No dia 12 de junho vamos poder acompanhar as Marchas de Lisboa, que oferecem à Avenida da Liberdade um colorido sem igual, sem esquecer a bela sardinha assada e o manjerico. Conheça o tema de cada uma das 26 marchas.
As Marchas Populares de Lisboa remontam a 1932, sendo uma das mais antigas e crescentes tradições da cidade de Lisboa. Porém, reza a história, que já se realizavam marchas desde o século XVIII. No passado dia 30, apresentámos em primeira mão a lista de madrinhas e padrinhos, onde se inclui uma série de caras conhecidas. A partir de hoje, conheça um pouco melhor o tema de cada uma das marchas, um guia para acompanhar a noite das marchas, ao vivo em Lisboa ou através da televisão.
MADRINHA: Débora Monteiro
PADRINHO: Rui Melo
MADRINHA: Maya
PADRINHO: Sérgio Rossi
MADRINHA: Maria Botelho Moniz
PADRINHO: Ricardo Carriço
MARCHA INFANTIL
Tema: Crianças de Lisboa
As crianças da Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário
regressam à Avenida para, pela 31.ª vez, participar no desfile. No ano em que
completa 30 anos de existência, a Marcha Infantil presta homenagem aos que
habitualmente passam mais despercebidos: as coletividades de cultura, recreio
e desporto, pelo trabalho, dedicação e grande coragem com que enfrentam as
contrariedades do seu importante trabalho social.
As Festas de Lisboa e as Marchas Populares são também homenageadas
nesta marcha. Senhoras e Senhores: as Crianças de Lisboa!MADRINHA: Débora Monteiro
PADRINHO: Rui Melo
MARCHA DOS MERCADOS
Tema: Os Três Santos Populares nos Mercados
Junho, já se sabe, é mês de santos e nos bairros isso significa mais cor e
alegria. As ruas enchem-se para celebrar estas festas populares, com origem
em rituais pagãos e abençoadas, mais tarde, por Santo António, São Pedro e
São João.
As Marchas são indispensáveis nas Festas de Lisboa, apesar de nem sempre
terem sido como hoje as conhecemos. Começaram por ser as “Marchas ao
Flambó”, que, organizadas por cada bairro, mercado ou local onde se
festejasse o Santo António, se exibiam pela cidade de Lisboa, com passagem
obrigatória pelo Rossio e Praça da Figueira, para serem apreciadas pela
multidão que aí se aglomerava. A tradição foi-se mantendo, com pequenas
alterações, e com o surgimento de novos apontamentos, como os arraiais.
Quem não tem memória ou vivência destas festas?MADRINHA: Maya
PADRINHO: Sérgio Rossi
MARCHA SANTA CASA
Tema: 520 Anos a Dar Cor à Vida
A Marcha da Santa Casa desce a Avenida pela 2.ª vez e este ano com um
gosto especial, já que celebramos 520 anos de existência. Queremos dar mais
cor e alegria à cidade, como damos mais cor, todos os dias, à vida de quem
nos procura.MADRINHA: Maria Botelho Moniz
PADRINHO: Ricardo Carriço
MARCHA DA AJUDA
Tema: Ajuda em Festão Marcha com Fé e Tradição
Ajuda, bairro com histórias e tradições antigas, lembra este ano a lenda que
deu origem ao seu nome. Regressamos a 1551. Conta-se a história da
aparição de uma virgem, por evocação de um pastor, que clamava por AJUDA.
O local onde essa aparição se deu começou a ser palco de romagens e de fé à
Nossa Senhora da Ajuda, erguendo-se ali, uma ermida para albergar os fiéis e
para que se pudesse prestar culto à imagem. A ermida já não existe, mas o
local, esse, continua a chamar-se Ajuda.
MADRINHA: Paula Sá
PADRINHO: Paulo Vasco
A grandeza e a identidade de Lisboa deve-se muito às tradicionais
embarcações que davam cor, vida e movimento ao vasto estuário que banha a
cidade. As docas e o Tejo enchiam-se de velas enfunadas ao vento, cruzando
as águas num vaivém de margem em margem, garantindo as cargas e
descargas dos diversos produtos deixando atrás de si um rasto de cores.
Dessas embarcações, destacamos o Varino ou “Barco de Bica”, que se
distinguia da fragata pelo seu fundo baixo, sem quilha que lhe permitia navegar
e atracar em águas pouco profundas. Sendo Alcântara um bairro ribeirinho, foi
com naturalidade que se tornou “Mulher do Mar”. Varinas e fragateiros
protagonizavam uma forma singular de transportar e descarregar mercadorias,
com uma coreografia de movimentos rituais, gestuais e vocais, imortalizadas
nas docas de Alcântara pelas pinturas de Almada Negreiros. Hoje em dia, as
varinas e os fragateiros desapareceram, como desapareceram tantos outros
profissionais de outras artes do Tejo. Gentes que fizeram do rio o seu modo de
vida, gentes cujas vidas se confundem e foram marcadas pelas cadências do
Tejo.
