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Análise: É preciso novo sistema de votação



No final da noite de ontem ficou claro que a UER terá imediatamente repensar o sistema de votação, por forma a tornar as coisas mais claras e mais justas. E quais são as possibilidades?

Júri de Sala
Uma das possibilidades é o regresso do júri de sala com um peso de 100%, composto por um quadro nacional de especialistas na área da música, dança e imagem, tal como acontecia até ao ano de 1996 (uma vez que o televoto começou parcialmente em 1997).
A verdade é que poderá haver também favorecimentos de vizinhança ou de interesse político, como era muito falado no passado, mas na generalidade, quando este sistema era o vigente, ganhavam canções com qualidade.
O problema deste sistema é o de afastar o público do certame, uma vez que não tem poder de decisão.

50/50, 40/60 ou 30/70
Contrariando o problema de afastar o público, existe esta nova modalidade, nunca usada na Eurovisão. O televoto coexiste com um júri de sala e a distribuição dos pontos é feita depois do cruzamento das opiniões de ambos os sistemas.
O peso poderá ser 50/50, 40/60 (televoto/júri) ou 30/70 (televoto/júri), sendo esta uma das possibilidades mais solicitadas pelos descontentes, embora os pesos mereçam discussão durante as reuniões dos grupos de referência.
Não se encontram aqui inconvenientes de maior.

Televoto nas semifinais, júri nas finais
Juntando as duas realidades, mas dando autonomia a ambas. As semifinais, onde não se viram injustiças muito grandes por favorecimento de blocos, mantinham-se inalterados, como nesta edição, e o público ficava-se por aqui na escolha, sendo depois o júri especializado a votar por cada país na final.
Esta é outra possibilidade de tornar as coisas justas e impedir o afastamento do público.

Televoto, mas com alterações
Esta opção parece-nos a melhor de todas para ser aplicada no futuro.
Tal como na opção anterior, as semifinais ficam exactamente como no ESC2008. A novidade surge na final, em que todos os países participantes (qualificados ou não) votam, mas apenas os finalistas dão classificações independentes, criando-se depois um "Resto da Europa", onde seriam atribuídos os pontos aos dez mais votados pelo "bolo" dos televotos dos países não participantes na final. Esta possibilidade, evitando favorecimentos, evita também que as votações sejam demasiado longas e todos os porta-vozes possam dar a totalidade dos pontos e não só os três mais.

Televoto tal como está
Esta possibilidade já todos conhecemos e ditará, num futuro muito próximo, o fim do Eurovision Song Contest, que tal como os Jogos sem Fronteiras ou o Festival Ibero-Americano da OTI, passará a fazer parte das memórias nostálgicas de muitas gerações...
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  1. Anónimo19:09

    As três primeiras possibilidades podem ser perigosas: podem afastar o público e, além disso, a UER nunca vai implementar um sistema em que o júri seja predominante em relação ao televoto, porque o dinheiro arrecadado no televoto dá muito jeito e fala sempre mais alto...

    Manter o televoto como está é, claro, absolutamente impensável. A UER vai ter de deixar a teimosia que tem vindo a demonstrar e vai ter mesmo de alterar muita coisa.

    Já se ouvem uns zunzuns de que os Big 4 vão deixar de o ser (ou seja, vão deixar de ser automaticamente apurados para a final). Se tal acontecer, pode estalar o verniz e estes países baterem a porta. Consequência: menos dinheiro para a organização do certame e menos representatividade da Europa Ocidental.

    A quarta possibilidade também me parece a mim a mais adequada, embora as alterações ao ESC também devam passar, por exemplo, por o ESC voltar a ter orquestra, como no passado. Não sei se esta última ideia é de aproveitar, mas, nesta altura, todas as ideias são bem-vindas para trazer a qualidade e a justiça de volta ao festival. (Atenção: qualidade não tem de ser sinónimo de baladas)

    Uma coisa é certa: o ESC tem MESMO que mudar!

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  2. Anónimo19:20

    Acontece que o televoto individual, mesmo só dos que participam na final, não resolve o problema das diásporas, pelo que este deverá ser ou eliminado ou, pelo menos , limitado no peso e 30/70 parece-me bem. E, insisto, o júri terá de dar a cara. Agora não fazer isso por causa das receitas, audiências etc., é o mesmo q aceitar a corrupção pq a vida é mesmo assim.

