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[ZONA DE DISCOS #49] Emma Marrone ‎– “Essere Qui”

Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos. Hoje o destaque vai para o mais recente álbum de Emma Marrone, "Essere Qui".
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.

Lançamento: 26 de janeiro de 2018
Nota: 7/10


Foi a representante italiana que se atreveu a levar algo completamente diferente daquilo que habitualmente se espera de uma aposta eurovisiva por parte de Itália. Apesar de Emma Marrone não ser propriamente uma artista rock (artista pop/rock será uma definição muito mais apropriada), “La mia città” era 100% rock, obedecendo aos cânones de tal género musical, muito mais fiel a esse estilo do que muitas das bandas que se intitulam como tal. Infelizmente, a Europa mostrou-se pouco receptiva ao arrojo italiano, mas em “casa” o sucesso continuou, sendo o single galardoado com a marca de ouro e “Schiena”, o álbum, com a tripla platina.

Mais álbuns se seguiram e muitos mais galardões, quer para singles, quer para os registos de longa-duração. Em janeiro de 2018, Emma apresenta o quinto álbum, “Esse qui”, que à semelhança do anterior, “Adesso” (2015, dupla platina), tem Luca Mattioni no comando da produção. E tem talvez sido Luca Mattione o responsável por, paulatinamente, levar Emma para ritmos mais dançáveis. Se no registo anterior – “Adesso” – essa mudança já estava patente, por exemplo, através de “Io di te non ho paura” e “Il paradiso non existe”, em “Essere Qui” a mudança é inteiramente assumida no pontapé de partida, o mesmo é dizer, através do primeiro single, “L'isola”.

Se é completamente legítimo um artista musical tentar distintas sonoridades, até para não ser acusado de auto-repetição, a verdade é que Emma Marrone se adequa muito mais ao estilo pop/rock, bem marcado nos primeiros álbuns e perfeitamente explorado no soberbo “Schiena” (2013), bem como nos bónus de “Schiena vs Schiena”. Facilmente classificamos “L’isola” como o single menos interessante da já vasta discografia de Emma, o que nos baixou as expectativas em relação ao novo álbum, situação que o segundo single, “Effetto domino”, não conseguiu inverter. O cenário sonoro muda com o terceiro e atual lançamento individual, “Mi parli piano”, por ser o tema com a carga emocional que esperamos de Emma, quer seja uma balada, quer seja em algo mais ritmado. Ao ouvir “Essere qui” estamos perante a rara situação em que os primeiros singles são o pior de todo o álbum. Se esta avaliação pode ser catastrófica para a aceitação comercial do álbum (apesar da marca de ouro, “Essere qui” arrisca-se a ser o menos bem sucedido álbum de Emma Marrone, embora esteja longe de ser considerado um fracasso), é sem dúvida uma excelente sensação para quem se dedica a ouvir um álbum na íntegra.

 No restante alinhamento de “Essere qui”, há o pop rock que tão bem a senhora Marrone sabe defender, como acontece em “ Le ragazze come me” (#2), há influências blues em “Sorrido lo stesso” (#10) e vários momentos musicais bastante bons, como são os casos de “Le cose che penso” (#6) e “Portami via da te” (#7). Mas o melhor tema é, sem dúvida, aquele que é responsável por fechar o álbum com chave d’ouro, “Coraggio” (#11).

 Alinhamento

L’Isola (1º single) 

 Le ragazze come me
 Sottovoce 
 Mi parli piano (single atual) 

 Effeto Domino (2º single) 

 Le cose che penso
 Portami via da te
 Luna e l’altra
 Malelingue 
 Sorrido lo stesso
 Coraggio (tema destacado por Carlos Carvalho) 

 Pode ouvir o disco AQUI

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Fonte: OPINIÃO CARLOS CARVALHO / Imagem: GOOGLE / Vídeo: YOUTUBE
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