Recordação, saudade, memória, cultura… é tudo o que resta de um rio cheio
de história. Esta marcha irá lembrar essa azáfama,
MADRINHA: Ana Sofia Cardoso
PADRINHO: Pedro Granger
MADRINHA: Pimpinha Jardim
PADRINHO: João Baião
MADRINHA: Olívia Ortiz
PADRINHO: Flávio Furtado
MADRINHA: Sónia Brazão
PADRINHO: Flávio Gil
MADRINHA: Custódia Gallego
PADRINHO: Diogo Martins
MADRINHA: Liliana Santos
PADRINHO: Pedro Sousa
Portugal, país de descobridores e Portugal, país a ser descoberto. Um país que
deu novos mundos ao mundo e, agora, está a ser descoberto pelos novos
países do mundo. É este o tema que a Marcha de Belém traz este ano às
Marchas de Lisboa.
Trazemos no figurino o contraste entre o moderno e o antigo, a diferença de
quem vê e de quem quer ser visto: as cores garridas representam a emoção
de quem visita a cidade de Lisboa e quem experiencia uma noite bairrista e fica
sempre com vontade de mais; os tecidos de forma estruturada representam os
robustos monumentos que desenham a cidade demonstrando a força do povo
que construiu o charme, tão antigo como apetecível, da cidade de Vasco
Santana. Contracenando, temos os tecidos de forma fluída, que representam a
inovação alfacinha e toda a sua modernidade, que nada mais são do que o
espelho de quem viveu a euforia em pleno (por exemplo, nos anos 80) e que
agora reinventa uma cidade que descobriu o mundo.
Isto é Belém dos navegantes. Isto é Lisboa dos visitantes.
O olhar de uma cidade que se vê e quer ser vista.
MARCHA DE ALCÂNTARA
Tema: Num Arco-íris de Saudade, Alcântara Brilha no Tejo
Tema: Num Arco-íris de Saudade, Alcântara Brilha no Tejo
MADRINHA: Ana Sofia Cardoso
PADRINHO: Pedro Granger
MARCHA DE ALFAMA
Tema: Alfama Não Tem Outra Canção!
Nas ruas e travessas de uma Alfama antiga, um local protagonizava a
convivência genuína de um bairro então pulsante de movimento e vida,
acompanhando o seu percurso histórico e social: a taberna. Com palavras
trocadas pelos balcões, as tabernas transformavam-se em verdadeiros retiros
de espírito para aqueles que viviam no bairro, tornando-se a sua visita, tal
como as esperadas e inesperadas conversas, um gesto comum do quotidiano. A
velha taberna era o refúgio de final do dia, entre tragos que esvaziavam os
copos que retornavam à mesa suspensos pelo decreto de uma nova rodada.
Por detrás do reduto do seu balcão, o afamado “taberneiro”, homem de labuta
desdobrada pelo dia, era, por vezes, fiel confidente de histórias que prefaciam
o final de mais uma tarde.
Nascemos e crescemos ao som de “guitarras que estavam sempre à mão”, em
“copos que ensinam menos vontades” e “só servem as saudades“, “em vielas
com tabernas e fadistas”. E hoje, ainda que diferente, prezamos em honrar o
“berço do fado”.
Hoje em dia ouvem-se certamente outros sons em Alfama. Mas ontem como
hoje, ao fado só o “ouve quem o tem no coração”. Alfama segue, pois, igual.
Sem cheirar a fado, mas sem conhecer outra canção.MADRINHA: Pimpinha Jardim
PADRINHO: João Baião
MARCHA DO ALTO DO PINA
Tema: Alto do Pina, Catraia de Lisboa
Há mais de um século, o lugar do Alto do Pina tinha o encanto das regiões
rurais, com extensos campos de trigo, olivais e lameiros. Para muitos a colina
mais bela de Lisboa, a sua relação com o Tejo sempre foi sua pertença.
Nas suas margens, os catraios desembarcavam o pescado de rio e de mar. Os
homens amanhavam o pescado de uma jornada rija, trabalho para sustento da
sua família. As varinas, com o seu arrojo, apregoavam peixe fresco, num
corrupio de lugares pitorescos e modestos cheios de tradição.
Por entre amanhos e pregões, a varina e o peixeiro enamoram no catraio à
beira-Tejo contando o nascer do sol que espreita e rompe a madrugada.
