Slider

Estudo aponta falhas de Portugal na promoção através do Festival da Canção

Portugal falhou na promoção do país através do Festival da Canção, conclui um estudo da Universidade Lusófona, cujas conclusões serão divulgadas em fevereiro, assinalando os 50 anos da participação portuguesa no festival.


"Nunca houve enquadramento político e financeiro para potenciar a exportação da imagem de Portugal a nível internacional", defendeu Jorge Mangorrinha, coordenador de uma investigação para apurar "Que imagem do país a televisão do Estado tem exportado através do Festival da Canção?". Apesar de algumas faltas de comparência, Portugal é "o país que participa há mais anos sem nunca ter vencido", refere o estudo, concretizando que, em 50 anos, "apenas nove canções ficaram dentro do top 10 das posições finais". Tal aconteceu, não por falta de qualidade dos cantores portugueses mas porque, "para ganhar o concurso, havia que promover poderosamente uma canção, organizar cocktails, distribuir pastas pejadas de informação e negociar entre delegações" e, por outro lado, manifestar vontade de organizar uma edição do festival, o que "podia ter sido uma oportunidade de assumir um papel significativo para a música portuguesa e para um impulso turístico".

O estudo salienta, porém, que a participação portuguesa "nunca foi previamente articulada com os serviços turísticos do Estado", deixando passar a oportunidade de promover Portugal no concurso transmitido na televisão, na rádio e na internet, e que pode "atingir uma audiência de mil milhões de pessoas em simultâneo, curiosamente o mesmo número de turistas em todo o mundo". Jorge Mangorrinha defende no estudo "uma estratégia conjugada entre interesses públicos e privados" que aborde, por um lado, o papel das canções que representam o país, o papel da RTP e os dos parceiros (como editoras ou empresas) e entidades "como o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Turismo de Portugal".

O estudo, com mais de 700 páginas, foi desenvolvido na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e teve como parceiros logísticos a Rádio e Televisão de Portugal, a Sociedade Portuguesa de Autores e a Hemeroteca Municipal de Lisboa.

As conclusões do estudo serão apresentadas em fevereiro de 2014, quando se completam 50 anos da participação de Portugal no Eurofestival.

Esta e outras notícias também no nosso Facebook. Visite já!
Fonte: SEMANÁRIO SOL / Imagem: RTP

15
( Hide )
  1. Anónimo20:26

    "para ganhar o concurso, havia que promover poderosamente uma canção, organizar cocktails, distribuir pastas pejadas de informação e negociar entre delegações"

    Nada mais errado. Para ganhar o ESC é preciso uma boa canção, diferente e inovadora. Algo que Portugal nunca levou.

    ResponderEliminar
  2. Anónimo20:48

    Anónimo das 20:26

    Não podia discordar mais consigo. O que essa frase quer dizer é que para ganhar é preciso criar uma empatia. Não basta uma boa canção para ter uma boa classificação. É por isso que muitos países têm sucesso mesmo com canções horríveis, e outros com canções boas não conseguem. Muitos já fizeram o seu trabalho de criar empatia há muito tempo e hoje já não precisam de muito para o conseguir.

    Basta ter conhecimentos mínimos de marketing e de como funciona o cérebro humano para perceber que aquilo que nos atraí não é uma mera casualidade. Existe um conjunto de técnicas para tornar apelativo aquilo que não o é necessariamente. Porque acha que existem produtos tão bons que não chegam a ter sucesso?!

    A industria por detrás de um produto de sucesso vai muito para além do produto em si. Daí que a frase que citou sugira que outras entidades, sejam elas privadas ou públicas, construam à volta da nossa canção todo um enquadramento que permita que votem em nós.

    Ter sucesso requer muito trabalho e inestimento. Não entrar no jogo e querer ser "orgulhosamente sozinhos" com as nossas canções é o que nos tem tornado "n'aqueles coitadinhos que nunca ganharam o ESC".

    Tenho dito,
    Tiago Varela

    ResponderEliminar
  3. Anónimo21:50

    problema de portugal é apostar sempre no mesmo tipo de musica, olhem a finlandia, tinha maus resultados em 2006 levou uma musica diferente e venceu!

    ResponderEliminar
  4. Anónimo21:54

    uma boa musica é o essencial. é a base de tudo. depois, vem o marketing e o envolvimento com o publico, nomeadamente através de boa coreografia, cenário e produção.

    ResponderEliminar
  5. Anónimo22:17

    Receio muito que este estudo (à partida positivo) leve à escolha de uma daquelas canções de louvor aos "descobrimentos", ao "ser português", às "maravilhas" do país, etc. Quanto a organizarem-se "cocktails" e fornecerem-se pastas "pejadas de informação", já foi feito, salientando-se os anos de 1972 (com um bom resultado, é certo), 1974, 1982 ou 1988. Admito que mais recentemente (por decréscimo de interesse na participação no ESC) se faça menos ou nem se faça. Quanto a negociar com as outras delegações, não me parece um caminho muito digno de se propor. De qualquer modo, entre 1966 e 1974 a troca com a Espanha era mais do que evidente (sendo que um certo espírito de inferioridade fazia com que se desse sempre mais um voto do que eles nos davam, exceto nos anos de júri presencial - 71, 72, 73). Não vejo no estudo (que, como é natural, não foi ainda todo divulgado) um apelo a que se observe atentamente o que os países mais bem sucedidos apresentam - assim se evitariam participações tão fracas como 1995, 1997, 1999, 2001, 2004 (apesar da excelente cantora), 2005, 2006 ou 2012, para só nomear algumas. Alguém acredita sinceramente que, nestes anos, pastas promocionais, "cocktails" e outras das sugestões resultariam?

