Uma sala lotada recebeu Dulce Pontes, 20 anos depois do seu último concerto no mítico Coliseu do Porto. Os mais de 3000 espetadores viveram uma viagem musical por diversos portos de abrigo…
A última vez que pisou o palco do Coliseu do Porto foi a 5 de maio de 1995. 20 anos depois, os mais de 3000 espetadores que lotaram a mítica sala do Porto perceberam desde os primeiros acordes que as saudades da cantora por este espaço e pelo seu público eram muitas. “Voltar ao Coliseu do Porto tem um sabor a abraço, amor e verdade, tem sabor a saudade”. Foi desta forma que Dulce Pontes revelou este tão aguardado regresso a uma das melhores salas de espetáculos do país. Mas, para muitos, sobretudo os fãs que não deixaram de acompanhar a sua carreira, foram poucas as letras que não foram trauteadas em coro. A enorme simpatia da cantora e a qualidade ímpar da sua voz conquistaram os espetadores que, ontem, não a quiseram perder. Até porque nunca se sabe quando será a próxima oportunidade…
Dulce entrou no palco descalça e assim ficou durante mais de duas horas do concerto. Todo o intimismo e a sensibilidade da cantora foram canalizados, primeiramente, para o piano. A minha Barquinha seguida de La Bohème, numa versão em castelhano, foram as duas primeiras canções da noite. Alguns temas depois, e quando se aproximou mais do público, este não se fez rogado e acompanhou a cantora, muitas vezes de pé. Para além dos temas do seu mais recente álbum “Portos de abrigo”, o público vibrou sobretudo com os temas mais conhecidos. A voz de Dulce em Laurindinha, Canção do Mar, Lágrima, Senhora do Almortão, O Ardinita, Júlia Galdéria ou Os Índios da Meia Praia foi quase abafada pelo público, que sabia de cor as letras. Não foi preciso, por isso, a cantora desafiar o público a acompanhá-la…
Duas horas depois, Dulce teve de subir mais duas vezes ao palco, respondendo assim a tantos pedidos do público que não arredava pé. E o fecho não podia ser mais apoteótico: O Amor a Portugal levou Dulce Pontes às lágrimas, emocionando também a audiência. Só faltou mesmo Lusitana Paixão para o concerto ser mais-que-perfeito.
Dulce Pontes é, mesmo, e há muito tempo, um caso único da música nacional. Não obstante ter estado afastada dos palcos portugueses tantos anos, não tem parado de encher salas por todo o mundo. Ainda nos próximos dias, começa mais uma digressão europeia, em concertos a solo e a convite do maestro Ennio Morricone.
Um pequeno minuto com sons da noite passada no Coliseu do Porto:
Fonte: ESCPORTUGAL / Imagem: ESCPORTUGAL/ Vídeo: YOUTUBE
Linda reportagem, A Dulce é fantastica e merece Tudo e Tudo
ResponderEliminarSem dúvida "em forma". Mas, verdade seja dita, tendo de recorrer ao "primeiro" reportório para poder cativar o público. Não se percebe muito bem a inclusão do "Ardinita" (antigamente chamava-se nacional-cancenotismo e criticava-se quem cantasse, hoje é folclore urbano...) e a omissão de "Lusitana Paixão", que decerto muito do público também saberia acompanhar.
ResponderEliminarTive pena de perder os concertos da Dulce. Espero que nao demore 10 anos a voltar
ResponderEliminarMaravillosa Dulce. Soy español pero amo Portugal. Creo que teneis una cultura musical profunda, elegante y hermosa. Madredeus fue importante en mi adolescencia, como Mariza o la propia Dulce. No hagáis caso de comentarios negativos de algún eurofan español. Tontos hay en todas partes. Sois una cultura hermana y bella. Ojala algun dia ganéis el Festival. Me alegraría de corazón.
ResponderEliminarGracias. España me encanta tambien :-)
EliminarSoy portugues,he estado en Espana varias veces y puedo decirlo de corazon que me gusta Espana y su pueblo. De vuestra cultura musical ADORO Rosario Flores, Maria Vidal y Pablo Alboran. Euroabrazo muy fraterno!
EliminarAdorava aí estar.
ResponderEliminarFelizmente, estive no Coliseu. Um show fantástico, que nos deu a conhecer a Dulce Pontes dos últimos tempos. Tem uma Voz excecional, a pender para o lírico e é uma Artista versátil. Tocar piano e cantar não é para qualquer uma e, muito menos, para qualquer uma. Dançar, também não é qualquer Artista que o faz.Tem um reportório variado e tem Temas de uma beleza extraordinária. Realmente, lamento que a Dulce Pontes não venha mais vezes a Portugal, sobretudo ao Porto (até mora em Bragança…). E a televisão, não poderia presentear-nos com um espetáculo da Dulce Pontes? Sei que vai já de seguida para Itália, para se apresentar em 20 shows. É natural que a Dulce Pontes recuse atuar se não está de acordo com o que lhe oferecem. Uma Artista do calibre dela terá exigências, obviamente. Acontece sempre assim: ou se pertence a um Grupo… ou tem de se fazer a vida lá fora. Mas a Dulce Pontes constatou como é desejada e admirada. Esgotaram-se os dois espetáculos em Lisboa e o grande Coliseu do Porto esgotou, também. Bem haja, Dulce, e volte depressa!
ResponderEliminarEm uma noite chuvosa de janeiro faltaram as estrelas no Ceu; não fizeram falta ; a maior estava a cantar para nós.
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