O Festival Eurovisão da Canção, sob o nome de Eurovision Grand Prix, nasceu há precisamente 60 anos, na Assembleia Geral da EBU realizada a 19 de outubro de 1955 na capital italiana. O ESCPORTUGAL, como Site Eurovisivo Português, não podia deixar de assinalar a data!
Criada a 12 de fevereiro de 1950 por 23 organizações, a EBU/UER teve como principal objetivo discutir a cooperação criativa e o intercâmbio de programas de televisão. Um dos primeiros grandes projetos da EBU/UER foi a transmissão da coroação da Rainha Isabel II, em 1953, sendo que no ano seguinte o intercâmbio de programas aumentou, culminando com a transmissão do Campeonato do Mundo de Futebol, realizado na Suíça.
No entanto, com o continente europeu a recuperar da 2.ª Guerra Mundial, houve necessidade de unir os vários países num mesmo programa. Marcel Bezençon, presidente da Comissão de Programas da EBU/UER, apresentou duas propostas numa reunião da Comissão em 1955, realizada no Mónaco: o primeiro projeto passava pela organização de um concurso de música europeia, enquanto que o segundo baseava-se num concurso a realizar em várias cidades para artistas amadores. O último rapidamente caiu no esquecimento, deixando o caminho aberto para uma competição de música, cujo objetivo seria "incentivar a criação de canções originais e para estimular, por meio de uma competição internacional, um espírito de rivalidade amigável entre escritores e compositores".
A 19 de outubro de 1955, na Assembleia Geral da EBU/UER realizada em Roma e presidida por Ian Jacob, diretor da BBC, foi aprovada a concepção do evento, intitulado Eurovision Grand Prix, tendo-se inspirado no SanRemo Music Festival, de Itália, na altura ainda um programa exclusivamente emitido pela rádio. Nessa assembleia foi também decidido que a primeira edição teria lugar em Lugano, na Suíça, na primavera do ano seguinte, com a participação de sete países, com dois temas cada um.
É esta data que assinalamos hoje! O dia onde tudo começou!
Convidamos a recordar connosco dez dos momentos mais marcantes da história do evento:
1956 - Suíça vence a primeira edição do Festival da Eurovisão
Lys Assia e o tema 'Refrain' conquistaram, em 1956, um lugar de destaque na história do certame, ao vencerem a primeira edição do mesmo, em representação do país organizador, a Suíça. Ao longo de 60 anos, apenas mais quatro países conseguiram vencer a edição em seu território: Espanha em 1969, Luxemburgo em 1973, Israel em 1979 e Irlanda em 1993 e 1994.
1964 - Espanha e Portugal contestados devido aos regimes ditatoriais
Portugal estreou-se na competição musical em 1964, três anos depois da entrada de Espanha. Contudo, a entrada portuguesa fez com que a contestação do público europeu para com os regimes ditatoriais vigentes nos países ibéricos tomasse grandes proporções, havendo uma invasão de palco apelando ao boicote aos dois países durante a atuação da Suíça (aos 4:11 do vídeo).
1969 - Quatro países vencem devido à inexistência de uma regra para desempate
Espanha, França, Holanda e Reino Unido repartiram, entre si, a vitória no Festival da Eurovisão 1969, depois de ambos terem terminado a votação com 18 pontos. Devido à inexistência de uma regra sobre os desempates, os quatro países foram declarados como vencedores, o que provocou um considerável número de desistências no ano seguinte (entre os quais Portugal) e uma mudança no sistema de votos, sem esquecer uma enorme confusão aquando da entrega das medalhas.
1974 - 'E Depois do Adeus' utilizada como senha na Revolução dos Cravos
A 25 de abril de 1974 caiu, em Portugal, o regime fascista que governara o país durante 48 anos. Uma das senhas utilizadas pelos militares para a saída das suas tropas foi o tema que, 19 dias antes, havia representado Portugal em Brighton: 'E Depois do Adeus', interpretado por Paulo de Carvalho e cuja autoria é de José Niza e José Calvário. Apesar do último lugar na competição, o tema conquistou um lugar na história, não só de Portugal, mas de todos os portugueses.
1969 - Quatro países vencem devido à inexistência de uma regra para desempate
Espanha, França, Holanda e Reino Unido repartiram, entre si, a vitória no Festival da Eurovisão 1969, depois de ambos terem terminado a votação com 18 pontos. Devido à inexistência de uma regra sobre os desempates, os quatro países foram declarados como vencedores, o que provocou um considerável número de desistências no ano seguinte (entre os quais Portugal) e uma mudança no sistema de votos, sem esquecer uma enorme confusão aquando da entrega das medalhas.
1974 - 'E Depois do Adeus' utilizada como senha na Revolução dos Cravos
A 25 de abril de 1974 caiu, em Portugal, o regime fascista que governara o país durante 48 anos. Uma das senhas utilizadas pelos militares para a saída das suas tropas foi o tema que, 19 dias antes, havia representado Portugal em Brighton: 'E Depois do Adeus', interpretado por Paulo de Carvalho e cuja autoria é de José Niza e José Calvário. Apesar do último lugar na competição, o tema conquistou um lugar na história, não só de Portugal, mas de todos os portugueses.
1982 - Alemanha apela à paz, vence a Eurovisão e conquista a primeira pontuação máxima de Israel
Apelando à paz e à união entre os países, a Alemanha venceu, pela primeira vez, o Festival da Eurovisão em 1982. Contudo, um dos momentos marcantes da edição foi a atribuição dos 12 pontos de Israel à Alemanha, 37 anos depois do fim da 2.ª Guerra Mundial.
