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[ESPECIAL] Recorde connosco os diversos sistemas de votação do Festival Eurovisão


O sistema de votação tem passado por diversos modelos ao longo da história do Festival Eurovisão. O ESCPORTUGAL convida-o a recordar todos os modelos que já marcaram presença no concurso.

O chefe de delegação da República Checa revelou, recentemente, que o atual sistema de votação do Festival Eurovisão poderá sofrer alterações em 2019 para aumentar o "dramatismo" da votação, como pode recordar AQUI. O atual sistema, em que as votações do júri são apresentadas individualmente e a votação do público é apresentada em bloco, foi instaurado em 2016 e foi uma das maiores mudanças no sistema de votação do Festival Eurovisão da sua história.

O ESCPORTUGAL pôs mãos à obra e convida-o a recordar todos (!!) os sistemas de votação da história do Festival Eurovisão de 1956:

1956
Com sete países participantes (cada um com duas canções), a votação da primeira edição do Festival Eurovisão esteve a cargo de painéis de dois jurados por cada país que marcaram presença em Lugano, excepto o Luxemburgo que não enviou jurados. A EBU/UER conduziu uma votação secreta e o sistema permitiu que os jurados pudessem votar nas canções dos seus países, além de ter permitido que o júri da Suíça votasse em nome do júri do Luxemburgo. A votação, cujos resultados nunca foram revelados, causou polémica... visto que a Suíça foi o país vencedor da edição inaugural.

1957-1961
Entre 1957 e 1961, o sistema de votação do Festival Eurovisão manteve-se inalterado com a votação a cargo de júris nacionais formados por 10 membros, com cada jurado a atribuir 1 ponto à sua canção favorita, não podendo votar na canção do próprio país. Jacqueline Boyer e "Tom Pillibi", vencedores de 1960, foram os candidatos a receber a maior pontuação no sistema com 32 pontos, numa edição com 13 participantes. Por sua vez, em 1959, André Claveau e "Dors, mon amour", vencedores da edição, receberam a pontuação mais elevada do sistema: o júri da Dinamarca atribuiu 9 pontos à canção francesa, atribuindo 1 ponto à canção belga.


1962
Em 1962, o sistema de votação do Festival Eurovisão foi alterado com cada país a apresentar um júri com dez membros que pontuava as suas três canções favoritas: 3 pontos para a sua favorita, 2 pontos para a segunda canção nas preferências e 1 ponto para a terceira classificada. Finlândia, Dinamarca e Holanda foram os únicos países que não pontuaram a canção de França, vencedora da edição.


1963
Baseado no sistema do ano anterior, o sistema de votação esteve a cargo de júris nacionais constituídos por vinte membros, pontuando as cinco canções favoritas: 5 pontos para a favorita e assim sucessivamente até 1 ponto para a quinta nas preferências. A Dinamarca, país vencedor, ficou de fora dos pontuados da Jugoslávia, França, Espanha e Mónaco.

1964-1966
Entre 1964 e 1966, os júris nacionais de cada país, formados por dez membros, distribuíram 9 pontos de três formas possíveis: caso todos os votos dos jurados fossem para uma canção, essa receberia 9 pontos; caso fossem para duas canções, as canções receberiam 6 e 3 pontos; e se o painel tivessem pontuado três ou mais canções, as três mais pontuadas receberiam 5, 3 e 1 pontos. Contudo, nos três anos, nenhum júri deu 9 pontos a uma canção, enquanto o júri da Bélgica, em 1965, deu 6 pontos ao Reino Unido e 3 pontos a Itália. 



1967-1969
Cinco anos depois, a organização do Festival Eurovisão recuou ao sistema de votação utilizado entre 1957 e 1961, com os júris nacionais formados por dez membros, com cada elemento a atribuir 1 ponto à sua canção favorita. Nos três anos em que o sistema esteve em vigor, a pontuação mais alta atribuída foram os 7 pontos recebidos pela candidatura britânica em 1967 provenientes da França, Suíça e Noruega.


