Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos.
Esta semana, a análise recai em "Gioventù bruciata", o primeiro álbum de Mahmood.
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Esta semana, a análise recai em "Gioventù bruciata", o primeiro álbum de Mahmood.
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Lançamento: 22 de fevereiro de 2019
Nota: 8,5/10
Itália, a eterna favorita, este
ano não desilude e parte decidida como, de novo, uma das grandes prediletas. O
favoritismo e os fracassos relativos não têm melindrado em nada o sucesso dos temas
e dos seus artistas em Itália, e assim compreende-se o porquê dos grandes nomes
não terem desistido do concurso europeu. “Soldi” é um guia prático da atual pop
italiana e o modo de interpretação de Mahmood, que apesar de descendência
egípcia (terá sido uma eleição 100% inocente?) é tipicamente italiano. É a
Itália a arriscar no terreno do R&B
contemporâneo. “Soldi”, um autêntico bálsamo para quem se queixa que a Itália
não arrisca (que não corresponde de todo à verdade), mas acima de tudo “Soldi”
dá-nos a conhecer uma das novas sensações pop do seu país. Vale a pena
descobrir. A Eurovisão surge aqui apenas como um feliz acidente.
Milano Good Vibes
Asia Occidente
Gioventù Bruciata
Soldi
É nesta sequência que surge o
convite ao longa-duração “Gioventù bruciata” - #1 na Itália e disco de ouro, a
par de um #46 na Suiça – que é a prolongação da visão artística de Mahmood e
uma agradável surpresa. A admiração inicial passa, indubitavelmente, pelo som.
Oiçam este disco com uns bons phones e vão perceber do que falamos. São temas
de influência essencialmente norte-americana, na composição e produção, a par
de um som que acarreta qualquer coisa de bombástico, fresco e plenamente atual.
Se tivermos em mente que “Soldi” é
já o quinto single, é legítimo esperarmos um álbum sólido que não se restringe
a apenas um ou dois bons momentos. De facto é um lote forte de canções embora,
quase inevitavelmente, haja momentos mais mornos ou que, pelo menos, não nos
camptam tanto a atenção numa primeira audição. Falamos de, por exemplo, “Anni
90 “ (featuring Fabri Fibra).
Para a grande noite de maio há,
para já, uma questão que nos inquieta: como irá a Europa receber o tema que na
grande final do Festival de São Remo recebeu apenas 20% dos votos do público?
Curiosamente, e em modo contraditório, “Soldi” converteu-se num gigante sucesso
de vendas, contabilizando, para já, seis (6!)
semanas no #1 no top de singles mais vendidos em Itália. Qual será a
tendência que a Europa irá seguir na noite de 18 de maio? A de São Remo ou a da
tabela de singles?
Para já, ou para depois de 18
maio, fica a sugestão de um grande disco pop elaborado com as exigências do
nosso século.
Videos promocionais
Uramaki
Milano Good Vibes
Asia Occidente
Gioventù Bruciata
Soldi
Temas destacados por Carlos Carvalho:
“Milano Good Vibes”
Alinhamento
Soldi
Gioventù
Bruciata
Uramaki
Il
Nilo nel Naviglio
Anni
90 (featuring Fabri Fibra)
Asia
occidente
Remo
Milano
Good Vibes
Sabbie
mobili
Mai
figlio único
Soldi
(featuring Guè Pequeno)
A ver: Mahmood (Italy 2019) | London
Eurovision Party INTERVIEW
Pode ouvir o
disco AQUI.
" (...) que apesar de descendência egípcia (terá sido uma eleição 100% inocente?) é tipicamente italiano (...)"
ResponderEliminarFaltou dizer que a Mãe dele é Sardenha (Região de Itália, ilha no caso) e o Pai é que é egípcio, e ele nasceu e viveu em Milão toda a sua vida. Tal como ele diz, ele é 100% italiano.
E sim, foi 100% inocente pq ele não é filho de refugiados, nem viveu noutro país que não a Itália. Só pelo pai ser egípcio ele venceu no maior festival de música de Itália, claro... como se isso fosse suficiente... ele tem talento e a música e o cantor, no caso Mahmood, foram quem venceram.