No dia em que serão conhecidos os 16 compositores a concurso no Festival da Canção 2019, o ESCPortugal convida-o a recordar as biografias dos compositores responsáveis pelas dez melhores classificações de Portugal no Festival Eurovisão. Sabe quem são?
A pouco tempo de conhecermos os 16 compositores que disputarão o direito de representar Portugal no Festival Eurovisão 2019, o ESCPortugal meteu mãos à obra e recorda os compositores das dez melhores classificações portuguesas no certame internacional. Baseado no Top10 lançado pelo site oficial do concurso no ano passado, onde é tido em conta o número de participantes em cada edição, recorde connosco as biografias dos compositores que escreveram a história de Portugal na Eurovisão:
10. "Sobe Sobe Balão Sobe" de Carlos Nóbrega e Sousa
Carlos de Melo Garcia Correira Nóbrega e Sousa nasceu a 4 de abril de 1913 em Aveiro, tendo começado os estudos musicais aos 7 anos de idade. Com um curso superior de Piano no Conservatório, Carlos Nóbrega e Sousa gravou as primeiras composições em 1933 e entrou, em 1940, para a Emissora Nacional, como chefe de secção de música ligeira, sendo que o grande sucesso da sua carreira apenas apareceu em 1958 com "Vocês Sabem Lá", na voz de Maria de Fátima Bravo. Venceu três edições do Festival da Canção (1965 com Sol de Inverno, 1970 com Onde Vais Rio Que Eu Canto e em 1979 com Sobe Sobe Balão Sobe), tendo sido o autor e compositor de mais de meio milhar de canções. Faleceu a 4 de abril de 2001, no lar da Casa do Artista, em Lisboa.
9. "A cidade (até ser dia)" de Pedro Abrantes, Marco Quelhas e Paulo de Carvalho
Marcelino Arnaldo Soares Santos Quelhas, nascido no Porto a 14 de agosto de 1957, mais conhecido como 'Marco Quelhas', começou a cantar em criança num coro de igreja, tendo sido solista na Mocidade Portuguesa. Depois de 15 anos emigrado, regressa a Portugal em 1989, formando os Karamuru e chegando ao 2.º lugar no Festival da Canção. É um dos compositores de 'A Cidade (até ser dia)', tema que Anabela defende no Festival Eurovisão 1993, sendo também um dos compositores do tema que a cantora levou ao Festival da OTI. É convidado para júri da edição de 1994 do Festival OTI, em Valência, e, em 2001, representa Portugal no Festival Eurovisão no duo MTM, com "Só Sei Ser Feliz Assim", tema da sua autoria.
Nascido a 15 de maio de 1947 em Lisboa, Manuel Paulo de Carvalho da Costa é um dos maiores nomes da música portuguesa. Fundador dos Sheiks, em 1963, Paulo de Carvalho integra diversos grupos até ao início dos anos 70, altura em que inicia uma carreira a solo. Participa em diversas edições do Festival da Canção, conquistando a vitória com "E Depois do Adeus", tema utilizado como senha no 25 de Abril. A convite de Francisco Sá Carneiro, escreve o hino do Partido Popular Democrático (PPD), estreando-se como compositor para outros com a canção "Lisboa Menina e Moça", celebrizada por Carlos do Carmo. Vence o Festival da Canção de 1977 com Os Amigos e representa Portugal no Festival da OTI do mesmo ano, gravando inúmeros discos ao longo das décadas. Em 1993 regressa ao Festival Eurovisão enquanto compositor de "Cidade até ser dia" e foi condecorado com o grau de Oficial da Ordem da Liberdade em 2009.
8. "Todas as Ruas do Amor" de Pedro Marques
Percursionista do grupo Flor de Lis, Pedro Marques foi também o compositor e o autor de "Todas as Ruas do Amor", tema que o grupo defendeu no Festival Eurovisão 2009, em Moscovo. Três anos depois, em 2012, regressa ao Festival da Canção enquanto co-compositor de Outono em forma de gente, terminando na 8.ª posição. Recentemente, Pedro Marques abriu um serviço de composição de música online, SENN - Home Recording Studio, fazendo composições, letras e instrumentais para diversos serviços.