1970
Depois da polémica em torno do resultado de 1969, com quatro países a serem declarados vencedores, o sistema de votação do Festival Eurovisão de 1970 apenas sofreu uma mudança: em caso de empate, os júris nacionais dos países concorrentes voltariam a votar nas duas (ou mais canções) empatadas. O júri da Bélgica voltou a destacar-se ao atribuir 9 pontos à canção da Irlanda, vencedora da edição, enquanto que o ponto restante rumou ao Mónaco.



1971-1973
Entre 1971 e 1973, a votação do Festival Eurovisão esteve a cargo de júris nacionais formados por dois jurados: um com mais de 25 anos e outro com menos de 25 anos, sendo obrigatório os dois jurados de cada país terem uma diferença de idades superior a 10 anos. Cada jurado votava em todas as canções entre 1 e 5 pontos, com cada país a dar um mínimo de 2 pontos e um máximo de 10 a cada canção a concurso. Mónaco, país vencedor em 1971, teve o recorde de pontuações máximas do sistema, a receber 10 pontos de seis países. Por sua vez, Portugal recebeu a pontuação máxima de França, em 1971, e de Luxemburgo, em 1972, amealhando também 5 pontuações mínimas nos três anos... duas delas oriundas da Suécia.



1974
Depois de três anos com o sistema com os jurados a votar no recinto, a edição de 1974 voltou a contar com o sistema de votação com os júris nacionais formados por dez elementos, em que cada elemento atribuía 1 ponto à sua canção favorita. A pontuação mais elevada atribuída foi 5 pontos, com o júri belga a destacar-se (novamente): o júri pontuou 9 canções, entre 16 candidatos, com o Mónaco a receber 2 pontos, enquanto Reino Unido, Noruega, Jugoslávia, Luxemburgo, Holanda, Alemanha, Suíça e Itália a receberem 1 ponto.


1975-1996
Em 1975, a organização do Festival Eurovisão instaurou um novo modelo de votação, que se tornaria uma imagem de marca do concurso. A votação de cada país estava a cargo de um júri com, pelo menos, 11 elementos (mais tarde, subindo para 16), pontuando as dez canções favoritas: a canção favorita receberia 12, a segunda 10, a terceira 8 e assim sucessivamente até à 10.ª canção que receberia 1 ponto. A Alemanha em 1982 foi o país vencedor com maior número pontuações máximas (9), enquanto o Reino Unido, em 1981, venceu o concurso com apenas duas pontuações máximas.

1997
Em 1997, a votação do Festival Eurovisão esteve a cargo do júri de 20 países, enquanto o televoto foi utilizado por 5 países: Alemanha, Áustria, Reino Unido, Suécia e Suíça. A Irlanda, com 47 dos 60 pontos possíveis, foi o país mais votado do televoto, seguida do Reino Unido, com 46 dos 48 pontos possíveis, tendo sido a favorita dos 3 dos 4 países elegíveis em votar na canção britânica. Por outro lado, a Islândia (20.ª entre 25) recebeu a maioria dos votos dos países que usaram o televoto: apenas o júri da Estónia (2) votou na canção islandesa, que terminou com 18 pontos.



1998-2000
Entre 1998 e 2000, as regras do Festival Eurovisão ditaram que a votação do concurso deveria estar exclusivamente a cargo do televoto; contudo, a organização obrigava a cada país a contar com um júri nacional, que votaria caso houvesse problemas no televoto. Eslováquia, Hungria, Roménia (2), Turquia (3), Lituânia, Irlanda, Bósnia-Herzegovina, Rússia e Macedónia do Norte foram os países que usaram o júri, devido ao reduzido número de votos registados. Por outro lado, a Holanda votou através do júri em 2000, devido à interrupção da transmissão do concurso devido a um desastre na cidade de Enschede.
2001-2002
Nas edições de 2001 e 2002, a organização do Festival Eurovisão deu liberdade às emissoras participantes para selecionar o seu sistema de votação: televoto (100%) ou sistema júri (50%) - televoto (50%). Contudo, em circunstâncias excepcionais, foi utilizada exclusivamente a votação do painel de jurados: Rússia, Bósnia-Herzegovina e Turquia utilizaram sempre a votação apenas do júri, enquanto Portugal, em 2001, optou pelo sistema 100% televoto.



