[ESPECIAL] As 40 presenças de Portugal na Final da Eurovisão

Filipa Azevedo, com o tema Há Dias Assim, levou Portugal a uma Grande Final pela última vez há precisamente quatro anos. De modo a assinalar a data, o ESCPortugal preparou um artigo sobre algumas curiosidades das 40 presenças portuguesas nas finais do certame europeu.

Com 47 participações em 50 no seu curriculum eurovisivo, Portugal conta com 40 presenças na Grande Final do certame. O país com maior número de participações sem nenhuma vitória nem nenhuma colocação no top5 falhou o apuramento para a final  em 2004-2007 e 2011, 2012 e 2014. 

O 13.º posto é "o nosso favorito"

Para muitos é o número da sorte, para outros simboliza o azar! Superstições de fora, o número 13 é o mais usado por Portugal no que diz respeito às classificações. Por seis ocasiões a candidatura portuguesa alcançou o 13.º posto da geral. A primeira vez aconteceu na estreia na competição, quando António Calvário não conseguiu qualquer pontuação e alcançou o último posto da tabela, sendo que Simone de Oliveira e Madalena Iglésias, nos dois anos seguintes, repetiram a mesma classificação. A girls band Doce e Armando Gama também conseguiram essa classificação, sendo que a última a alcançá-la foi Vânia Fernandes em Belgrado, naquele que foi o melhor resultado português desde 1998.

Os primeiros doze pontos vieram da Turquia

Apesar de ter sido galardoado com três pontuações máximas nas dez primeiras participações, o atual sistema de voto apenas apareceu em 1975 e com ele, os famosos doze pontos. Logo nesse ano, Portugal, representado por Duarte Mendes, foi galardoado com os 12 pontos turcos. No entanto, nas 38 participações seguintes, apenas seis candidaturas foram galardoadas com a pontuação máxima: Carlos do Carmo foi o favorito do júri francês (1976), Anabela recebeu a pontuação máxima da Espanha e da Holanda (1993), Sara Tavares foi a mais votada do júri espanhol (1994), a nossa recordista Lúcia Moniz foi a favorita da anfitriã Noruega e do Chipre (1996), enquanto que Rui Bandeira (1999) e os MTM (2001) receberam a pontuação máxima dos franceses.

A última presença numa Grande Final aconteceu há, precisamente, 4 anos!

A 29 de maio de 2010, na Telenor Arena em Oslo, Filipa Azevedo subira ao palco com o tema Há Dias Assim, de autoria de Augusto Madureira, naquela que seria a última presença portuguesa na final do certame até ao momento. A jovem cantora, na altura com apenas 18 anos de idade, conseguiu o 18.º posto na geral, depois de se ter apurado em 4.º lugar na primeira semifinal. A candidatura portuguesa fora votada por dez (dos 38 países votantes) auferindo um total de 43 votos, o que corresponde à 12.ª melhor pontuação de sempre do nosso país.

França é o país mais generoso com Portugal... mas Espanha pontuou-nos mais vezes
Tendo em conta todas as presenças portuguesas na Grande Final, a França foi o país que mais pontuou Portugal, com um total de 156 pontos. Espanha, os nossos únicos vizinhos, cederam-nos 154 pontos, sendo o país que mais vezes pontuou Portugal: nuestros hermanos pontuaram-nos em 26 (das 40 participações), enquanto que os franceses apenas nos pontuaram em 23 edições. No entanto, no ano em que conseguimos a nossa melhor classificação, 6.º lugar em 1996, Espanha não nos pontuou e França apenas nos deu 5 dos 92 pontos auferidos por Lúcia Moniz.

Portugal continua sem receber pontuações de dez países numa Grande Final
Albânia, Azerbaijão, Bielorrússia, Lituânia, Moldávia, Montenegro e Roménia, em conjunto com a Bulgária e Marrocos (que não participam atualmente na competição) e com a Sérvia & Montenegro (já extinto) são os dez países que nunca pontuaram Portugal numa Grande Final. Por outro lado, se tivermos em conta as semifinais, apenas Marrocos e Sérvia & Montenegro nunca pontuaram Portugal, sendo que o Azerbaijão cedeu-nos o primeiro ponto precisamente este ano, em Copenhaga.

Portugal nunca atuou no temível segundo posto
O segundo lugar na ordem de atuação é a posição mais temível por todos os participantes. Em 59 edições, nenhum país se sagrou vencedor ao atuar nesta posição. Mas Portugal também nunca atuou em 2.º lugar (seremos nós a acabar com a maldição?)... As 8.ª, 15.ª e 16.ª posições são as prediletas de Portugal, tendo o nosso país atuado em cinco ocasiões nessas posições. Além disso, o nosso país foi o responsável de abrir as hostes da competição por três ocasiões (1968, 1979 e 1982), enquanto que, por duas ocasiões, foi o último a subir ao palco (1984 e 1986).

Duarte Mendes fez o "triplete do dezasseis"

Naquela que foi a primeira participação portuguesa sem a censura a riscar a azul o Festival RTP da Canção, Duarte Mendes levou em 1975 o tema Madrugada a Estocolmo. O cantor, ao qual lhe foi negada a autorização de subir ao palco fardado, conseguiu, no entanto, um  triplete nunca mais alcançado na história da competição: Duarte Mendes subiu ao palco na 16.ª posição e conseguiu o 16.º lugar na tabela classificativa com um total de ... 16 pontos!

As mulheres continuam a dominar nas participações portuguesas
Se em muitos outros casos, a distinção de géneros tende para o sexo masculino, nas participações portuguesas na Eurovisão o sexo feminino é mesmo o sexo mais forte! Portugal foi representado 19 vezes, 47,5%, por uma cantora a solo, sendo que se tivermos em conta os grupos em que a vocalista era uma mulher, a percentagem sobe para 57,5%.

Intoxicações alimentares, problemas na indumentária e esquecimentos

Os momentos antes da subida ao palco eurovisivo são marcados pelo nervosismo extremo mas, muitas vezes, com o nervosismo veio também o azar! Em Madrid, Simone de Oliveira foi vitíma de uma intoxicação alimentar na véspera do Eurofestival, fazendo com que esta estivesse muito mais contida na atuação no Teatro Real Madrid em comparação com a efetuada no São Luíz, em Lisboa. Em 1996, também Lúcia Moniz teve problemas com a indumentária usada minutos antes de subir ao palco. Por não haver tempo de remediar os problemas, a cantora viu-se obrigada a estar praticamente estática durante toda a atuação! No entanto, o nervosismo nas atuações portugueses teve o seu auge em 1984: Maria Guinot, a última a subir ao palco, esqueceu-se da letra segundos antes de começar a cantar, tendo "reinventado" as primeiras estrofes do poema em palco!

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Fonte: ESCPortugal / Imagem: eurovision.tv