Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos. Esta semana o destaque vai o mais recente disco de Patrick Fiori.
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.
Data de lançamento: 29 de setembro de 2017
Nota: 7,5/10
Patrick Fiori pertence ao grupo de artistas para os quais a Eurovisão foi definitivamente uma rampa de lançamento. “Mama Corsica” foi o primeiro registo de Fiori a figurar na lista dos singles mais vendidos em França mas, analisando retrospetivamente, foi um sucesso menor, uma espécie de nota preambular, comparativamente a todo o trabalho contínuo e sucesso crescente do 4º classificado na Eurovisão de 1993. 24 anos após a sua experiência em Millstreet, Fiori consegue manter-se como um dos nomes de primeira linha do panorama musical francês.
Desde 1998, todos os seus álbuns estão certificados com, pelo menos, a marca de ouro, e, desde 2002, não falha um top 10 com cada longa-duração que lança, e já lá vão seis, incluindo o novíssimo “Promesse” (#3 na França; #6 na Bélgica (Wa) e #19 na Suiça).
“Promesse” não defrauda expetativas, pelo menos as da sua vasta base de fãs, não se envolvendo em artimanhas comerciais, parecendo ter como objetivo principal lapidar a fórmula quem tem sido testada inúmeras vezes por Patrick Fiori e que acaba por ser a sua imagem de marca. Uma voz rica e singular, com carisma interpretativo, assente em música pop, algures entre o romântico (sem ser demasiadamente açucarado) e o (soft) pop rock. Pode parecer pouco arriscado mas também não nos parece que fosse intenção erradicar a sua obra passada. Contudo, tomando o álbum “Promesse” como um todo, não nos parece o seu melhor conjunto de canções, ou, pelo menos, numa primeira audição, não tão forte como o anterior “Choisir” (2014).
Ainda assim, “Promesse” revela-se um álbum robusto, amplamente agradável a nível auditivo, com suficientes variações rítmicas e instrumentais, evitando que o álbum penetre numa homogeneidade desinteressante.
O tema de abertura de álbum, que acabou também por ser o primeiro single, “Où Je Vis”, relembra-nos sonoridades dos norte-americanos Train. A participação de um coro infantil em “Chez Nous (plan D'Aou, Air Bel)” acaba por ser dos momentos mais interessantes do disco, cabendo a “Les Gens Qu'on Aime” o momento sing a long do álbum. As guitarras ganham destaque em “Ta Belle Histoire” e em “Promesse”, contando este último tema com a participação de Slimane. Os violinos assumem relevo em “ Le Meilleur de Nous” e o disco fecha a piano e voz com “Mes Belles Figures”.
Em relação ao grande momento do disco, este é, sem dúvida, “Mais Quand Même”, tema que passa despercebido no alinhamento (#11 de 12 canções), mas que arriscarismos a afirmar que se trata de uma das melhores canções de Patrick Fiori.
Tracklist
1 Où Je Vis
2 La Vie Idéale
3 Chez Nous (plan D'Aou, Air Bel)
4 Les Gens Qu'on Aime
5 Ta Belle Histoire
6 Promesse (thème)
7 Promesse
8 Un Jour...
9 Le Meilleur de Nous
10 J'ai Tout Mon Temps
11 Mais Quand Même
12 Mes Belles Figures
O primeiro single: “Où je vis”
Vídeo: Où je vis (Making of)
Tema destacado por Carlos Carvalho: “Mais quand même : les coulisses de l'enregistrement”
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