Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos.
Esta semana, a análise recai em "Musica", dos Il Volo.
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Lançamento: 22 de fevereiro de 2019
Nota: 4/10
Foram a grande sensação da época
pré-eurovisiva 2015, com o que de bom e mau isto acarreta. Se, por um lado,
eram exaltados como os vencedores garantidos, por outro, eram alvo de piadas
inesquecíveis, como “música para donas de casa desesperadas” - créditos para
SPR –, haja sentido de humor. A verdade é que nunca se pode agradar a gregos e
troianos e na guerra entre italianos e suecos Måns Zelmerlöw venceu e “Heroes”
converteu-se no maior sucesso comercial da edição, sendo galardoado na Suécia,
Noruega, Áustria e Espanha. Mas os Il Volo fizeram estragos e “Grande Amore” já
tinha chegado aos Estados Unidos antes da grande noite e o trio Italiano até já
tinha figurado na tabela de discos mais vendidos em Portugal (!!) em 2011 (!!),
algo que passou completamente despercebido aos websites eurovisivos
portugueses.
Depois da Áustria, Gianluca, Piero e Ignazio continuaram a sua
bem sucedida carreira internacional – neste campo continuam a liderar o grupo
de artistas eurovisivos 2015 – e em jeito de aperitivo para uma digressão que
os levará à Bulgária, Polónia e Japão (com mais datas a serem anunciadas
brevemente), apresentam-nos o novo disco, “Musica”, preliminado com "Musica
che resta", tema que, apesar de ter a carga emotiva, melódica e
instrumental de “Grande Amore”, está a ter dificuldade em igualar o sucesso,
não indo além do #16 no top de singles italiano (contra o #1 de “Grande Amore”),
e provavelmente aqui reside o problema de “Musica” - o álbum que, para já,
chegou ao #2 na Itália – brinda-nos com a sensação de mais do mesmo, sensação essa que é
reforçada pela escuta atenta do álbum. “Musica che
resta” surpreende (apesar de ter ficado aquém daquilo que previa), o mesmo não se
pode dizer do álbum.
Se as exibições vocais continuam
imaculadas, o álbum anda somente a dois tempos: por um lado, a recuperação de
ambientes musicais das décadas de 50 e 60, como “Arrivederci Roma” (#3), “People”
(#6), “Be my love” (#9) e “La voce del silenzio” (#10), sendo os restantes momentos
muito ao jeito do universo musical que Tony Carreira (com as devidas diferenças
vocais) oferece ao mercado francês, como por exemplo no álbum “Nos Fiançailles,
France / Portugal”, álbum de 2014 que conta com as participações eurovisivas de
Natasha St-Pier, Gérard Lenorman, Anggun e Lisa Angell, mas com um grau de
produção inferior, oiçam “A chi mi dice” (#4) ou “La voce del silenzio” (#10),
antes de ficarem ofendidos com a comparação.
Como destaques, “Musica che resta”
sobressai (em nada inferior a “Grande Amore”), tal como “Vicinissimo” (#2) e a
versão de “Meravigliosa Creatura” (#11), três momentos de excepcionais um disco
que, no seu todo, parece-nos certinho de mais, extremamente polido, faltando-lhe
ainda impacto instrumental – o grande ponto fraco do disco. Um álbum seguro no
qual o trunfo é também o ponto fraco do trio vocalmente imaculado.
Temas
promocionais promocionais
Musica che resta
Temas destacados por Carlos Carvalho:
“Musica che resta”, “Vicinissomo” e “Meravigliosa Creatura”.
Alinhamento
Musica
che resta
Vicinissimo
Arrivederci
Roma
A
chi mi dice
Fino
a quando fa bene
People
La
nave del olvido
Lontano
dagli occhi
Be
my love
La
voce del silenzio
Meravigliosa
Creatura
A ver: Gianna Nannini & Il Volo -
Meravigliosa Creatura
Pode ouvir o
disco AQUI.
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