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[ZONA DE DISCOS #89] Mahmood – “Gioventù bruciata”

Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos. 
Esta semana, a análise recai em "Gioventù bruciata", o primeiro álbum de Mahmood.
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.


Lançamento: 22 de fevereiro de 2019
Nota: 8,5/10
Itália, a eterna favorita, este ano não desilude e parte decidida como, de novo, uma das grandes prediletas. O favoritismo e os fracassos relativos não têm melindrado em nada o sucesso dos temas e dos seus artistas em Itália, e assim compreende-se o porquê dos grandes nomes não terem desistido do concurso europeu. “Soldi” é um guia prático da atual pop italiana e o modo de interpretação de Mahmood, que apesar de descendência egípcia (terá sido uma eleição 100% inocente?) é tipicamente italiano. É a Itália a arriscar no terreno do  R&B contemporâneo. “Soldi”, um autêntico bálsamo para quem se queixa que a Itália não arrisca (que não corresponde de todo à verdade), mas acima de tudo “Soldi” dá-nos a conhecer uma das novas sensações pop do seu país. Vale a pena descobrir. A Eurovisão surge aqui apenas como um feliz acidente.
É nesta sequência que surge o convite ao longa-duração “Gioventù bruciata” - #1 na Itália e disco de ouro, a par de um #46 na Suiça – que é a prolongação da visão artística de Mahmood e uma agradável surpresa. A admiração inicial passa, indubitavelmente, pelo som. Oiçam este disco com uns bons phones e vão perceber do que falamos. São temas de influência essencialmente norte-americana, na composição e produção, a par de um som que acarreta qualquer coisa de bombástico, fresco e plenamente atual.
Se tivermos em mente que “Soldi” é já o quinto single, é legítimo esperarmos um álbum sólido que não se restringe a apenas um ou dois bons momentos. De facto é um lote forte de canções embora, quase inevitavelmente, haja momentos mais mornos ou que, pelo menos, não nos camptam tanto a atenção numa primeira audição. Falamos de, por exemplo, “Anni 90 “ (featuring Fabri Fibra).
Para a grande noite de maio há, para já, uma questão que nos inquieta: como irá a Europa receber o tema que na grande final do Festival de São Remo recebeu apenas 20% dos votos do público? Curiosamente, e em modo contraditório, “Soldi” converteu-se num gigante sucesso de vendas, contabilizando, para já, seis (6!)  semanas no #1 no top de singles mais vendidos em Itália. Qual será a tendência que a Europa irá seguir na noite de 18 de maio? A de São Remo ou a da tabela de singles?
Para já, ou para depois de 18 maio, fica a sugestão de um grande disco pop elaborado com as exigências do nosso século.

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Uramaki


Milano Good Vibes


Asia Occidente


Gioventù Bruciata


Soldi


Temas destacados por Carlos Carvalho: “Milano Good Vibes”


Alinhamento
Soldi
Gioventù Bruciata
Uramaki
Il Nilo nel Naviglio
Anni 90 (featuring Fabri Fibra)
Asia occidente
Remo
Milano Good Vibes
Sabbie mobili
Mai figlio único
Soldi (featuring Guè Pequeno)

A ver: Mahmood (Italy 2019) | London Eurovision Party INTERVIEW


Pode ouvir o disco AQUI.

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Fonte: OPINIÃO CARLOS CARVALHO / Imagem: GOOGLE / Vídeo: YOUTUBE
1
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  1. Anónimo21:01

    " (...) que apesar de descendência egípcia (terá sido uma eleição 100% inocente?) é tipicamente italiano (...)"

    Faltou dizer que a Mãe dele é Sardenha (Região de Itália, ilha no caso) e o Pai é que é egípcio, e ele nasceu e viveu em Milão toda a sua vida. Tal como ele diz, ele é 100% italiano.

    E sim, foi 100% inocente pq ele não é filho de refugiados, nem viveu noutro país que não a Itália. Só pelo pai ser egípcio ele venceu no maior festival de música de Itália, claro... como se isso fosse suficiente... ele tem talento e a música e o cantor, no caso Mahmood, foram quem venceram.

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