Rita Guerra apresentou o seu novo CD “Volta” em dois concertos em Oliveira de Azeméis e Lisboa. Um disco que traz sonoridades novas e um novo soul ao reportório da cantora. O ESCPORTUGAL falou com Rita Guerra minutos antes de entrar em palco e onde nos confessou que estes concertos assinalam o fim da apresentação ao vivo, com tanta regularidade, de alguns temas que marcaram a carreira, como “Deixa-me sonhar (só mais uma vez)”.
“Volta” é o meu regresso, é uma volta no meu reportório, uma volta na minha estética musical, é uma volta à minha presença nos discos não só como cantora mas como coautora, é uma volta na sonoridade, é uma volta para junto do meu público…” Foi assim, desta forma, que Rita Guerra justificou o título do seu novo álbum “Volta”, cujo lançamento em palco foi feito em dois concertos, este fim-de-semana em Oliveira de Azeméis e em Lisboa. O ESCPORTUGAL assistiu ao primeiro e entrevistou a cantora nos ensaios daquele que foi o regresso aos palcos da cantora que celebra 30 anos de carreira com um novo trabalho de originais.
“Para mim é o meu melhor disco até hoje”, afirmou sem hesitar, 4 anos depois de ter lançado o seu último álbum de originais. “Gosto de inovar, gosto de aprender, de experimentar, gosto de perceber até que ponto aquilo que eu sinto e que penso acerca do que faço está a bater certo e, até agora, todos os feedbacks têm sido maravilhosos”. Rita Guerra não tem dúvidas quando afirma que “a minha corrente de pensamento musical está a fluir no bom sentido”. E parte desse sucesso deve-se à sua equipa, a quem não poupa elogios. “Estou bem acompanhada, que é essencial, porque ninguém faz nada sozinho. Neste disco – acrescenta - tive a participação do Héber Marques, vocalista do HMB, que eu não conhecia… é bom juntar esforços e novos membros à equipa, como o Héber e o Daniel Lima, teclista dos HMB e também meu teclista e diretor musical do formato banda. Foi uma mais-valia porque, para além de serem pessoas maravilhosas com boa cabeça e bom coração, são uma mais-valia à minha vida enquanto artista, enquanto música”.
A entrada de Héber neste disco é fruto de uma história curiosa. “Foi maravilhoso quando o Daniel Lima me ligou e disse desta forma: 'O Héber tem duas músicas para ti! Ele ficou inspirado quando fizemos o concerto no Centro Cultural de Belém, gostou muito da tua voz… e disse que realmente cantar contigo é diferente de te ouvir no disco'”. E o resultado está à vista neste “Volta”. “É giro quando as coisas surgem com espontaneidade e não temos aquela sensação, um pouco triste e frustrante, de que alguns autores e compositores vão buscar coisas velhas à gaveta que não serviram para mais ninguém, o que acontece muito. Há pessoas que gostam de poder colher os louros mas não gostam de trabalhar”.
Rita Guerra é uma artista influenciada por diferentes estilos musicais. A produção deste disco é de Mikkel Solnado, o que confere ao trabalho, segundo a cantora, um toque muito atual, próximo de sonoridades mais eletrónicas e R’n’B, caminhos onde Rita Guerra nunca tinha estado. “Trabalhar com o Mikkel foi excelente! Talvez pela sua longa experiência de trabalho na Dinamarca, deu-me a conhecer sons que eu nunca tinha experimentado. O facto de ele ter vivido tantos anos lá fora, deu-lhe uma bagagem grande e muita informação musical muito interessante”.
Este disco revela ainda uma participação muito especial dos Guess What (a banda do filho Diogo). “Eles fazem parte da minha vida e contribuem muito para que eu esteja mais atenta ao que se passa nessa faixa do mercado tão jovem”. E isto sem esquecer o tão aguardado dueto com Michael Bolton, que só agora foi possível gravar. “Cantar com alguém que sempre admirámos é um sonho tornado realidade. E o sonho repetiu-se…e gravou-se”.
