Uma verdadeira lenda viva Simone de Oliveira vê a sua vida e carreira retratadas no teatro. Uma peça biográfica de Tiago Torres da Silva chegou na noite passada ao Porto e o ESCPORTUGAL assistiu à estreia.
Já pisou palcos de norte a sul do país e também no estrangeiro. Já perdeu a conta às personagens que interpretou. Aos 79 anos de vida e com 60 anos de carreira, Simone de Oliveira é homenageada em “Simone, O Musical”, um espetáculo em dois atos que esteve em cena em Lisboa e está este fim-de semana no Porto. O ESCPORTUGAL marcou presença em setembro na estreia no Teatro Tivoli como pode recordar AQUI e na noite passada na primeira das três sessões no Coliseu do Porto.
O musical, que tem texto e encenação de Tiago Torres da Silva e direção musical de Renato Júnior (a mesma equipa que levou Simone ao Festival da Canção em 2015 com “À espera das canções”), tem a inovação de ter a homenageada em palco, algo inédito em Portugal.
O espetáculo apresenta a vida e a carreira de Simone de Oliveira, cuja música atravessou gerações de norte a sul do país. E foi uma amostra desta heterogeneidade de público que esteve na noite passada no Coliseu do Porto, completamente lotado.
Neste musical em forma de drama, Simone partilha as suas memórias, as lutas e as vitórias ao longo de toda uma vida. Simone de Oliveira é sinónimo de força, autenticidade e muita coragem para enfrentar tudo aquilo que a vida lhe oferece, tanto de bom como de mau. Fez-se ouvir numa sociedade onde as mulheres não tinham voz e foi por duas vezes a “voz de Portugal” na Europa. Um timbre de voz inconfundível, uma personalidade forte, sempre rebelde e lutadora.
A peça começa numa noite de trovoada. Simone no camarim. A ansiedade de subir ao palco. O medo de falhar. “Com este temporal, como é que tanta gente saiu de casa para me ouvir cantar?”, repetiu algumas vezes. De repente, eis uma visita inesperada e surpreendente: do seu Varela Silva, aqui encarnado pelo ator José Raposo, presente em vários momentos da noite.
A peça começa numa noite de trovoada. Simone no camarim. A ansiedade de subir ao palco. O medo de falhar. “Com este temporal, como é que tanta gente saiu de casa para me ouvir cantar?”, repetiu algumas vezes. De repente, eis uma visita inesperada e surpreendente: do seu Varela Silva, aqui encarnado pelo ator José Raposo, presente em vários momentos da noite.
Todas as vicissitudes que lhe aconteceram na vida, Simone conseguiu dar a volta por cima com uma gargalhada. Uma vontade férrea de viver fizeram-na derrubar muitas barreiras. Esta é uma mensagem transversal a toda a peça.
Mas a peça também tem diversos momentos de humor: a chegada a Santa Apolónia vinda da Eurovisão em Madrid com vários fãs vindos de todo o país, foi um quadro que pôs o Coliseu a rir com os atores Ruben Madureira e Pedro Pernas a serem os protagonistas.
Das canções que ficaram aos episódios da vida que mais a marcaram, o elenco dá vida a nomes como Ary dos Santos, Henrique Mendes ou Carlos do Carmo, mas há também quem faça de Simone de Oliveira quando a artista tinha 30 anos de idade: Sissi Martins encarna Simone enquanto jovem, até perder a voz no Porto. Temos aqui uma grande atriz, já mostrado e demonstrado em diversos outros musicais. Sissi traz na perfeição a revolta da época da ditadura na voz e nas palavras cantadas por Simone, tendo a responsabilidade de cantar “Desfolhada portuguesa” com o vestido original que a cantora levou a Madrid em 1969. As críticas da sociedade por ser mãe solteira, o namoro com Henrique Mendes e a perda de voz são alguns dos momentos encenados pela jovem.