Pelo Santo António preparam-se arraiais e dotes dos namorados, que ora irão
casar. Em honra da Nossa Senhora, enfeitam-se varinos, catraios e faluas,
procissão de devotos no Tejo.
É este imaginário alfacinha de gentes de colina e beira-rio, das vendedeiras
varinas, mulheres de coragem e sem espartilhos, dos peixeiros e da devoção
religiosa que pretendemos caracterizar.
A Lisboa que ainda hoje nos fascina, cidade de rio e colina, onde o Alto do Pina
é uma catraia de um Tejo que nos enamora!MADRINHA: Olívia Ortiz
PADRINHO: Flávio Furtado
MARCHA DO BAIRRO ALTO
Tema: Barbeiros do Bairro
Este ano, a grande Marcha do Bairro Alto enaltece como fonte de inspiração
uma das profissões mais respeitadas e prestigiadas da história de Lisboa: o
Barbeiro. Ele trabalha com rigor e cuida da imagem do homem na sua
barbearia, ponto de passagem obrigatório, também para o convívio.
Muito presentes nas ruas do Bairro Alto e em toda a cidade de Lisboa, as
barbearias são um elemento tradicional da cidade. Com esta homenagem, a
Marcha do Bairro Alto volta a aliar a inovação às tradições lisboetas.MADRINHA: Sónia Brazão
PADRINHO: Flávio Gil
MARCHA DO BAIRRO DA BOAVISTA
Tema: Da Minha Janela Eu Vejo… Lisboa
O bairro da Boavista nasceu no ano 1938, tendo sido planeado e edificado
junto a Monsanto, pulmão de Lisboa e o local mais alto da cidade, com 227
metros de altitude. Nasceu junto ao forte de Monsanto, ponto de onde se avista
toda a cidade.
Com esta paisagem panorâmica em fundo, este ano decidimos aliar as
tradicionais varandas debruadas em ferro forjado, uma das imagens de marca
de Lisboa, com as vistas dos miradouros, que estão de novo em destaque,
como é o caso do revitalizado miradouro de Monsanto, uma das janelas que o
bairro tem sobre a cidade.MADRINHA: Custódia Gallego
PADRINHO: Diogo Martins
MARCHA DA BELA FLOR-CAMPOLIDE
TEMA: Bela-Flor e Campolide, um Casamento de Santo António
Em 1958, pela primeira vez, “26 casais ficaram unidos pelo matrimónio na
Igreja de Santo António” e nascia assim mais uma “incontornável tradição
popular de Lisboa”, os Casamentos de Santo António. No ano em que se
celebra o 60.º aniversário desta tradição, Bela-Flor e Campolide casam
também com a bênção do Santo António, padrinho deste amor entre bairros,
nesta edição do Concurso de Marchas Populares de Lisboa.
Antes bairros “rivais”, Bela-Flor e Campolide, “rapaz trigueiro”, acabaram por
ceder ao espírito conciliador de Santo António milagreiro, e, por altura dos
Santos Populares, em 2016, apresentando-se pela primeira vez a concurso
como Marcha da Bela Flor - Campolide, tornaram-se “eternos namorados”.
Agora, em 2018, apresentam assim, unidos, a sua homenagem à tradição
alfacinha dos Casamentos de Santo António, procurando contar a sua história
de amor – que é também a de tantos casais lisboetas – em jeito de
agradecimento ao santo casamenteiro.MADRINHA: Liliana Santos
PADRINHO: Pedro Sousa
MARCHA DE BELÉM
TEMA: Belém dos Navegantes, Lisboa dos Visitantes
TEMA: Belém dos Navegantes, Lisboa dos Visitantes
MADRINHA: Elia Gonzalez
PADRINHO: Telmo Miranda
Fonte: CM LISBOA, EGEAC, ESCPORTUGAL / Imagem: Google
Vou sempre às Marchas, há mais de 20 anos :)
ResponderEliminarNunca percebi porque o ESCPortugal da destaque a isto
ResponderEliminarDepois do ESC, é o evento que mais gosto e admiro!!!
ResponderEliminarja somos 2
EliminarParabéns (e obrigado!) ao ESC Portugal. Preferia mil vezes que os comentadores da RTP explicassem o que aqui está escrito sobre cada marcha, em vez de ver/ouvir apresentadoras fazendo-se engraçadinhas e gritando histericamente "A marcha é linda!" ou entrevistadores "originalmente" perguntando a cada padrinho/madrinha: "Estás a gostar de estar aqui?" Mais pessoas apreciariam se houvesse uma explicação cuidada (como nos textos acima) sobre o tema escolhido por cada bairro/marcha.
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