Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos.
Esta semana, a análise recai no disco de tributo a Carlos Paião, devidamente intitulado "Paião".
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Esta semana, a análise recai no disco de tributo a Carlos Paião, devidamente intitulado "Paião".
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Lançamento: 16 de novembro de 2018
Nota: 8,5/10
Não é uma ideia pioneira, mas nem
por isso deixa de ser arriscada. Mexer num legado que por toda uma nação é
reconhecível é sempre algo audacioso, contexto propício a preconceitos e
comentários negativos antes de se dar o benefício da dúvida e…. ouvir. “É deste
modo que se destrói um clássico” é o comentário clássico que prevemos que irá
aparecer (ou que já apareceu).
Tributo a Carlos Paião - Semi-Final 2 Festival da Canção (RTP1-25/02/18)
M80 - Paião - Pó de Arroz (Carlos Paião)
Será porventura difícil sintetizar
a genialidade de Carlos Paião, mas a brincadeira séria em torno das palavras em
plena harmonia com uma métrica melódica contribuíram sem dúvida para o carimbo
distintivo de Carlos Paião. Ao ouvir, “Paião” – o disco de tributo – percebemos
que Nuno Figueiredo (Virgem Suta e Ultraleve), João Pedro Coimbra (Mesa), Via, Jorge Benvinda
(Virgem Suta) e Marlon (Os Azeitonas) tiveram em atenção essa matriz artística
de Carlos Paião e, nas palavras do quinteto, “Paião é a nossa sincera homenagem
à fantástica obra de Carlos Paião, um souvenir contra a saudade habitual.”
Assim, com um pé no século XXI e outro na essência musical de Carlos Paião,
podemos disfrutar de 10 novas abordagens a clássicos escritos e compostos pelo
nosso representante eurovisivo de 1981, 7 dos quais popularizados pelo próprio,
um por Herman José – “Canção do Beijiho” –, “O senhor extraterrestre” por
Amália Rodrigues e “Vinho do Porto (Vinho de Portugal)” em dueto com Cândida
Branca Flor.
O disco, que foi lançado a 16 de
novembro de 2018, oferece-nos, por exemplo, uma “Cinderela” mais orgânica mas
sem matar a melodia original; a peculiar “Não há duas sem três” reveste-se de
um aroma folk, americano, e a electrónica relativa de “Souvenir” é despida em
favor de uma sonoridade mais acústica. “Vinho do Porto (Vinho de Portugal)”
está menos efusivo do que nas interpretações de Cândida Branca Flor e Carlos
Paião, sendo os ouvintes compensados com as abordagens retro de “Zero a Zero” e
“Play-Back”.
O disco que, para já, alcançou o
#20 na tabela de discos mais vendidos em Portugal, será apresentado ao vivo, no
dia 1 de fevereiro, na Casa da Música, no Porto; e, no dia 2, em Lisboa, no
Capitólio.
30 anos após o seu falecimento
prematuro, “Paião” apresenta-se capaz de marcar numa dupla vertente. Por um
lado, é um disco para fãs de Carlos Paião mas, por outro, é também um produto
de descoberta para novas gerações, em jeito de primeiro contacto com um dos
génios da música portuguesa do século XX.
Temas promocionais (Não
por ordem de lançamento)
" Pó de arroz”
Tema destacado
por Carlos Carvalho: “Playback”
Alinhamento
Pó
de Arroz
Cinderela
Não
há duas sem três
Souvenir
de Portugal
Vinho
do Porto – Vinho de Porto
Zero
a Zero
Play-back
Ga-Gago
A ver:
Tributo a
Carlos Paião - Semi-Final 1 Festival da Canção (RTP1-18.02.18)
Tributo a Carlos Paião - Semi-Final 2 Festival da Canção (RTP1-25/02/18)
M80 - Paião - Pó de Arroz (Carlos Paião)
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