1993 - Abertura do concurso ao leste europeu
A dissolução do Bloco de Leste e a desintegração da Jugoslávia, no início da década de 90, provocaram uma explosão no número de potenciais países participantes ao concurso da EBU/UER. Deste modo, o organismo máximo da competição criou uma ronda de qualificação para os novos países, sendo que o modelo foi reformulado nos anos seguintes, culminando com a criação da semifinal, em 2004, e das duas semifinais, em 2008.
1998/2014 - Vitórias de Dana International e Conchita Wurst fazem manchetes em todo o mundo
Apesar de estarem separadas por 16 anos, as vitórias de Dana International e Conchita Wurst marcaram o certame europeu. Um transsexual e um travesti a ganhar o concurso musical, chamando a atenção pelas mensagens contra a homofobia. A Eurovisão passou a evidenciar-se, cada vez mais, como um concurso plural.
1999 - O fim da orquestra ao vivo e a intensificação do uso do inglês
O Festival da Eurovisão de 1999 ficou marcado pela abolição de duas regras que permaneceram em vigor durante décadas. Inicialmente por razões económicas, a orquestra não foi introduzida no concurso, pela primeira vez na história, e a organização aboliu a regra que obrigava os países a cantarem na sua língua nacional, imposta em 1977. A partir daí, a proliferação do uso do inglês é marcante.
2008/2011 - 43 países batem recorde de participantes na edição
Em 2008 e 2011, edições sediadas em Belgrado e Dusseldörf, respetivamente, foi alcançado o maior número de participantes da história do certame: 43 países. As regras atuais do evento permitem a participação de 45 países, contudo devido à crise económica entre outros motivos alegados por diversos países, esse número nunca foi conseguido pela EBU/UER.
1956-2015 - A banda sonora da vida de muitos europeus
1396 canções já passaram pelos diversos palcos do Festival da Eurovisão ao longo dos últimos 60 anos. Entre Waterloo dos míticos ABBA e Nel blu dipinto di blu de Domenico Modugno, passando pelo Congratulations de Cliff Richard e pelo Bailar Pegados de Sérgio Dalma, é impossível escolher uma ou um pequeno lote de temas inesquecíveis que o concurso nos ofereceu! Apenas uma coisa é certa: é muito díficil encontrar a banda sonora da vida de um europeu que não tenha qualquer relação com o Festival da Eurovisão! Parabéns Eurovisão!
Parabéns ESC!!!
ResponderEliminarParabens !!!!! Que ainda tenhas muitos anos de vida !!!!
ResponderEliminarTemas basicos,classicos,evergreen do ESC: 1)Waterloo 2)Poupee de cire poupee de son 3)Puppet on a string. Parabens ao Grand Prix Eurovision de la Chanson Europeenne!
ResponderEliminarNão fazia ideia da existência desta data. Obrigado por me ensinarem algo :)
ResponderEliminarNao publicaram o video errado da invasao no ESC contra espanha e portugal?
ResponderEliminarCaro Anónimo
EliminarComo dito no texto, a invasão de palco por um espetador com um cartaz apelando ao boicote aos dois países ibéricos aconteceu durante a atuação da Suíça, como se pode comprovar aos 4:11, sendo que devido a um incêndio na emissora dinamarquesa, não há qualquer registo vídeo desse momento!
Grato pela preferência, NC
No ESC a tradiçao de tomada de posiçao em relaçao a situaçoes de injustiça,ja vem de muito longe.Em 64 as ditaduras ibericas+a guerra colonial levada a cabo por Portugal.No sec.XXI a Russia por muitas razoes.Em 1969 a Austria nao participou no ESC,por este ter tido lugar em Espanha...E ainda bem que e mais que so musica!
EliminarAinda bem que não é só música para ti ... a Eurovisão não é uma casa dos segredos e que todos se odeiam e quase que andam a chapada ... a menos que isso seja a noção de enternecimento que te faz feliz. As tensões politicas no espaço europeu q chegam à Eurovisão estragam o clima de entendimento e de descontracção que o certame tenta promover. Não é nada agradável ver a Arménia e o Azerbaijão em ódio profundo, ver a Rússia a ter um odio descomunal por todos nós, mas sempre interessada em participar para alimentar o ego,
Eliminar60 anos na verdade, mas lamento que para muitos a Eurovisão só tenha começado no ano em que o concurso foi "obrigado" a sair do armário (obrigaddo Dana International) e seja uma metafóra perfeita deste desejo incontornável de sermos imaturos a vida toda como se aos 60 anos ainda fizesse sentido ter apenas 16 e ter o pior gosto musical de sempre, algo que provocaria AVC ao já falecido Kurt Cobain ... mas qd uma geração como a atual gasta bem e bem para ir ver uma Britney Spears fazer playback ... que se pode fazer?
ResponderEliminar20:10,Concordo no geral contigo.E uma pena estar-se a deliberadamente destruir muitos dos principios basicos do ESC,em favor duma globalizaçao uniformizadora e monotona,que nos traz sempre do mesmo dentro de pacotes cujos nomes so variam consoante o pais em questao.Faz pena...
EliminarDá pena ... porque é esse o espírito formatado, homogéneo, uniformizado que os fãs amam e exigem que se mantenham quase como uma criança que faz birra por qualquer coisa ... de repente a Eurovisão é espaço para a falta de talento, e eles adoram, para o circo e numero de comédia sem piadda, e eles adoram, para promover mensagens que nada tem a ver com música, e os fãs adoram. Eurovisão perdeu a essencia e muito à custa da vontade infantil dos fãs ... parece que o desejo da Madonna de tentar ser jovem aos 56 anos faz sentido quando pensamos na atitude dos fãs eurovisivos ... queremos ser "forever young" mesmo que chegarmos aos 80.
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