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[ESPECIAL] A crise grega nos palcos da Eurovisão

A EBU/UER proíbe conteúdos políticos nos temas a concurso, mas se tivermos em atenção algumas das últimas entradas da Grécia na competição, iremos encontrar algumas mensagens subliminares relacionadas com o clima de agitação vivido no país.


Cerca de dez milhões de gregos são este domingo chamados a decidir o futuro da Grécia e, provavelmente, a permanência na zona euro, no primeiro referendo depois de 1974, quando aboliram a monarquia e instauraram a república. O referendo serve para os gregos decidirem se aceitam o programa apresentado pelos credores internacionais (Comissão de Europeia, FMI e Banco Central Europeu) há mais de uma semana, apesar de este programa já não existir, visto que a Grécia falhou o pagamento de 1,55 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a meio da semana.

Independentemente do resultado do referendo, o clima de agitação e desconfiança do exterior para com a Grécia está para durar: em caso de vitória do 'Não', este será entendido pela Europa como um não à zona euro, não tendo a Grécia mais condições para continuar a usar a moeda única, enquanto que a vitória do 'Sim' provocará uma demissão do governo.

Os altos níveis de evasão fiscal no país e as despesas extravagantes com a organização dos Jogos Olímpicos de 2004, bem como os empréstimos contraídos para o regime nazista na década de 40, são alguns dos exemplos apontados como os causadores da crise que reside na Grécia. No entanto, no maior palco cultural da Europa, o Eurovision Song Contest, a Grécia tem-se destacado com canções sobre amor, vida e bom tempo. Será? Apesar da EBU/UER proibir conteúdos políticos nas participações, algumas das últimas entradas do país na competição têm algumas mensagens subliminares sobre as irresponsabilidades fiscais do país, bem como um pedido de 'começar de novo'. Analise connosco quatro dessas candidaturas:

2014: Freaky Fortune feat. RiskyKidd - Rise Up



Tirando o facto de ter igualado o pior resultado de sempre da Grécia na competição, o tema 'Rise Up' passou totalmente despercebido aos europeus. Nem o trampolim gigante usado em palco (sim, a Grécia deve milhares de milhões de euros) conseguiu captar a atenção. Mas se tivermos atenção à última parte da letra da canção iremos encontrar uma (possível) mensagem para Berlim:

'Come on and rise up dance till the final day,
no need to hold back drink like there is no other way,
(...)
Yo, I am down to rise up, pour these shots like “why stop”?
I see you shaking, I’m a have to smack that my god!
I’m blowing paper, balling call me later, balling call me later, balling call me mason.'
(letra original AQUI)

Quem concorda que estamos na presença de um 'Berlim, ligue-me mais tarde'?

2010: Giorgos Alkaios & Friends - Opa


Uma das surpresas de 2010, a Grécia mostrou, através de um tema bastante animado (e viciante), toda a angustia já vivida no seu país. 'Vou mudar tudo', 'Gritar em Voz Alta', 'Esquecer o passado, vamos começar tudo de novo' e 'Eu paguei todas as minhas dívidas' não deixam qualquer dúvida sobre o teor da letra da canção.
'I set on fire
Everything that’s old
I will change everything – OPA!
And I’ll shout it out loud – OPA!
Let bygones be bygones, let’s start all over again – OPA! 
(...)
I burnt the past, my previous nights
And I start from scratch, even if you don’t want it
Burning tears, lots of lies
I paid all my dues'
(letra original AQUI)


2015: Maria-Elena Kyriakou - One Last Breath

Para muitos dos eurofãs presentes nas redes sociais, o tema grego em Viena não passava do 'retrato da separação grega da Europa'. Maria-Elena Kyriakou implora para 'leve-me para onde quer que tenha ido/ volte e salve-me' e seguidamente, as coisas tomam um sentido bastante escuro:

'I’ m begging you take me
out of this firing hell
come back and save me
what happened wasn’t fair
nothing left all that I have
is one last breath
only one last breath'
(letra original AQUI).

Durante a atuação grega, muitos foram os usários do Twitter a notar o desespero da cantora/do povo grego nos versos da canção! Concorda com essa comparação?

2013: Koza Mostra feat. Agathon Iakovidis - Alcohol Is Free

Fora (e bem longe) dos favoritos da edição, a Grécia conquistou em Malmö um dos melhores resultados da sua história. Segundo a letra, o protagonista da canção encontrava-se perdido em Thessaloniki, capital cultural da Grécia e o segundo polo económico mais importante do país, a beber copo atrás de copo de um velho uísque. Se inicialmente pensa estar a bordo de um navio, o narrador percebe finalmente que afinal está num carro e tenta conduzir para casa, algo que não consegue e a culpa não é do álcool.

'In an endless sea of good old whiskey
Castaways are we, not to be found,
The earth is dizzy, it staggers away
Holes in the head and a car that goes round
Who gave it sail and wheel?
(...)
It’s not the fault of good old whiskey
The ice cubes were spiked
And the ship seems to run on four round wheels!
An alcohol test and a traffic cop
Is of no terror for us 
A downhill within the sea begins.'
(letra original AQUI)

De quem será afinal a culpa da agitação? Porque razão não consegue o protagonista recompor-se e regressar a casa? Será a culpa do 'álcool gratuito' ou do caminho? Ou até de uma personagem oculta nesta narração?

Como dito anteriormente, o resultado do referendo de hoje irá mudar o rumo não só da Grécia mas de todo o continente europeu! E muita tinta irá ainda correr... Esperemos para assistir ao desfecho de toda essa agitação.

