[Francas Impressões] Ricardo Martins fala ao ESC Portugal

Depois das "Francas Impressões" de Gonçalo Tavares, esta foi a vez de Ricardo Martins falar sobre a experiência do Festival da Canção. Falou acima de tudo, da sua participação no Festival da Canção 2010 e também no final, falou do seu novo disco, que irá sair em breve, com o nome de "Caminheiro de Mim". Aqui fica a entrevista completa:

(NC) Boa tarde Ricardo! Desde já agradeço em nome de toda a equipa do ESC Portugal e todos os leitores, a sua disponibilidade para participar na iniciativa “Francas Impressões”.

(NC) Quando e como é que apareceu a música na sua vida?

(RM) Acho que a música apareceu logo quando comecei a chorar na hora de nascer. A minha mãe diz que eu adormecia sempre com um rádio ligado a meu lado.
Quando chorava mal me colocavam música por perto acabava a birra. Na infância tudo era bom para eu fazer um instrumento de percussão e a minha ida para as aulas de piano foi uma das maiores alegrias que tive até hoje. Tinha eu 8 anos quando comecei a ter aulas de piano e 15 quando pisei pela primeira vez um palco para me apresentar ao público.

(NC) A canção “Caminheiro de Mim” fala essencialmente do que?

(RM) Esta canção fala de diversos estados de alma. É uma apresentação da pessoa que a escreveu. É uma revelação de sentimentos, sonhos, realidades e momentos.

(NC) Em 2010, participa pela 1ª vez no Festival da Canção. Como surgiu a ideia?

(RM) Tinha aquela canção escrita e resolvi dar-lhe um destino digno da sua beleza. Vi o anúncio do festival na RTP e pronto. Estava descoberta a forma de mostrar esta obra da qual ainda continuo a gostar muito e a descobrir novas emoções de cada vez que a canto ou a ouço.

(NC) É dos 24 apurados para as semifinais do Campo Pequeno. Como viveu durante a votação on-line?

(RM) Com muitos nervos claro e sobretudo com muita esperança de conseguir que o sonho fosse realidade…

(NC) Na Segunda Semi, consegue um brilhante 2º lugar. Como se sentiu quando ouvi o seu nome num dos envelopes?

(RM) Em primeiro lugar não consegui um segundo lugar, todos fomos apurados para a final, segundo uma votação que lá colocou 6 das 12 canções. A minha canção foi sim a segunda a ser anunciada na lista de apurados o que não significa que tenha ficado em segundo lugar ou pelo menos isso não nos foi revelado em que lugar cada qual ficou na votação do público.
Quanto ao que senti, em primeiro lugar parecia que aquilo não era comigo, que estava a ouvir outro resultado qualquer. Estava completamente distante do que me estava a acontecer, depois caí na realidade e foi uma alegria indescritível.

(NC) Na final, consegue 12 pontos (10 do público e 2 do júri) e um 7º lugar. Achou justa a sua posição ou ficou aquém das expectativas?

(RM) Fui ao festival para mostrar uma obra que gostava muito e que se tornou parte de um sonho. Cheguei francamente muito mais longe que aquilo que a realidade me fazia supor embora como disse antes tivesse um sonho. Penso que fiz uma boa prestação e tenho consciência que dei o meu melhor. Quanto à justiça do resultado se as pessoas do público acharam que eu tinha qualidade para merecer a sua confiança e o júri teve outra opinião, de certo que cada qual interpreta a justiça a seu belo prazer. No entanto deixe-me dizer que para mim foi muito mais importante a confiança do público porque é esse que vai comprar os meus discos e assistir aos meus espectáculos. O júri foi ali colocado para fazer o seu papel e ponto final, fez e fez bem.

(NC) 24 músicas participaram nesta edição do festival. Quais eram as suas favoritas?

(RM) A canção que venceu e a alvorada que foi interpretada pela Vanessa.

(NC) No Festival da Canção 2010, sai vencedora a Filipa Azevedo e o seu poderoso “Há Dias Assim”, que é bastante assobiada na repetição da música. Que tem a dizer deste momento?

