Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos. Hoje o destaque vai para "Frag.men.tos", de Janeiro.
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Lançamento: 01 de junho de 2018
Nota: 8/10
De um Festival da Canção que se
esperava muito e de uma oferta que ficou a meio gás (10 boas canções, no
máximo, num exagerado leque pseudo-intlectual de 26 propostas) houve alguém que
se destacou e que agora lança um sólido álbum de estreia, funcionando, assim, o
Festival da Canção 2018 como uma verdadeira rampa de lançamento.
Falamos de Janeiro que podia ter
causado melhor impressão se não se armasse em “artista cool”, descontraído e
espontâneo, acabando por passar uma imagem de qualquer coisa, menos de
espontaneidade, soando a algo premeditado, artificial, comportamento típico de
alguém armado em vedeta. Provavelmente Janeiro terá de rever, ou já reviu, a sua
postura, pois no livro do seu álbum, “Frag.men.tos”, aparece em letras
garrafais “haverá algo mais importante que a verdade?”
Não sabemos o que Janeiro entende
por verdade, nem é nossa intenção entrar em longas divagações filosóficas, mas
a verdade é que “Frag.men.tos”, à semelhança de “(Sem titulo)” é imperdível.
Mentiríamos se disséssemos que é
um álbum que apetece repetir logo após a primeira escuta. Mas fica definitivamente a
vontade de voltar a ele, especialmente se quisermos uma boa companhia musical para
um descontraído final de tarde, verão ou inverno, tanto faz.
Em já várias entrevistas dadas,
Janeiro afirma que o termo “Frag.men.tos”
é sinónimo, por um lado, das suas vivências, sendo, por isso, muito
autobiográfico. Por outro, o disco chama-se “Frag.men.tos” porque, nas próprias
palavras do músico e intérprete, é muito desfragmentado em termos de género e o
disco representa a procura de Janeiro nos géneros musicais que gosta.
Ao pegar nas palavras de Janeiro e
tentarmos brincar ao jogo da adivinha, diríamos que o disco abre ao som de
influências brasileiras, “Toma coisas para viver” (#1), já “Preguiça” (#2) e
“Horas” (#4) denotam o seu lado de inspiração jazzística. “Canção para ti” (#8) pisca o olho a África, e “Temos tanta
paixão” (#9) bebe inspiração nos Blues.
O disco apresenta ainda três
pequenas “trips” instrumentais (o termo “trip” deve ser uma “alta cena”), das
quais destacamos uma espécie de mini jam session, a “trip #2” (faixa #10).
Do lado das recomendações, ficámos
agradavelmente surpresos com “Teu ar ruim” (#6), “Casal banal” (#11) e
“Desassossegado” (#12).
Se tivermos em conta a idade de
Janeiro e o facto de ele ser o autor e compositor dos seus temas, terminamos
esta análise com o cliché de que estamos perante uma das grandes promessas da
música portuguesa. Cliché, mas verdadeiro!
Em termos de receção,
“Frag.men.tos”, tem sido bem aceite pelo público, chegando a estar entre os 20
discos mais vendidos em Portugal, mais concretamente no #14.
Temas promocionais
Canção para ti
(Sem título)
Preguiça
Temas destacados por
Carlos Carvalho: “Teu ar ruim” e “Casal Banal”
Teu ar ruim
Casal banal
Alinhamento
Toma
coisas para viver
Preguiça
(Sem
título)
Horas
Trip
#1
Teu
ar ruim
Bonus
track
Canção
para ti
Temos
tanta paixão
Trip
#2
Casal
banal
Desassossegado
Trip
#3
Contas
no estrangeiro
Manhã
Pode
ouvir o disco AQUI
A ver
18 06 13 Janeiro
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