Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos. Hoje o destaque vai para o mais recente álbum de Simone (Áustria, 1990).
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Lançamento: 23 de fevereiro de 2018
Nota: 7,5/10
Simone (Áustria, 1990) está literalmente
no top e definitivamente há estranhos fenómenos eurovisivos. Se há artistas para
os quais a experiência eurovisiva constituiu os únicos três minutos de fama mas
que mesmo assim são venerados por uma percentagem significativa de euro fãs mesmo
quando a sua contribuição eurovisiva é de qualidade duvidosa, não dando
qualquer outro contributo para a indústria musical, há outros que constroem uma
carreira ao longo de vários anos e que são completamente ignorados por fãs e
media eurovisiva, como se tivessem terminado a carreira após o concurso
internacional. Simone pertence à segunda categoria.
Simone sedimenta, assim, o seu lugar na primeira divisão do mundo Schlager, com registos sólidos e longe dos recentes lançamentos embaraçosos como os de Nicole (Alemanha, 1982) ou WIND (Alemanha, 1985, 97 e 92). O tema “Wahre Liebe” é um clássico de Simone, lançado originalmente em 1994, e serve, numa versão revisitada, de aperitivo para um disco que é pura e simplesmente Schlagger, apoiado nas fortes melodias de Christian Bömkes alinhadas a batidas com alguma contemporaneidade fornecidas pelo produtor Alex Wende. Apesar do sucesso, Charly Brunner é a parte fraca deste duo, estando vocalmente bastante limitado e sendo facilmente eclipsado por Simone. Quanto a Simone, continua, aos 48 anos de idade, extremamente bonita e atraente, não caindo em desesperadas sessões fotográficas para demonstrar a sua beleza.
“Wahre Liebe” vale pelo objetivo amplamente cumprido, melodias schlagger fortes e com boa produção e pela voz e presença de Simone. Do disco já foram lançados dois vídeos, “Wahre Liebe” e “Nachtschwärmer”, bem como quatro vídeo-audio oficiais: “Die Tage enden nicht am Horizont” (#6), “Kompass für mein Herz” (#9), “Das große Los”(#3) e “Shanana” (#12). Como sugestões, destacamos “Wahre Liebe”(#2) e “Die Tage Enden Nicht Am Horizont” (#6).
Nachtschwärmer
Simone lançou o primeiro single há
precisamente 30 anos, em 1988, e com apenas 20 anos, altura em que participa no
Concurso Eurovisão da Canção de 1990, lança o álbum de estreia “Feuer Im Vulkan”.
Desde então, foram vários os álbuns lançados, todos com sucesso moderado numa
carreira construída degrau a degrau. O auge surge após os 40 anos de idade, com
a edição de “Pur” (2012), produzido por David Brandes (Gracia e Vanilla Ninja,
ESC 2005), chegando não só ao #3 do top de vendas austríaco, mas também ao #33 na
Alemanha e #88 na Alemanha. O segundo single de “Pur” foi “Ich
Denk Noch An Dich”, um dueto com Charly Brunner, acabando por ser a ignição
para o duo artístico Simone & Charly Brunner que ganhou o “Amadeus Austrian
Music Awards 2014” para melhor Schlager (pelo vistos não há o separatismo
elitista das nossas cerimónias) e em 2018 lançou aquele que é já o terceiro álbum em conjunto, “Wahre Liebe”,
alcançando o #1 na lista de vendas austríaca, #12 na Alemanha e #69 na Suiça.
Simone sedimenta, assim, o seu lugar na primeira divisão do mundo Schlager, com registos sólidos e longe dos recentes lançamentos embaraçosos como os de Nicole (Alemanha, 1982) ou WIND (Alemanha, 1985, 97 e 92). O tema “Wahre Liebe” é um clássico de Simone, lançado originalmente em 1994, e serve, numa versão revisitada, de aperitivo para um disco que é pura e simplesmente Schlagger, apoiado nas fortes melodias de Christian Bömkes alinhadas a batidas com alguma contemporaneidade fornecidas pelo produtor Alex Wende. Apesar do sucesso, Charly Brunner é a parte fraca deste duo, estando vocalmente bastante limitado e sendo facilmente eclipsado por Simone. Quanto a Simone, continua, aos 48 anos de idade, extremamente bonita e atraente, não caindo em desesperadas sessões fotográficas para demonstrar a sua beleza.
“Wahre Liebe” vale pelo objetivo amplamente cumprido, melodias schlagger fortes e com boa produção e pela voz e presença de Simone. Do disco já foram lançados dois vídeos, “Wahre Liebe” e “Nachtschwärmer”, bem como quatro vídeo-audio oficiais: “Die Tage enden nicht am Horizont” (#6), “Kompass für mein Herz” (#9), “Das große Los”(#3) e “Shanana” (#12). Como sugestões, destacamos “Wahre Liebe”(#2) e “Die Tage Enden Nicht Am Horizont” (#6).
Vídeo oficiais:
Wahre Liebe
Nachtschwärmer
Alinhamento
Nachtschwärmer
Wahre Liebe
Das Große Los
24
Stunden
Wenn
Die Liebe
Geht
Die Tage Enden Nicht Am Horizont
Uns Gehen Die Träume Nie Aus
Gelegenheit Macht Liebe
Kompass Für Mein Herz
Wenn Es Nacht Wird In Paris
Das Leben Ist Ein Rock'n'Roll
Mit Dir
Shanana (Lass Uns Leben)
Unser Lied
Nachtschwärmer (Radio Version)
Das Große Los (Radio Version)
A ver: Simone & Charly Brunner - Wahre Liebe (Heimlich! Die große Schlager Überraschung 17-3-2018)
Simone Stelzer - 06 - Wahre Liebe – 1994
Excelente texto e - mais ainda - excelente rubrica do ESCPortugal. De facto, parece que em Portugal fica mal apreciar este tipo de música, com refrões que ficam no ouvido. Substituiu-se o termo música ligeira por "nacional-cançonetismo", depois por "música" pimba", termos pouco simpáticos e, no último caso, cunhando uma certa vulgaridade nas letras que nunca existiu em canções de música dita ligeira. No espaço germânico a cantora Helene Fischer (porta-voz dos votos do ESC 2014), entre outros, modernizou este estilo de música, credibilizando-o. Entre nós, só parece ter valor quando algum artista recente e bem querido dos "media" decide incluir algumas destas canções no seu reportório. Carminho canta fados-canção dos anos 60 e 70 (As Pedras da Minha Rua, A Bia da Mouraria) e é considerada representante do novo fado; Mariza canta "Rosa Branca" e diz que pertence ao folclore, omitindo os nomes dos autores (José Guimarães e Resende Dias) - a criadora (Florência) é hoje ignorada, apesar de uma carreira e uma postura profissional sempre dignas; Amália foi severamente criticada por ter cantado "O Senhor Extraterrestre" - Gisela João canta-o e é elogiosamente chamada "uma artista irreverente". Realmente há muito a rever em termos de preconceitos - mesmo quando já parece ser tarde...
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