[RUMO A ESTOCOLMO] Stage Dolls: “Queremos sair da nossa zona de conforto…”

Os Stage Dolls são formados por Torstein Flakne (vocalista e guitarrista) Terje Storli (baixo) e Morten Skogstad (bateria). No meio da atribulada azáfama de ensaios para a final da Noruega, que decorre esta noite, o grupo teve tempo para uma entrevista com o ESCPORTUGAL.

“Into The Fire” é o título da canção que será defendida esta noite pelo grupo Stage Dolls na final nacional da Noruega para o Festival Eurovisão 2016. Em entrevista ao ESCPORTUGAL entre ensaios técnicos, ensaios de voz, experimentação de outfits e staging, o vocalista do grupo, Torstein Flakne, teve tempo para ligar a câmara e responder às nossas breves questões.

“Fazer boa música” e “fazer com que os nossos concertos sejam vivos e interativos com a audiência” são as duas máximas dos Stage Dolls. “Sou mesmo uma pessoa dedicada à música a 100%. Amo aquilo que faço e quase posso falar também pelos meus colegas”, afirmou Torstein. A música, aliás, surgiu na sua vida há muitos anos. “Já nem me lembro há quantos”, suspirou antes de responder, “mas eu era mesmo muito novo… antes da escola primária!” 

Como banda, Torstein Flakne e Terje Storli foram os primeiros a se conhecer, já em 1976, num pequeno concurso de talentos em Trondheim. Torstein começou então com uma banda chamada “The Kids” e Terje formou a “Hot Lips” em conjunto com Erlend Antonsen. Quando os “Hot Lips” precisaram de um guitarrista no verão de 1983, contactaram Torstein, que aceitou de imediato “porque precisava de dinheiro pra as férias” (risos). Foi assim que, quase sem querer, nasceu a banda Stage Dolls. “Foi um verão espetacular! Fartamo-nos de tocar em bares e ao ar livre!”

Em 1985 lançaram o primeiro álbum “Soldier’s gun”, “durante muitos anos o álbum de rock n.º 1 na Noruega”, e ainda hoje “tocamos muitas das suas canções”. 

Stage Dolls celebrou 10 anos em 1993 com um “Best of” ao qual chamaram “Stories we could tell". “Foi um marco na nossa carreira”, afirma, sem esquecer outro. “Em 2010, o nosso álbum ‘Always’ chegou a n.º 1”. E em 2015, o seu último single “One of These Days” foi aclamado pela crítica.

As suas influências musicais passam muito pelo rock norte-americano. “Gostamos muito do rock dos anos 70, Slade, Thin Lizzy, Eagles e Tom Petty”. E sobre a Eurovisão? Costumam acompanhar o concurso, perguntámos. “Costumávamos ver em crianças e adolescentes, mas nos últimos anos temos tido concertos aos sábados à noite”. A melhor memória da Eurovisão é mesmo “Waterloo, dos Abba 1974”, responde sem hesitar.

Não obstante tratar-se de uma banda com muitos anos de estrada, esta é a primeira participação no Melodi Grand Prix. “Pensamos em sair da nossa zona de conforto, fazer algo que nunca fizemos antes”. Foi esta, aliás, a principal moticação que os levou a tentar a sua sorte.

Sobre a temática da canção “Into The Fire”, Torstein Flakne explica-nos: “A letra é sobre sermos jovens e aproveitar com as duas mãos as oportunidades que nos surgirem, ir à luta e agradecer a vida que nos dão!” Se pensam em ganhar a final nacional e representar a Noruega na Eurovisão, as certezas não são muitas. “Bom, nós achamos que a nossa canção é mesmo a melhor! (risos) Mas no palco não nos vão a ver a dançar, pois não somos bons bailarinos (risos) .

Pergunta inevitável: se o artista conhece Portugal. “Sei apenas que têm uma boa seleção nacional de futebol (risos)… não me recordo de qualquer canção na Eurovisão… desculpem” . Mas confrontado com o facto da RTP não participar na edição de 2016, Torstein Flakne lamenta, desejando um regresso para 2017.

Planos para um futuro? “Bom, depois da Eurovisão (risos) vamos andar em digressão na Noruega. Já temos datas agendadas e estamos ansiosos que cheguem esses momentos”. 

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Fonte/Imagem: ESCPORTUGAL/ Vídeo: Youtube