Participante em diversas edições do Melodifestivalen e do Festival Eurovisão, o bailarino Edin Jusuframic esteve à conversa com o ESCPortugal, confessando ter adorado «Amar Pelos Dois» à primeira audição: "Foi tão bonita, frágil, suave e comovente...".
Considerado o Bailarino do Ano no Melodifestivalen em 2015 e 2017, Edin Jusuframic esteve recentemente à conversa com o ESCPORTUGAL. Nascido em outubro de 1986 em Estocolmo, o bailarino recordou a sua ascendência montenegrina: "Os meus pais são de Montenegro, precisamente de Podgorica, e mudaram-se para a Suécia em 1977. Nasci e cresci na Suécia, em Estocolmo, onde ainda hoje vivo. (...) Desde pequeno que vamos de férias a Montenegro todos os verões, tradição esta que se mantém até aos dias de hoje".
Apesar da sua infância ter sido recheada por convívios onde as danças balcãs eram predominantes, algo que assume como "uma grande parte da cultura balcânica", Edin Jusuframic só começou a dançar aos 14 anos de idade: "Desde mais miúdo que sempre senti necessidade de ouvir e dançar (...) mas era só por diversão. Aos 16 anos decidi tornar-me bailarino profissional" confessou, "E desde esse momento que literalmente como, durmo e respiro dança 24 horas por dia, 7 dias por semana. O melhor emprego/carreira que alguém pode ter. Foi definitivamente uma das melhores decisões que tomei na minha vida até agora. Trabalho realmente como bailarino profissional desde os 20 anos de idade".
"Todos os artistas, não interessa de que forma de arte, têm de lutar no seu trajeto. Arte é desenvolver qualidades abstratas. Como qualquer outra forma, é algo muito abstrato e depende da forma como os terceiros acham de ti enquanto artista. Se fazes a tua arte com talento, muito provavelmente vais singrar... mas tens de continuar a lutar" afirmou, recordando que apesar do amor pela dança tomou a decisão de continuar os estudos noutra área. "Sou licenciado em direito desde 2012, mas nunca trabalhei realmente na área. Tive alguns casos particulares, mas provavelmente irei exercer nesta profissão quando for mais velho. Decidi que queria ser jurista aos 19 anos e combinar as duas coisas que amo: dança e direito. Claramente que não têm nada em comum, por isso nem consigo explicar o porquê das minhas escolhas. Simplesmente gosto das duas" disse, entre risos, relembrando as dificuldades que teve: "Estudei ao mesmo tempo que dançava a tempo inteiro... Foi difícil, muitas vezes perto do impossível! Mas diverti-me imenso".
Membro do Complete Dance Crew, Edin recorda com carinho o grupo, do qual também fez parte o português João Assunção: "Não nos conhecíamos, mas os caminhos cruzaram-se no mundo da dança. O Merdean Munez e o Dawid Bienkowski pensaram que seria bom treinar como uma crew, mas o projeto rapidamente virou profissional... Criámos diversos espectáculos e tivemos uma tour nacional e algumas atuações no estrangeiro".
Na nossa entrevista impossível não falarmos de melfest. "O meu envolvimento no Melodifestivalen começou em 2009, quando dancei na coreografia de 'Baby Goodbye', dos EMD. Em 2011 e 2012 fui um dos bailarinos das atuações do Danny Saucedo" recorda, realçando que "em 2012, também co-coreografei o número de abertura do Eric Saade". Anos mais tarde, em 2015, foi convidado pela SVT para trabalhar como bailarino durante toda a produção, tendo "coreografado a performance da Dinah Nah, onde também entrei". Contudo, um dos pontos altos foi o interval act 'Free Your Mind', coreografado e interpretado pela Complete Dance Crew juntamente com Sanna Nielsen.
Em 2016 e 2017, Edin Jusuframic voltou a ser contactado pela SVT. "Fui também o coreógrafo da atuação do Albin e do Mattias, sendo que também fui contratado pela SVT em 2017 para trabalhar novamente como bailarino durante a produção do espetáculo". Sobre o 'empurrão' que o Melodifestivalen deu à sua carreira, Edin garante não ter noção: "Não tenho noção de quanto nem em que sentido, mas penso que teve um impacto na minha carreira num bom sentido. Tenho a certeza que deste modo a minha dança chegou a mais gente, tanto na Suécia como internacionalmente".
Depois de ter atuado no Festival Eurovisão em 2013 com Darin Zanyar, Edin integrou os interval acts Grey People e Love Love Peace Peace em 2016, realçando as diferenças (e as semelhanças) entre os dois concursos: "O tamanho da produção é a principal diferença. Há tanto mais para fazer, tudo é maior... Claro que se tem a oportunidade de conhecer pessoas de outros países, apesar da produção ser praticamente a mesma do Melodifestivalen". Questionado sobre o Melodifestivalen 2018, Edin Jusuframic garante que não estará na equipa de produção da SVT: "Não posso contar nada pois não sei de nada... O que posso contar é que não irei trabalhar como bailarino na produção da SVT. Poderei participar nos intervalos ou com algum artista, mas tal ainda não é certo".
"ADOREI" respondeu, imediatamente, quando questionado sobre Salvador Sobral: "Antes do Festival ser transmitido, juntei-me a um grupo de amigos para vermos todas as canções. Quando apareceu a de Portugal, disse logo que ficaria nas três primeiras... É tão bonita, frágil, suave... Comoveu-me, apesar de não perceber uma única palavra" confessou, mostrando-se confiante com o Festival Eurovisão 2018, "Se as pessoas do mundo artístico, de todas as áreas necessárias, boas no que fazem, se juntarem e derem tudo o que conseguirem, vai ser espetacular". Por fim, manifestou o desejo de marcar presença em Lisboa: "Se eu tiver sorte, talvez também consiga participar no Festival Eurovisão em Portugal".
Fonte: ESCPORTUGAL / Imagem: SVT / Vídeo: Youtube
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