    ResponderEliminar
  6. Shevek22:41

    Que interessante! Será que estes investigadores estudaram como os padrões de voto rígidos sempre nos impedirão de ganhar? Parece que não. Enfim, experimentem levar uma canção em inglês e com muita coreografia (a definição de boa música ou de algo diferente para muitos) e vão ver o que acontece.

    ResponderEliminar
  7. Anónimo22:57

    O estudo refere dois aspetos essenciais e cruciais para o que se deve corrigir no futuro:

    1. Nunca houve enquadramento político e financeiro para potenciar a exportação da imagem de Portugal a nível internacional.

    2. Portugal nunca manifestou verdadeiramente a vontade de organizar uma edição do eurofestival, o que terá contribuído para retrair a votação em nós,

    ResponderEliminar
  8. Anónimo01:58

    Anónimo 22:17, quando referiste algumas das participações fracas esqueceste-te da mais fraca de todos, e que eu como português tenho vergonha de ter presenciado.... ano de 2011.

    ResponderEliminar
  9. Anónimo02:00

    700 páginas para chegar a uma conclusão mais velha do que o tempo? LOL Portugal não ve nem nunca viu a Eurovisão senão um mero concurso musical entre países ... e nunca mudará essa postura "ingenua" e "desintegrada". Todos os interesses políticos, económicos, turísticos, de gerar impacto internacional são coisas que nunca fizeram parte do nosso perfil de participantes neste certame. Continuamos igualmente a escolher as músicas a "pensar no nosso país" e não no que poderá agradar os outros países e terminamos sempre com a velha lamecha desculpa "eles não gostam de nós, não percebem a nossa língua, somos uns coitadinhos, etc". Pensando bem este estudo vem dar razão a minha ideia de que não devíamos participar na Eurovisão: por um lado não sabemos como ... a Eurovisão atual é ainda um bicho de 7 cabeças aos olhos do publico geral que ainda se recorda de Tonicha, Simone ou Dulce Pontes ...e não entendeu que o mundo mudou e essa mudança está espelhada na Eurovisão tanto no bem como no mal. Depois o velho dilema: quero ver com que dinheiro vai a RTP pagar a participação de 2014? Ou vamos nos manter fieis a nossa ingenuidade e simplesmente deixar a canção escolhida tentar falar por si ... passando ao lado de tudo e todos como sempre? Same old same old ....

    ResponderEliminar
  10. Anónimo09:20

    Atenção que estamos a comentar uma notícia e não o estudo, o que é diferente, pois sabemos que ao fazer uma notícia se oculta muita informação importante e que contextualize as propostas. Dever-se-ia ter mais cuidado com os comentários, porque as varáveis são muitas e para chegarmos aos porquês desta história e às necessidades de futuro devemos comparar, ouvir depoimentos, analisar tendências, mais do que ter opiniões acaloradas.

    ResponderEliminar
  11. Anónimo09:27

    Não me parece que o estilo da canção seja preponderante, embora a notícia refira que o estudo também desenvolve esse tema. Já vimos sucesso relativo e falhanço com todo o tipo de canções. O que importa é querer ir para ganhar, com tudo o que isso representa. E parece que, sobre isto, o estudo é bem claro e com certeza que justifica nas páginas que a notícia não pode transmitir.

    ResponderEliminar
  12. Anónimo09:45

    Parabéns! O estudo vem num momento oportuno. Desenvolvido num ano de interregno, as conclusões podem ser absorvidas pelos responsáveis para apostar num método e numa promoção adequada à ambição desejável. Desde quando houve a reunião de interesses, públicos e privados, de forma a criar-se lá fora a tal empatia que um dos comentadores referiu? A RTP tem que ser inovadora, mas também ter os enquadramentos necessários, como as restantes televisões ganhadoras. E a crise não pode ser problema. Basta ter imaginação, criatividade e saber reunir quem possa ver nesta empreitada uma oportunidade para todos, com retorno. Querer organizar o eurofestival é meio caminho para uma boa classificação, ou mesmo ganhar. Isso nunca foi dito lá fora. Temos condições físicas para tal, porque as financeiras surgirão.

    ResponderEliminar
  13. Anónimo11:34

    Anónimo da 1.58: Não esqueci propriamente os vencedores de 2011, e também acho que tudo aquilo era horrível, mas nem que os outros temas fossem brilhantes, aquela música ganharia de qualquer modo o FC, porque ali esteve mais em causa um voto político pretensamente de protesto do que outra coisa.

    ResponderEliminar
  14. Anónimo00:04

    Não dá para termos acesso a essa tese, para que possamos ver, analisar e dar a nossa opinião? :)

    ResponderEliminar
  15. Vamos esperar que o fado agora seja outro. Mas ponho algumas reticências pelo seguinte: se o país está a viver uma crise tão profunda a todos os níveis onde vão buscar o dinheiro para investir numa grande promoção? Será que se tornou mais fácil arranjar bons patrocinadores para cumprir todos os itens de um programa prèviamente delineado? Bom, eu diria que este é um assunto deveras delicado e complicado e, por isso, desejo e espero que haja neste âmbito gente bastante capaz e competente para resolver todos os problemas que possam surgir inerentes ao seu futuro desenvolvimento. E a par de um bom programa promocional ficarei à espera também, e já agora, de uma grandiosa participação musical que consiga inchar de orgulho todos os portugueses que apreciam o ESC e simultâneamente granjear o respeito de todas a outras nações concorrentes.

    ResponderEliminar

Ideas

both, mystorymag

A NÃO PERDER...

TOP
© Todos os direitos reservados
Criado por Envato Personalizado por ESC Portugal - PG, 2022.