Depois de 30 anos de carreira, chegou onde gostaria de ter chegado?, perguntámos. A resposta foi pronta, como foram todas as outras de Rita: “Ainda tenho muito para fazer (risos). Até agora, cheguei onde mereço estar… temos todos na equipa feito por isso! É bom perceber que o público está recetivo às minhas novidades e nos recebe sempre de braços abertos e com grande simpatia. Falta, contudo, um disco de fado! Prometi ao meu pai que o faria… e quero que ele esteja entre nós para me ouvir cantar fado num disco”.
Pensar na Eurovisão
11 anos depois de pisar o palco do Festival Eurovisão (ESC2003), em Riga, o tema "Deixa-me sonhar (só mais uma vez)" é sempre interpretado por Rita Guerra em todos os seus concertos, mesmo nos dois deste fim-de-semana para apresentação do seu novo álbum. "Não posso deixar de cantar porque, se o fizer, o público pede... exige!", sorri a cantora. Contudo, Rita Guerra afirmou que, “com pena minha”, vai ter de deixar de cantar, com tanta regularidade, alguns dos temas que mais marcaram a carreira. “Neste momento, vou apostar mais nos temas do meu novo álbum, porque se não o fizer, estaria sempre a cantar a mesma coisa" (risos). Trata-se, por isso, de um momento de renovação.
Questionámos Rita Guerra se voltaria a participar na Eurovisão, caso fosse convidada. "Se eu voltaria à Eurovisão? Claro que sim! Foram dos momentos mais entusiasmantes que vivi a título profissional e pessoal".
Quando inquirimos a cantora sobre a sua experiência eurovisiva, fez-se luz nos olhos de Rita. "Nunca tinha estado num palco tão grandioso! Foi tudo tão perfeito e profissional que não tenho nada a apontar". Com exceção do resultado final, que não agradou à delegação portuguesa. "O resultado classificativo não foi aquilo que esperávamos, mas infelizmente são poucos os bons resultados de Portugal na Eurovisão, não é verdade?", recorda a cantora, que afirma que, apesar desse infortúnio, "voltaria a participar na Eurovisão pela experiência, pela emoção e pela responsabilidade de erguer a nossa bandeira e a nossa voz!"
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Fonte: ESCPORTUGAL, RITA GUERRA / Imagem: ESCPortugal / Vídeo: YOUTUBE
Gostei de ler. Não a conheço pessoalmente, e curiosamente nunca a vi ao vivo, mas parece-me muito directa e espontanea. A canção que esta neste disco tem a minha aprovação :)
ResponderEliminarGrande Rita Guerra. Adoro. beijinhos
ResponderEliminarA grande injustiçada da Eurovisão. Adorei a entrevista e este video. Quero ouvir o resto
ResponderEliminarQue bom constatar como uma consagrada como a Rita Guerra esta tao aberta a novas sonoridades.Gosto deste VOLTA com o seu tempero de soul e R&B. Alias ja a anterior cooperaçao com o Mastiksoul deu sinais de que Rita Guerra nao parou num estilo e/ou numa epoca. Tudo de bom para a Rita Guerra!
ResponderEliminarRita,experimente tudo o que quiser,mas por favor deixe essa ideia do fado.
ResponderEliminar"É giro quando as coisas surgem com espontaneidade e não temos aquela sensação, um pouco triste e frustrante, de que alguns autores e compositores vão buscar coisas velhas à gaveta que não serviram para mais ninguém.."
ResponderEliminarO FC é isso mesmo!!! Porque os autores têm pouco tempo e porque estes não querem desperdiçar um tema que poderia fazer sucesso... então dão à RTP o refugo, aquilo que ninguem quis
Volta Rita!! A injustiça de 2003 recuperada em 2015!! :D
ResponderEliminarQue tal relançar,regravar o "Deixa-me sonhar" em formato de reggae?O Richie Campbell era capaz de estar pronto a colaborar...
ResponderEliminarTexto muito bem escrito e muito profissional. Parabens EscPortugal
ResponderEliminarAnónimo 20:05 disse tudo aquilo que eu pensei quando li esse excerto.
ResponderEliminarAs canções do FC são mesmo isso, "os restos", "as velharias do fundo da gaveta"....
Grande Rita guerra!!!
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