Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos.
Esta semana, a análise recai em "Coming Home to You", de Michael Ball.
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Lançamento: 22 de março de 2019
Nota: 4/10
Nome maior do teatro musical há já
30 anos e uma transição auspiciosa para o universo pop, nos início dos anos 90,
com um #2 na Eurovisão de 1992 e um álbum no #1 do competitivo mercado de
álbuns inglês, também em 92. Tudo o resto é história e pelo caminho conta-se muito
ouro, muita platina e uma aclamação contínua por parte da crítica.
O lado de pop star acabou por
ficar em segundo plano, em detrimento de uma aposta segura num tipo de registo
que comercialmente o levou longe, o mundo dos musicais. Ainda em 2016 e 2017,
Michael Ball, em parceria com Alfie Boe, alcançou por duas vezes o #1 do top de
vendas do Reino Unido com “Together” (2x platina) e “Together Again”
(platina). Registos comercialmente
certeiros que só fizeram aumentar a expectativa para o novo “Coming Home to You”.
Lançado no passado dia 22 de março, é o atual #1 no mais aguerrido mercado
europeu. Com uma carreira que tem passado um pouco ao lado dos radares
eurovisivos, Michael Ball volta assim a conseguir um disco a solo que sobe à pole
position, o segundo da sua carreira, 27 anos depois do homónimo “Michael Ball”.
“Coming Home to you” é um híbrido
entre temas eternamente populares, sobretudo dos anos 70 - como são os casos de
“I just can’t help believin’” (#2) de Elvis Presley, 1970; “Sail on” (#5), dos The
Commodores (1979), ou” Love is like a butterfly” (#10) de Dolly Parton -,
valorizando também o que se faz hoje em dia, “Lost without you” (#8) da
ascendente Freya Ridings – a par de alguns originais.
O atual líder de vendas no Reino
Unido, “Coming Home to You”, é easy listening, adornado com toques country
suavizados com arranjos de cordas, muito ao estilo para os admiradores de
Michael Bublé. Infelizmente, ainda não é desta que um disco de Michael Ball nos
convence. Para além de demasiado seguro, o principal erro consiste em levar a
política dos 3 R’s ambientais para o domínio musical. Michael Ball reduz na
quantidade de originais e reutiliza temas que já foram um milhão de vezes
gravados, sendo ainda terceiro “R”, reciclagem, o que menos força tem pela
falta de criatividade com que Michael Ball e a sua equipa se apropriaram dos
temas.
Não se pense que estamos perante um
disco desprezível a nível auditivo, mas sem dúvida que não nos apetece voltar a
ouvi-lo. É tudo muito limpinho, intemporal, suave, imaculado, inofensivo, sem
garra, sem força, morno…. Michael Ball garante-nos que o entusiasmo perante
este disco é de tal modo enorme que não se compara com os registos anteriores –
sim, o discurso habitual – mas não há nada aqui que não tenha sido feito
noutras paragens e com resultados mais entusiasmantes – até pelo próprio Ball. Mas
admitimos que o problema pode estar do nosso lado pois quem escreve esta
análise nunca teve o qualquer entusiasmo face a “One Step Out of Time”, nem mesmo no distante
ano de 1992. No entanto, há quem goste, portanto… talvez era mesmo suposto soar
desta forma.
Qual o grande trunfo deste novo
campeão de vendas? Sem dúvida alguma, a VOZ!
Video promocional
Coming Home To You (Medley)
Tema destacado por Carlos Carvalho: “Lost
without you”
Alinhamento
Home to You
I just can’t help believing’
Tennessee Dreams
All Dance Together
Sail
on
Goin’back
Miss you nights
Lost without you
To love somebody
Love is like a butterfly
I’ll have to say I love you in a
song
Blood red moon
Bright eyes
When the love was easy
A
ver: Michael Ball celebrates his first solo Number 1 album in 27 years
A
ver: Michael Ball - Home To You (Radio 2 Piano Room)
Pode ouvir o
disco AQUI.
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