2003
Em 2003, a EBU/UER aboliu a possibilidade da votação ponderada entre o júri e o televoto, com a votação a cargo exclusivamente do público. A Bósnia-Herzegovina e a Rússia receberam uma excepção do televoto, visto que a rede de telecomunicações cobria menos de 80% da área dos países. Por outro lado, a Irlanda também votou através do júri, com as empresas de telecomunicação no país a registarem problemas com a entrega dos votos. Tal como nos anos anteriores, todos os país tinham um júri para salvaguardar problemas com o televoto, sendo constituído por 8 elementos, com idade e sexo igualmente distribuído e com 4 elementos do público e 4 elementos da área musical.

2004-2007
Com instauração da semifinal, a votação do Festival Eurovisão manteve-se igual à de 2003, com o televoto e/ou votação por SMS a ditar os resultados finais. Contudo, para salvaguardar problemas com a votação do público, todos os países tinham um painel de 8 jurados para votar. Andorra e Mónaco tiveram problemas no televoto nos dois espetáculos em 2005, enquanto Albânia e Moldávia utilizaram o júri na semifinal e na final de 2005, respetivamente.


2008
Em 2008, a organização do Festival Eurovisão implementou as duas semifinais, tendo feito uma alteração na votação do concurso nas eliminatórias: os nove primeiros classificados da votação do televoto dos países participantes conseguiriam o apuramento, estando o décimo classificado a cargo de um painel de jurados. A Polónia, décima classificada na primeira semifinal, foi a escolhida do júri, enquanto a Suécia, décima-segunda na segunda gala, foi a escolhida, colocado a Macedónia do Norte de fora da Final.


2009
Depois da experiência de 2008, a EBU/UER manteve o formato da votação nas semifinais, com o júri a ser responsável pelo apuramento da décima canção de cada semifinal: Finlândia (12.º) e Croácia (13.º) foram as escolhidas em detrimento da Macedónia do Norte e da Sérvia, respetivamente. Por sua vez, na Grande Final, a organização instaurou o sistema 50/50: a votação de cada país esteve a cargo do televoto (50%) e de um painel de cinco jurados (50%). Cada vertente da votação pontuava dez canções, sendo que, em caso de empate, prevalecia a votação do público. Albânia e Espanha votaram exclusivamente através do júri nas semifinais, devido à transmissão em diferido, enquanto a Noruega registou problemas no televoto na Grande Final.


2010-2012
Entre 2010 e 2012, a votação do Festival Eurovisão nas diversas galas esteve a cargo do sistema 50/50: a votação de cada país esteve a cargo do televoto (50%) e de um painel de cinco jurados (50%). Cada vertente da votação pontuava dez canções, sendo que, em caso de empate, prevalecia a votação do público. São Marino foi o único país a ter a votação totalmente a cargo do júri, enquanto a Albânia votou também pelo júri na semifinal de 2012 devido a um grave acidente de viação no país, o que levou a RTSH a transmitir o concurso em diferido.


2013-2015
Por sua vez, entre 2013 e 2015, o sistema manteve-se igual ao anterior, mas com o júri e o televoto a combinarem-se de forma diferente. Os dois modelos de votação classificavam todas as canções concorrentes, em vez de apenas as dez primeiras, sendo as classificações somadas e posteriormente ponderadas. Em caso de empate, a votação do público teve prioridade. Em várias galas, alguns países utilizaram exclusivamente o voto do júri devido a número insuficiente de votos no televoto, enquanto, em 2015, a votação do júri de Montenegro foi anulada por alegada fraude, tendo sido apenas utilizado o voto do público.



2016-atualidade
Em 2016, o Festival Eurovisão sofreu uma das maiores mudanças na votação da sua história, com a votação do júri e do público a serem apresentadas em separado. A votação do painel de jurados de cada país, formado por cinco elementos, é apresentada individualmente na Grande Final, com o porta-voz a anunciar apenas a pontuação máxima, enquanto as restantes pontuações são apresentadas diretamente no ecrã. Após a votação dos jurados, a organização apresenta a votação do televoto em bloco: a soma dos pontos resultantes da votação do público de todos países participantes são apresentados do país menos pontuado para o mais pontuado, mantendo o suspense até ao final da transmissão.


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Fonte: ESCPORTUGAL / Imagem: Google/ Vídeo: Eurovision.tv
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