7. "A Festa da Vida" de José Calvário
Nascido no Porto em 1951, José Carlos Barbosa Calvário foi considerado um dos melhores orquestradores e arranjadores de Portugal. Iniciando os estudos musicais em 1956, José Calvário estudou no Conservatório de Música do Porto, tendo dado o primeiro concerto juntamente com a Orquestra Sinfónica da cidade com apenas 10 anos. Participa no Festival da Canção pela primeira vez em 1971 assinando a canção "Flor Sem Tempo", tendo conquistado três edições do certame ao longo da história: em 1972 com A Festa da Vida, em 1974 com E Depois do Adeus e em 1988 com Voltarei. Com quase duas dezenas de trabalhos lançados, José Calvário trabalhou com os maiores nomes da música portuguesa ao longo das décadas até novembro de 2008, altura em que sofreu um enfarte que o deixou em estado vegetativo. Homenageado no Festival da Canção de 2009, o orquestrador viria a falecer a 17 de junho de 2009, aos 58 anos de idade.
6. "Lusitana Paixão" de José da Ponte e Jorge Quintela
José João dos Santos Águas Ponte nasceu a 7 de fevereiro de 1954, ficando conhecido como Zé da Ponte. Baixista, compositor e produtor musical, participou, em 1976, no disco Homo Sapiens de José Luis Tinoco. Integra o grupo Salada de Frutas, com Lena d'Água, antes do sucesso do tema Robot, entrando também no grupo Zoom. Vence o Festival da Canção em 1986 com Não Sejas Mau P'ra Mim e em 1991 com Lusitana Paixão, tendo sido o responsável pelos hinos da RTP em 1991 e da SIC em 1992. Em 2005, é convidado pela RTP para compor Amar, tema representante de Portugal no Festival Eurovisão, voltando a ser convidado pela estação pública para criar o hino dos 50 anos, O Primeiro Olhar. Era um dos administradores da Sociedade Portuguesa de Autores. Faleceu a 29 de janeiro de 2015.
Compositor português, Jorge Quintela conta com diversas participações no Festival da Canção. Estreia-se em 1990 como orquestrador, repetindo a experiência no ano seguinte, edição em que compõe "Lusitana Paixão", tema vencedor na voz de Dulce Pontes. Regista também participações como orquestrador em 1992 e 1998, trabalhando atualmente com alguns dos grandes nomes da música, como Rao Kyao.
5. "Um Grande Grande Amor" de José Cid
José Albano Cid Ferreira Tavares, conhecido por José Cid, nasceu a 4 de fevereiro de 1942 na Chamusca. Muda-se para Coimbra, onde integra diversos grupos de covers, como o Conjunto Orfeão e Os Claves. Ingressa no Instituto Nacional de Educação Física em 1965, ano em que integra o Conjunto Mistério, grupo que daria origem ao Quarteto 1111. Considerado um dos mais inovadores projetos musicais portugueses, o grupo dá origem, em 1972, ao Green Windows. Participa no Festival Internacional de Tóquio e, em 1978, lançou o álbum 10.000 anos depois entre Vénus e Marte, um marco na história do rock progressivo. Representa Portugal no Festival da OTI de 1979 e, em 1980, vence o Festival da Canção com "Um Grande Grande Amor", conquistando o sétimo lugar no certame internacional. Com dezenas de discos lançados, José Cid é um dos cantores com mais participações no Festival da Canção: vence em 1980 e em 1998 (como compositor), tendo participações em 1968, 1974, 1978, 1981, 1988, 1993, 1995, 1996, 1997, 2007 e 2015.
4. "Chamar a Música" de João Mota Oliveira
João Carlos Campos de Sousa Mota Oliveira nasceu a 17 de setembro em Lisboa, tendo-se dado a conhecer ao grande público com as participações no Festival da Canção. Em 1994 estreia-se no concurso com "Chamar a Música", interpretado por Sara Tavares e com letra de Rosa Lobato de Faria, tendo arrecadado a vitória. Nos quatro anos seguintes volta a participar no Festival, terminando em todas as ocasiões no 2.º lugar, algo inédito na história do concurso. Atualmente é diretor da Academia de Música de Telheiras, em Lisboa.