Mas a peça também tem diversos momentos de humor: a chegada a Santa Apolónia vinda da Eurovisão em Madrid com vários fãs vindos de todo o país, foi um quadro que pôs o Coliseu a rir com os atores Ruben Madureira e Pedro Pernas a serem os protagonistas.
Das canções que ficaram aos episódios da vida que mais a marcaram, o elenco dá vida a nomes como Ary dos Santos, Henrique Mendes ou Carlos do Carmo, mas há também quem faça de Simone de Oliveira quando a artista tinha 30 anos de idade: Sissi Martins encarna Simone enquanto jovem, até perder a voz no Porto. Temos aqui uma grande atriz, já mostrado e demonstrado em diversos outros musicais. Sissi traz na perfeição a revolta da época da ditadura na voz e nas palavras cantadas por Simone, tendo a responsabilidade de cantar “Desfolhada portuguesa” com o vestido original que a cantora levou a Madrid em 1969. As críticas da sociedade por ser mãe solteira, o namoro com Henrique Mendes e a perda de voz são alguns dos momentos encenados pela jovem.
Maria João Abreu desdobrou-se em personagens mas também encarnou a Simone na idade adulta, quando esta recomeçou a cantar no Casino da Figueira da Foz por iniciativa de Carlos do Carmo, aqui interpretado por FF Fernando Fernandes. Foi, sem dúvida, um desafio superado.
Para além de vestir a pele de Carlos do Carmo, FF levou o charme de Henrique Mendes para o palco.
O espetáculo fez-se, como não podia deixar de ser, de muita música: destacamos “7 letras” e “Maldita cocaína” na voz de Ruben Madureira; “Lisboa menina e moça” e “Tango ribeirinho” por FF; “"Poeta Castrado, Não” por José Raposo; “The Shadow Of Your Smile” por Maria João Abreu; e, na voz de Simone, “No teu poema” e “Apenas o meu povo”, a canção com a qual regressou aos palcos, precisamente no Festival RTP da Canção em 1973. Uma palavra de reconhecimento para os demais atores Marta Andrino, Pedro Pernas, Soraia Tavares e Salvador Nery e pelos músicos que tocaram ao vivo encabeçados por Hélder Godinho. No final, uma apoteótica salva de palmas com todo o público em pé, que emocionou todo o elenco e muito em especial Simone de Oliveira que recebeu muitas flores da plateia.
Este sábado, “Simone o Musical” está em cena no Porto em mais duas sessões à tarde e à noite. A 17 e 18 de novembro a viagem faz-se no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz; em janeiro e fevereiro já há datas marcadas para Faro, Setúbal, Estoril e Leiria.
O espetáculo fez-se, como não podia deixar de ser, de muita música: destacamos “7 letras” e “Maldita cocaína” na voz de Ruben Madureira; “Lisboa menina e moça” e “Tango ribeirinho” por FF; “"Poeta Castrado, Não” por José Raposo; “The Shadow Of Your Smile” por Maria João Abreu; e, na voz de Simone, “No teu poema” e “Apenas o meu povo”, a canção com a qual regressou aos palcos, precisamente no Festival RTP da Canção em 1973. Uma palavra de reconhecimento para os demais atores Marta Andrino, Pedro Pernas, Soraia Tavares e Salvador Nery e pelos músicos que tocaram ao vivo encabeçados por Hélder Godinho. No final, uma apoteótica salva de palmas com todo o público em pé, que emocionou todo o elenco e muito em especial Simone de Oliveira que recebeu muitas flores da plateia.
Este sábado, “Simone o Musical” está em cena no Porto em mais duas sessões à tarde e à noite. A 17 e 18 de novembro a viagem faz-se no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz; em janeiro e fevereiro já há datas marcadas para Faro, Setúbal, Estoril e Leiria.
Excelente reportagem. Eu vi em Lisboa e nao me importava de repetir
ResponderEliminarSimone merece isto e muito mais
ResponderEliminarA simone merece todas as homenagens. Bravo!
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