Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos.
Esta semana, a análise recai no novo EP de Jill Johnson, "My Remedy".
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Lançamento: 08 de março de 2019
Nota: 9/10
Chegou à Eurovisão com uma balada
que, mais de 20 anos depois, ainda permanece fresca ao ouvido, “Kärleken är”.
Em 2003, não consegue o passaporte para Riga, mas “Crazy in Love”, além do
sucesso comercial e radiofónico, seria o aperitivo para o novo som de Jill
Johnson, materializado no estruturante “Roots & Wings” (2003). Som imponente de produção country pop e country
rock. O sucesso foi tanto que Jill Johnson foi apelidada de Shania Twain sueca.
Apesar de ser uma comparação muito limitadora, é um paralelo eficiente para se
perceber o impacto de Jill Johnson no mercado discográfico. Desde 2003, são
quinze álbuns no top 5 (!) sueco, incluindo 3 discos no #1. Um sucesso
retumbante que estranhamente tem passado completado à margem das atenções da
esmagadora maioria da comunidade eurovisiva.
De um modo geral, o som de Jill
Johnson é orgânico, musculado, com bateria e guitarras proeminentes – daí a
insuficiência da metáfora acima exposta. Um som forte mas que em momento algum deporta
a voz para segundo plano. Aliás, 21 anos depois, a voz que ouvimos em Birmingham
contínua ímpar, carismática e extremamente segura. Outrora, o produtor Scott
Bagget, num EPK, fez mesmo questão de referir que a voz de Jill Johnson precisa
de muito pouco tratamento de estúdio. Aquilo que ouvimos é o que foi
efetivamente interpretado por Jill. E o que ouvimos neste novíssimo EP – “My
Remedy” – lançado na passada sexta-feira (08 de março de 2019), é a
continuidade da excelência da marca de Jill Johnson. Um pequeno grupo de
canções, cinco, unido na identidade country mas amplamente divergente na
essência das canções. Se o tema de abertura, e atual single, “Is it hard being
a man”, é irresistivelmente radiofónico com inteligentes truques instrumentais
que tornam o ainda mais memorável. “My remedy”, o tema-título, para além de
abrir alas ao mid-tempo é o momento 100% coutry / folk deste EP. “Beginning of
the end” (#3) é a balada obrigatória neste tipo de registos e que, apesar de
sólida, é facilmente eclipsada por “I’m gonna love you (until it ends)” (#5).
Já o tema remanescente, com a guitarra introdutória à post-rock, tem os ingredientes
para se converter numa das favoritas entre os apreciadores do trabalho de Jill
Johnson.
O único problema deste EP, “My
Remedy”, reside precisamente no facto de se tratar de um EP, sabe a pouco. Mas
para além de ser um bálsamo audito para quem ansiava novo material é uma
excelente porta de entrada para quem quiser se familiarizar com o trabalho de
Jill Johnson. Nunca é tarde!
À semelhança de um EP analisado na
“Zona de Discos” há umas semanas, “My Remedy” não leva nota máxima apenas pelo
facto de ser um “Extended Play”.
Temas
promocionais
Is it hard being a man
Alinhamento
Is it hard being a man
My Remedy
Beginning of the end
I don’t talk it over
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