Esta semana, a análise recai em "Between the Earth and the Stars", de Bonnie Tyler.
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Lançamento: 22 de março de 2019
Nota: 8/10
É dos maiores nomes de sempre a
pisar o palco da Eurovisão e apesar do tema que defendeu merecesse muito mais
no quadro classificativo, a presença no concurso europeu valeu-lhe a maior
exposição que o brilhante e subvalorizado “Rocks and Honey” (2013) – um dos
melhores álbuns da sua discografia (estão sempre a tempo de descobrir) -
recebeu. “Rocks and Honey” vivia de uma essência country, pop e rock. Uma
conjugação que agradou tanto a Bonnie, despertando-lhe o desejo assumido de
gravar outro álbum do género. Foram
6 longos anos, mas aqui está “Between the Earth and the Stars”.
O novo álbum, lançado a 22 de
março, foi produzido por David Mackay – que já havia trabalhado com Tyler há precisamente 40 anos no intemporal “It's a
Heartache”, tendo também o seu carimbo eurovisivo, uma vez que foi ele o produtor
de “Power to All Our Friends”, a canção com a qual Cliff Richards defendeu o
Reino Unido na Eurovisão do imemorável ano de 1973. Para os mais novos que
possam estar a ler esta crítica, não pensem que “Between the Earth and the
Stars” é um álbum feito apenas pela velha guarda. Amy Wadge, uma das co-responsáveis
pelo gigantesto sucesso “Thinking Out Loud” (2014), de Ed Sheeran está
presente, escrevendo propositadamente para a voz de “Total Eclipse of the Heart”
o tema “Older”, por sinal um dos pontos altos do disco.
“Between the Earth and the Stars”,
à semelhança do álbum anterior, marca a sua identidade a partir do rock e
country rock, mas de uma forma bastante orgânica, crua até. Provavelmente
gravado em regime analógico (se não foi, assim parece), o disco é enriquecido
com desempenhos instrumentais de primeira linha, numa ampliada atmosfera retro.
Tudo no disco flui com uma assinalável naturalidade e os duetos são também de
primeira estirpe, Francis Rossi em "Someone's Rockin' Your Heart" (#5)e
Cliff Richard em "Taking Control" (#7). Mas o momento ouro sobre azul
é, a anos-luz, o dueto com Rod Stewart em “Battle of the sexes” (#2) – uma
colaboração que, segundo Bonnie Tyler é um sonho tornado realidade.
A verdade é que artista de 67 anos,
que conta já com 50 anos de carreira e 17 álbuns de originais, gosta realmente
do que faz e a forma como o diz comprova-o nas várias entrevistas, onde, em
jeito de brincadeira, diz que quer morrer no palco, aos 90 anos :). E o que é o
sucesso? O sucesso para esta veterana é ter gente que admira a querer trabalhar
com ela. Gente e, dizemos nós,
editoras. “Between the Earth and the Stars” é inesperadamente lançado
pela earMUSIC, selo discográfico ligado sobretudo ao metal (Tarja Turunen) e
rock alternativo (Skunk Anansie) e que, para já, parece estar a fazer um ótimo
trabalho, já que o novo álbum de Bonnie Tyler entrou diretamente para o #11 dos
discos mais vendidos na Suiça, #23 na Alemanha, #24 na Áustria e #34 no Reino Unido.
“Between the Earth and the Stars”
podia ainda ser muito melhor se não fosse a roupagem de produção nas baladas “Seven waves away” (#4) e “Let’s go crazy
tonight” (#12), com teclados com nos remetem, de modo nada elogio, para o
início dos anos 90, caindo em desarmonia com o restante álbum. Outro aspecto
menos positivo prende-se também com os vídeos promocionais. Há alguma
dificuldade em fazer um vídeo como deve ser?
Videos
promocionais
Hold on
Between the eart and the stars
Temas destacados por Carlos Carvalho:
“Battle of the sexes” (ft. Rod
Stewart), “Older” e “Move”
Alinhamento
Hold on
Battle of the sexes ft. Rod Stewart
Slow walk
Seven
waves away
Someone’s rockin’ your heart
Older
Taking
Control
Between the eart and the stars
Don’t push your luck
To the moon and back
Bad for loving you
Let’s go crazy tonight
Missing you
Move
A
ver: Bonnie Tyler about "Between The Earth And The Stars"
A
ver: Bonnie Tyler Interview 2019
Pode ouvir o
disco AQUI.
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