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[ZONA DE DISCOS #65] Márcia "Vai e Vem"

Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos. Hoje, o destaque vai para o novo álbum de Márcia, "Vai e Vem".
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.


Lançamento: 12 de outubro de 2018
Nota: 9,5/10


Numa época em que o formato single (digital) tem mais força do que o conceito de álbum, “Vai e Vem” de Márcia rema contra a maré e demonstra que a ideia de longa-duração é ainda indispensável para a condução plena de uma verdadeira experiência musical, e enquanto consolida uma artista que ainda está em ascenção, mostra-nos uma Márcia mais confiante e sonicamente distinta em relação aos seus trabalhos anteriores.
Nas várias entrevistas dadas para a demanda promocional do disco, Márcia tem frisado que a mudança não foi intencional, talvez nem consciente, e talvez por causa disso o ar confessional, ainda algo sussurrado e intimista, mantém-se, mas agora as várias vertentes da produção e execução – com Filipe Moteiro e Kid Gomez no comando - estão bem limadas e alinhadas a um conjunto de melodias quase todas elas bastante curtas mas emocionalmente fortes e criativamente bem distintas entre si, despertando em quem ouve a rara sensação de querer voltar ao início do álbum quando o último acorde é pressionado.
A heterogeneidade das melodias inteligentemente interligadas a uma produção coesa oferece-nos vários momentos musicais verdadeiramente aprazíveis e interessantes,  desde os temas promocionais, “Agora”, “Tempo de aventura” e “Tempestadade”, a “Corredor” que, apesar de ter apenas 2m22 de duração, consegue ser o tema mais eléctrico e relativamente barulhento que Márcia já agravou até hoje, mas que oferece um contraste delicioso com a voz segura sem exuberâncias desnecessárias.
Falar de “Vai e Vem” é também falar necessariamente dos três duetos que indubitavelmente oferecem uma adição qualitativa a este novo disco. “Vai e Vem”, com António Zambujo; “Emudeci”, com Samuel Úria;  e “Pega em mim”, com Salvador Sobral são as colaborações vocais, gravadas à moda antiga e que comungam do espírito artístico de Márcia.
Desde 2009 já se passaram praticamente 10 anos, uma década durante a qual Márcia aguardou o seu momento com paciência num trabalho constante que paulatinamente foi subindo degrau a degrau, pedindo timidamente permissão para entrar para a primeira linha dos nomes mais sonantes da atual música portuguesa.
Quanto a nós, dizemos, sem qualquer dúvida, que este é o melhor disco nacional de 2018 - esperamos ainda, no entanto, pelo que vai ser editado em novembro e dezembro. De certo modo, o público está entusiasmado com esta nova fase de Márcia e em apenas uma semana, “Vai e Vem” conseguiu o que Márcia ainda não tinha tido numa década discográfica, um disco no top 5 dos álbuns mais vendidos em Portugal. Mas isto é só o princípio e mesmo que não venha a ser um sucesso imediato de vendas, será com toda a certeza um disco que vai permanecer na memória e numa renovada descoberta nos anos que se seguem…. É apenas um pressentimento mas…
               
Temas promocionais
Tempestade




Tempo de aventura




Agora


Alinhamento
Tempestade
Vai e vem (com António Zambujo)
Corredor
Manilha
Emeduci (com Samuel Úria)
Mil anos
Agora
Pega em mim (com Salvador Sobral)
Tempo de aventura
Do que eu sou capaz
Amor conforme
Ao chegar

A ver
Márcia - Vai e Vem | Ao Vivo Na Antena 3 | Antena 3




Márcia - Tempestade | Ao Vivo Na Antena 3 | Antena 3



Pode ouvir o disco AQUI

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Fonte: OPINIÃO CARLOS CARVALHO / Imagem: GOOGLE / Vídeo: YOUTUBE
1
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  1. Anónimo20:45

    Nestas crónicas os discos são sempre perfeitos!

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