(RM) Que as pessoas devem descarregar as suas frustrações em outros sítios que não perante alguém que deu o seu melhor para estar no lugar em que ficou. Se as pessoas tinham outra opinião que a mostrassem com dignidade e não daquela forma totalmente condenável.

(NC) Que boas recordações guarda desta edição do Festival?

(RM) Todos os momentos que passei foram recordações maravilhosas que irei sempre buscar quando quiser recordar alguns dos momentos mais importantes e sublimes da minha vida musical.

(NC) No dia 25 de Maio, a Filipa Azevedo sobe ao palco da Eurovisão e é uma das 10 finalistas. O que achou da interpretação portuguesa?

(RM) Não tive oportunidade de assistir ao festival.

(NC) Portugal pela 3ª vez consecutiva chega a uma final e porém conquista um lugar aquém das expectativas – 18º com 43 pontos, apesar de o sistema de votação ser de 50%/50%. O que achou da classificação lusa e qual é para si, o sistema ideal de votação?

(RM) Como disse antes não tive oportunidade de ver qualquer das eliminatórias ou mesmo a final mas digo aqui o que transmiti por sms ao Augusto Madureira, que estive sempre de corpo e alma com a representação portuguesa e que mais importante que a classificação foi a dignidade com que representaram Portugal.

(NC) Tem nos seus planos, voltar a concorrer a um Festival da Canção?

(RM) Sim claro. Agora vamos ver se será como intérprete também ou só como autor e compositor, ou em apenas uma destas vertentes.

(NC) Ficamos muito contentes quando soubemos que o Ricardo irá lançar um novo álbum com o nome de “Caminheiro de Mim”. Fale-nos um pouco deste novo projecto.

(RM) O álbum Caminheiro de mim vai ter como canção de abertura justamente o tema que lhe dá nome e vai ter também mais duas canções inéditas. Quanto aos outros temas e que são oito, já tinham sido editados num primeiro disco em que fiz uma edição de e autor, agora foram renovados para esta edição a nível nacional.. é um disco que fala do amor de todas as formas e em todos os tempos. Um disco para desfrutar da primeira à última faixa com o coração solto e aberto a todo o tipo de emoções.

(NC) Aqui estão as perguntas enviadas pelos leitores, que foram escolhidas pela equipa do ESC Portugal:

Ana Carrilho – Como foi a sensação de subir ao palco do Campo Pequeno na final do Festival da Canção 2010?

(RM) Uma grande responsabilidade em primeiro lugar perante o público que ali me colocou e depois perante o risco de ter de representar Portugal na Europa. Foi um momento de sonho e que aproveitei em toda a sua plenitude.

Eurico Alves – Gostaria de ter levado a sua cadela para o palco do Festival da Canção. Não a levou porquê?

(RM) Foi uma opção minha e da produção não a levar para o palco mas nos ensaios esteve sempre lá.

Leandro – Qual é a sua música eurovisiva favorita?

(RM) Se falarmos do festival RTP foi sem dúvida a Alvorada interpretada pela Vanessa, mas se falarmos do festival a nível Europeu não tive oportunidade de assistir mas gosto sem sombra de dúvida da nossa canção.

(NC) Muito Obrigado pela sua disponibilidade

(RM) Que a minha música vos faça viajar pelos mais doces recantos da alma, que em cada palavra e melodia, que vos trago, encontrem motivo para seguir, sendo caminheiros de vós mesmos, em direcção à felicidade.
Obrigado por acreditarem em mim e por serem parte integrante de todos os meus sonhos e construtores da minha realidade.
Ricardo Martins

Depois de Gonçalo Tavares e Ricardo Martins, chegou a vez de ser outro cantor a mostrar as suas "francas impressões". Desta vez, estamos a falar de um cantor que apesar de não ter ganho o Festival da Canção 2010 subiu ao palco da Eurovisão no mês de Maio. Claro que estamos a falar de Pedro Mimoso. Continuamos a receber as vossas opiniões e perguntas para os artistas pelo email nunojrc@hotmail.com e ainda hoje vamos revelar uma das cabeças de cartaz das Francas Impressões. Por isso, estejam atentos.