Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos. Hoje, o destaque vai para o segundo álbum de Joana Espadinha, "O material tem sempre razão".
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Lançamento: 28 de setembro de 2018
Nota: 7/10
É definitivamente a nova música portuguesa no Festival da Canção século XXI. A edição de 2018 viu Joana Espadinha, estrela em ascensão, a entrar no historial de participantes, aumentando assim a curiosidade para o seu segundo álbum a solo, “O material tem sempre razão”, que vê agora a luz do dia e que tal como a sua proposta para a eurovisão - “Zero a zero” - assenta numa colaboração direta com Benjamim.
Embora o título do álbum esteja justificado, por ser o nome da décima faixa do álbum,
por sinal uma das melhores, receamos poder causar uma má primeira impressão,
principalmente numa época onde os títulos assumem um papel preponderante, especialmente
no domínio das notícias, onde muitos leitores (?) não passam das letras gordas.
Receamos uma reação semelhante com este disco com o título a funcionar como um
travão para a descoberta do seu conteúdo.
“O
material tem sempre razão” é pop assente numa estética indie, utilizando
técnicas interessantes desse domínio que contribuem para o equilíbrio entre uma
relativa novidade sonora e o molde canção. Aliás, uma das principais funções e
obejtivos da equipa criativa parece ter sido a construção de refrões capazes de
perdurar na memória, destacando-se “Vai ser melhor” (#4) ou então o tema-título
do álbum “O material tem sempre razão” (#10).
A
abertura do disco, contudo, revela na perfeição o ecossistema sónico da aposta
de “O material tem sempre razão”, indie, que associado à voz da Joana
Espadinha, dá-nos uma sensação de renovado vigor que, de certo modo, muito nos lembra
o saudoso início dos anos 80 – oiçam “Contramão” (#6) e irão perceber o sentido
da comparação.
Até
ao momento, os singles parecem-nos escolhas certeiras, canções com tempero
radiofónico, além de potencial para optimizar a comercialização do longa-duração,
a par de poder aumentar a base dos seus seguidores e ainda piscar um olho à
crítica profissional.
É um álbum que vai marcar a música
portuguesa desta década? Não, embora pareça-nos um degrau seguro na construção
da carreira de Joana Espadinha, quatro anos depois da sua recomendadíssima
estreia mais jazzística em “Avesso” (2014) e das múltiplas participações em
outros projetos, das quais damos especial ênfase ao novo disco dos The Happy
Mess, “Dear Future” (rever análise AQUI).
No que respeita ao domínio
comercial, Joana Espadinha teve já razões para sorrir com o seu novo disco, uma
vez que conseguiu figurar na lista dos discos mais vendidos em Portugal, tendo,
para já, a 35ª posição como a sua melhor prestação.
Temas promocionais
Leva-me a dançar
Pensa Bem
Alinhamento
Jogo
das Cadeiras
Leva-me
a dançar
Pensa
bem
Vai
ser melhor (tema destacado por Carlos Carvalho)
Voo
raso
Contramão
Qualquer
coisa
Mais
uma estrada
Sem
emenda
O
material tem sempre razão
Por
um fio
A ver
Pode ouvir o disco AQUI.
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