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[ZONA DE DISCOS #74] Paião - "Paião"

Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos. 
Esta semana, a análise recai no disco de tributo a Carlos Paião, devidamente intitulado "Paião".
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.


Lançamento: 16 de novembro de 2018
Nota: 8,5/10
Não é uma ideia pioneira, mas nem por isso deixa de ser arriscada. Mexer num legado que por toda uma nação é reconhecível é sempre algo audacioso, contexto propício a preconceitos e comentários negativos antes de se dar o benefício da dúvida e…. ouvir. “É deste modo que se destrói um clássico” é o comentário clássico que prevemos que irá aparecer (ou que já apareceu).
Será porventura difícil sintetizar a genialidade de Carlos Paião, mas a brincadeira séria em torno das palavras em plena harmonia com uma métrica melódica contribuíram sem dúvida para o carimbo distintivo de Carlos Paião. Ao ouvir, “Paião” – o disco de tributo – percebemos que Nuno Figueiredo (Virgem Suta e Ultraleve),  João Pedro Coimbra (Mesa), Via, Jorge Benvinda (Virgem Suta) e Marlon (Os Azeitonas) tiveram em atenção essa matriz artística de Carlos Paião e, nas palavras do quinteto, “Paião é a nossa sincera homenagem à fantástica obra de Carlos Paião, um souvenir contra a saudade habitual.” Assim, com um pé no século XXI e outro na essência musical de Carlos Paião, podemos disfrutar de 10 novas abordagens a clássicos escritos e compostos pelo nosso representante eurovisivo de 1981, 7 dos quais popularizados pelo próprio, um por Herman José – “Canção do Beijiho” –, “O senhor extraterrestre” por Amália Rodrigues e “Vinho do Porto (Vinho de Portugal)” em dueto com Cândida Branca Flor.
O disco, que foi lançado a 16 de novembro de 2018, oferece-nos, por exemplo, uma “Cinderela” mais orgânica mas sem matar a melodia original; a peculiar “Não há duas sem três” reveste-se de um aroma folk, americano, e a electrónica relativa de “Souvenir” é despida em favor de uma sonoridade mais acústica. “Vinho do Porto (Vinho de Portugal)” está menos efusivo do que nas interpretações de Cândida Branca Flor e Carlos Paião, sendo os ouvintes compensados com as abordagens retro de “Zero a Zero” e “Play-Back”.
O disco que, para já, alcançou o #20 na tabela de discos mais vendidos em Portugal, será apresentado ao vivo, no dia 1 de fevereiro, na Casa da Música, no Porto; e, no dia 2, em Lisboa, no Capitólio.
30 anos após o seu falecimento prematuro, “Paião” apresenta-se capaz de marcar numa dupla vertente. Por um lado, é um disco para fãs de Carlos Paião mas, por outro, é também um produto de descoberta para novas gerações, em jeito de primeiro contacto com um dos génios da música portuguesa do século XX.

Temas promocionais (Não por ordem de lançamento)
" Pó de arroz”

Tema destacado por Carlos Carvalho: “Playback”

Alinhamento
Pó de Arroz
Cinderela
Não há duas sem três
Souvenir de Portugal
Vinho do Porto – Vinho de Porto
Zero a Zero
Play-back
Ga-Gago

A ver:
Tributo a Carlos Paião - Semi-Final 1 Festival da Canção (RTP1-18.02.18)


Tributo a Carlos Paião - Semi-Final 2 Festival da Canção (RTP1-25/02/18)


M80 - Paião - Pó de Arroz (Carlos Paião)



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Fonte: OPINIÃO CARLOS CARVALHO / Imagem: GOOGLE / Vídeo: YOUTUBE
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