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[ZONA DE DISCOS #54] Janeiro - "Frag.men.tos"


Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos. Hoje o destaque vai para "Frag.men.tos", de Janeiro.
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.





Lançamento: 01 de junho de 2018
Nota: 8/10

       De um Festival da Canção que se esperava muito e de uma oferta que ficou a meio gás (10 boas canções, no máximo, num exagerado leque pseudo-intlectual de 26 propostas) houve alguém que se destacou e que agora lança um sólido álbum de estreia, funcionando, assim, o Festival da Canção 2018 como uma verdadeira rampa de lançamento.


Falamos de Janeiro que podia ter causado melhor impressão se não se armasse em “artista cool”, descontraído e espontâneo, acabando por passar uma imagem de qualquer coisa, menos de espontaneidade, soando a algo premeditado, artificial, comportamento típico de alguém armado em vedeta. Provavelmente Janeiro terá de rever, ou já reviu, a sua postura, pois no livro do seu álbum, “Frag.men.tos”, aparece em letras garrafais “haverá algo mais importante que a verdade?”

Não sabemos o que Janeiro entende por verdade, nem é nossa intenção entrar em longas divagações filosóficas, mas a verdade é que “Frag.men.tos”, à semelhança de “(Sem titulo)” é imperdível.

Mentiríamos se disséssemos que é um álbum que apetece repetir logo após a primeira escuta. Mas fica definitivamente a vontade de voltar a ele, especialmente se quisermos uma boa companhia musical para um descontraído final de tarde, verão ou inverno, tanto faz.

Em já várias entrevistas dadas, Janeiro afirma que o termo “Frag.men.tos”  é sinónimo, por um lado, das suas vivências, sendo, por isso, muito autobiográfico. Por outro, o disco chama-se “Frag.men.tos” porque, nas próprias palavras do músico e intérprete, é muito desfragmentado em termos de género e o disco representa a procura de Janeiro nos géneros musicais que gosta.

Ao pegar nas palavras de Janeiro e tentarmos brincar ao jogo da adivinha, diríamos que o disco abre ao som de influências brasileiras, “Toma coisas para viver” (#1), já “Preguiça” (#2) e “Horas” (#4) denotam o seu lado de inspiração jazzística.  “Canção para ti”  (#8) pisca o olho a África, e “Temos tanta paixão” (#9) bebe inspiração nos Blues.

O disco apresenta ainda três pequenas “trips” instrumentais (o termo “trip” deve ser uma “alta cena”), das quais destacamos uma espécie de mini jam session, a “trip #2”  (faixa #10).
Do lado das recomendações, ficámos agradavelmente surpresos com “Teu ar ruim” (#6), “Casal banal” (#11) e “Desassossegado” (#12).

Se tivermos em conta a idade de Janeiro e o facto de ele ser o autor e compositor dos seus temas, terminamos esta análise com o cliché de que estamos perante uma das grandes promessas da música portuguesa. Cliché, mas verdadeiro!

Em termos de receção, “Frag.men.tos”, tem sido bem aceite pelo público, chegando a estar entre os 20 discos mais vendidos em Portugal, mais concretamente no #14.

Temas promocionais
Canção para ti



(Sem título)



Preguiça


Temas destacados por Carlos Carvalho: “Teu ar ruim” e “Casal Banal”

Teu ar ruim

Casal banal

Alinhamento
Toma coisas para viver
Preguiça
(Sem título)
Horas
Trip #1
Teu ar ruim
Bonus track
Canção para ti
Temos tanta paixão
Trip #2
Casal banal
Desassossegado
Trip #3
Contas no estrangeiro
Manhã

Pode ouvir o disco AQUI

A ver
18 06 13 Janeiro

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Fonte: OPINIÃO CARLOS CARVALHO / Imagem: GOOGLE / Vídeo: YOUTUBE
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