3. "Senhora do Mar" de Andrej Babic
Nascido a 30 de julho de 1977 em Rijeka, o compositor Andrej Babić é um dos dois estrangeiros que venceram o Festival da Canção enquanto compositores. Depois de ter representado a Croácia (2003), a Bósnia-Herzegovina (2005) e a Eslovénia (2007) no Festival Eurovisão, Andrej venceu o Festival da Canção 2008 com "Senhora do Mar", tema defendido por Vânia Fernandes, alcançando a 13.ª posição em Belgrado. Quatro anos depois, volta a representar Portugal no certame internacional enquanto compositor de "Vida Minha", contabilizando-se outras três participações no certame nacional: 2.º lugar em 2010 e 2014 e 11.º em 2011.
2. "O Meu Coração Não tem Cor" de Pedro Osório
Pedro Correia Vaz Osório nasceu a 17 de julho de 1939 na cidade do Porto, onde estudou Música e Engenharia Mecânica. Antes do serviço militar em Angola, Pedro Osório tocou em diversos grupos de bailes, tendo, em 1967, tomado a decisão de abandonar os estudos em engenharia e optado pela carreira de músico profissional. Abandona também os conjuntos pop rock, dedicando-se à orquestração e direção de orquestra. Escreve diversas canções, edita discos e lança inúmeros projetos, como "Só Nós Três" com Paulo de Carvalho, Fernando Tordo e Carlos Mendes, em 1989, e "As Canções do Século", de Lena d'Água, Rita Guerra e Helena Vieira, em 1993. Além de diretor musical, Pedro Osório dirigiu ainda o Sindicado Nacional dos Músicos e foi membro da administração da Sociedade Portuguesa de Autores. Representou Portugal no Festival Eurovisão em diversas ocasiões e com diferentes papéis: em 1975 e 1984 foi chefe de orquestra da candidatura portuguesa, tendo sido o compositor de Verão, em 1968, e O Meu Coração Não tem Cor, em 1996. Morreu a 5 de janeiro de 2012 em Lisboa, no Hospital São Francisco Xavier.
1. "Amar Pelos Dois" de Luísa Sobral
Luísa Sobral, cantora e compositora, deu-se a conhecer em 2003, aquando da sua participação no Ídolos, na SIC, onde com apenas 16 anos de idade alcançou a 3.ª posição. Posteriormente, rumou aos Estados Unidos para se licenciar na Berklee College of Music, regressando em 2009. O álbum de estreia, The Cherry On My Cake, foi lançado em 2011, atingindo o nº 3 de vendas em Portugal. No ano seguinte atuou no programa Jools Holland, gravando alguns temas com Alejandro Sanz e David Fonseca. Em 2017, vence o Festival da Canção com "Amar Pelos Dois", tema interpretado pelo seu irmão Salvador, conquistando a primeira vitória de Portugal no Festival Eurovisão. Juntamente com Maria Guinot, Dina e Isaura, é uma das quatro mulheres compositoras vencedoras do Festival da Canção.
Com todo o respeito pela fabulosa e profissional equipa do ESCPortugal, todos sabemos que estamos a colocar no mesmo saco alhos e bugalhos. Há anos com boa qualidade musical que músicas de excelente qualidade ficam na 2ª metade da lista de participantes (inclusive não chegam a passar da semifinal), assim como há anos muito maus que "qualquer" música boa/diferente ganha. Todos nós também sabemos que os (maus) resultados de Portugal no ESC se deve puramente à incompetência da RTP, que tramou canções muito boas e que estavam bem cotadas até o ESC. Pegando na nossa música de 1994, alguém me explica como é possível, matematicamente falando, uma música que tinha 3 minutos no FC passar a ter no ESC 3:30 minutos (foi esta a desculpa esfarrapada dada pela RTP)? Foi a RTP que deu ordem para amputar a letra, ficando aquela coisa sem nexo com 2:30 minutos. Isto para não falar nos trapos que os nossos representantes eram obrigados a vestir, ficando em vários casos o visual muito pior que no FC, como em 1990, só para dar um exemplo. Já para não falar dos desarranjos orquestrais, no tempo de orquestra ao vivo. Independentemente do meu gosto musical, todos os intérpretes e autores que participaram no ESC têm o meu respeito. Namasté.
ResponderEliminarAdoro as musicas do Andrej babic
ResponderEliminarEsta ordem de classificação nao está correta.
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