Esta e outras informações também no nosso Facebook. Visite já!
Fonte: Expresso/breitbart / Imagem e Vídeos: eurovision.tv
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  1. Anónimo16:32

    Gregos votem NÃO!!
    Acabem com o domínio de alguns aristocratas que, para assegurarem os seus interesses, promovem a miséria social através da chantagem.
    Estou totalmente solidário com o povo grego.

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  2. Anónimo17:00

    Mais do que a Grécia, a Rússia fez isto em 2014 em relação à Ucrânia:

    Living on the edge
    closer to the crime
    cross the line a step at a time

    Now maybe there's a place
    maybe there's a time
    maybe there's a day you'll be mine

    Podemos sempre ler mensagens políticas nas canções destes países, se olharmos com olhos de ver.

    TACV

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  3. Anónimo18:03

    A grecia nao devia estar na zona euro. Nao é muito diferente da bulgaria e romenia no que diz respeito a evasao fiscal e extravagancias politicas

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  4. Anónimo18:46

    Por artigos como este e como o anterior, sobre a peça de teatro das 50 sombras, é que adoro o trabalho do ESCPORTUGAL! Dá gosto ler este website! Não se restringe ao copypaste de sites estrangeiros e nem dá falsos e excessivos exclusivos, mas consegue dar-nos um pouco de Eurovisão em todos os assuntos do quotidiano! Continuem e nunca desistam! Nós agradecemos! Bravo!

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  5. Eu adoro a Grécia e espero sinceramente que votem "sim", E estou com algumas duvidas se participarão no proximo ano ;((

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    1. Anónimo20:06

      mas ganhou o não 61% e o sim só teve 39%

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    2. Anónimo20:46

      Fico feliz pelos resultados do referendo que consiste numa resposta patriótica dos gregos contra meia dúzia de agiotas.

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  6. Viva o povo grego que volta a ensinar à Europa o que é a democracia (demo = povo; cracia = poder), ou seja, o país que nos deu o "poder do povo" volta a mostrar que a nação milenar se mantém.
    Hoje votaram NÃO, disseram basta de chantagem, basta de sufoco, o povo é quem mais ordena.
    A UE, que há muito deixou de ser democrática, sendo uma ditadura económica e financeira que nos domina, percebeu que os povos ainda são soberanos. Esta mesma UE que não cumpre um dos principais alicerces para que foi criada, a ajuda entre todos.
    EFHARISTO ELLADA

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    1. MGrz16:19

      Isto é para rir. Sim, sim, basta de chantagem e sufoco, e agora? vai chover dinheiro? é que por muito que esperneiem, estão dependentes dos ditos "agiotas".

      os gregos querem é mama, fogem aos impostos como ninguém, mas depois querem ser sustentados pelos impostos dos contribuintes de outros países (sim, o dinheiro emprestado é daí que vem). só que o "sufoco" deles ainda agora começou. a situação pode piorar bastante. mas enfim, é vê-los dançar pelo resultado de um referendo inútil. andaram anos e anos a viver acima das possibilidades, agora caíram na real, e queixam-se que não querem mais austeridade (aka viver com o que realmente têm).

      enquanto não restruturarem aquele país a sério, enquanto não melhorarem a máquina fiscal, para diminuir a brutal fuga aos impostos, enquanto não diminuírem gastos (com as forças armadas, por exemplo), enquanto não fizerem crescer aquela economia, as coisas continuarão assim, um empréstimo aqui, outro ali, e pagar que é bom, nada.

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    2. Anónimo12:23

      Mais uma anedota...
      Por acaso já foste à Grécia? Sabes o que encontras lá? Pior que Portugal nos anos 80. Em muitos sítios parece o Bangladesh...cambada de preguiçosos. O que querem é viver à conta de dinheiro emprestado. Trabalhar é mentira...
      Sabes quanto dinheiro da Europa já foi para lá desde 1981? E ainda falam de falta de solidariedade

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  7. Anónimo02:15

    Acho que o poo tem o direito em votar mas acham bem o que a Grecia fez. Pediram o emprestimo e nao querem cortar e pagar. Entao Portugal fazia tambem assim e nao pagava. Por este motivo e por outros tenho orgulho em ser Portugues por pagarmos o que devemos.

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  8. Anónimo07:50

    Viva a Grecia , a europa tem que aprender que não se faz chantagem com os povos e cada país tem a força politica que quer e não aquela que a UE quer , somos estados independentes e não pedimos para estar na zona euro eles (UE) assim o quiseram por isso ajudem os povos menos favorecidos sem os fazerm passar fome, Viva o OXI viva I ELLADA , efgaristó para poli.

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  9. Anónimo00:01

    Pelo menos desde que foram conquistados pelos turcos que para os gregos sempre foi patriótico nada pagar ao sultão, ou seja nada de pagar impostos. Depois quando o sultão deixou de ser o turco e passou a ser o grego, o actual Estado grego, os súbditos aprofundaram a questão e mais não pagam. Não pagam impostos nem dívidas. É aliás visto como muito inteligente não pagar o que se deve e passar uma rasteira ao idiota que lhe emprestadeu. Qualquer coisa como cuspir na sopa. Um dia o balão rebenta mesmo, lá para 2019.

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  10. Anónimo12:17

    Podemos falar igualmente da Arménia, no ano em que passam 100 anos desde o genocídio por parte das autoridades otomanas. Por muito que os turcos neguem, a Arménia grita: DON'T DENY!

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  11. Anónimo12:18

    Podemos considerar igualmente a Arménia, no ano em que passam 100 anos após o genocídio peas autoridades otomanas. Por muito que os turcos neguem, os armenos gritam DON'T DENY!

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