua estadia em Israel devido à sua simpatia e preparação
notória que a sua atuação envolveu.
A Eurovisão 2019 já é passado e
Bilal decide dar continuidade ao seu sonho através do lançamento do primeiro
álbum. Tal como “Roi”, “Kingdom” transporta uma mensagem de “empowerment”, mas
muito fiel a moldes já pré-existentes ou receitas já testadas e validadas com
sucesso, desde o som, às letras, passando pelo visual e até mesmo expressão
corporal.
A nível musical, estamos perante
um álbum ultra moderno, recheado de sons pop atuais, na sua maioria dançantes, e
refrões constituídos por linhas melódicas bastante curtas, sendo “O.N.C.” um
bom exemplo. No campo das letras, a superficialidade e falta de conteúdo estão
bem espelhadas em passagens tais como, “Don’t be basic, Don't be basic, Be
fantastic” (“Basic”) ou ainda “Everybody is so obsessed with being famous” (“Famous”).
“Kingdom” é um reino, mas um reino
de deslumbramento, de elevação do ego e não propriamente de afirmação artística.
Contudo, se der para inspirar e influenciar alguém positivamente na às vezes
difícil tarefa de construção de identidade, já terá o seu grande valor.
Vídeos
promocionais
Roi
Fais Beleck
Jaloux
Alinhamento
Kingdom
Panic
Roi
Poison
Jaloux
Qui
cala?
Fais
beleck
The flow
Boom
X3
Basic
O.N.C
Dans Mon Seum
Famous
Over you
You should have let me love you
A
ver: France - LIVE - Bilal Hassani - Roi - Grand Final - Eurovision 2019
Pode
ouvir o disco AQUI.
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