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  3. Anónimo19:21

    Concordo plenamete com a hipotese numero 4, acho q é sem duvida a melhor.

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  4. Anónimo19:35

    Eu acho que deve existir um equilibrio entre um júri e o público.

    Em primeiro lugar acho que deveria deixar de existir o BIG4, ficando apenas o país anfitreão com presença garantida na final, uma vez que a qualidade das músicas não se mantém todos os anos (como foi o caso da Espanha, por exemplo).

    Seguidamente, acho que nas semifinais deveriam passar 5 países através de um juri e 5 países através do televoto, sendo a final constituída por 20 países + anfitreão.

    Depois, na final fazia-se como está referido na quarta opção, que me parece muito justa. Criava-se o país "Resto da Europa", evitando os favorecimentos.

    Gostei da implementação das duas semi-finais este ano, mas ainda não é o suficiente! A EBU/UER tem que mudar, se quer que a Europa seja unida através da música!

    P.S.: O que acham da ideia de aumentar o limite das músicas de 3 para 4 minutos? Não seria melhor?

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  5. Anónimo20:39

    Confesso que já não acompanhava a votação final do festival há alguns anos mas este ano decidi fazê-lo, não só por nacionalismo, mas porque achei que a nossa canção tinha muito potencial. Para mim, era mesmo a mais bonita e a única que me arrepiou. O que não me causou arrepio foram as votações. Antes me indignaram! Os vizinhos votaram nos vizinhos e Portugal, pobre coitado, como só está próximo geograficamente da Espanha, nunca poderia esperar altos voos com estes favores de "boa vizinhança". Depois há a questão das comunidades imigrantes. Estou a imaginar os ucranianos no nosso país a gastarem o salário de uma semana para darem pontuação à bela cantora das longas pernas. De resto, diga-se, isto pareceu mais um festival de vaidades do que um festival da canção. Era ver qual a cansonetista em melhor forma física, com as melhores curvas, olhos e cabelos e, sobretudo, com a saia mais curta! Só por aí, a nossa Vânia perdeu pontos, porque fugiu ao padrão e apresentou "apenas" a sua voz arrebatadora. Por tudo isto, sinto-me triste com este embuste que é actualmente o Festival Eurovisão da Canção.

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  6. Anónimo20:39

    A 4ª opção parece-me a mais equilibrada!

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  7. Anónimo20:41

    Já que eles, o Svante, quer é palhaçada, eu tenho um sistema melhor! Quem dava os pontos eram 10 cidadãos à sorte em cada país. Por exemplo, ligavam um número de Portugal à sorte: calhava o Sr. Fulano. Este dava um ponto. Depois ligavam para outro número à sorte: calhava-me a mim. Eu dava 2 pontos. E assim por diante até um português das 12 pontos. Depois passava a outro país. Era o povo europeu a votar e já que não é para votar pela qualidade, ia ser fixe.

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  8. Anónimo00:35

    Acho q numa 1ªfase dever-se-ia experimentar o 50/50... e depois dos resultados q tivessem, poder-se-ia investir na 4ª opção, ou seja, ou de votarem os países presentes na final e depois um "Resto da Europa". Mas acreditem q vai haver novamente novidades pró ano.

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  9. Anónimo14:13

    Na minha opinião o juri deveria ser músicos profissionais, um de cada país, presencial, com 50% do peso e os restantes 50% televoto.
    Só assim seria justo, porque o juri iria avaliar pela qualidade e o povo pelo gosto. Talvez acabasse os "pimbas" e os "metalicos" que não tem nada a ver com festivais.
    "cada macaco no seu galho".

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  10. 1. Duvido que haja mudanças para o ano. Até porque seria demasiado precipitado.

    2. Se calhar o problema está no sistema de pontuação em si e não na forma como a ordem dos votos nos países aparece.

    3. Muito provavelmente isto de que nos queixamos tem tudo a ver com o televoto ser algo criado na Europa Ocidental que acaba por não ter em conta, em sede de Eurovisão, as especificidades dos países dos Balcãs e da Europa de Leste. Se a nós nos causa estranheza votar em alguém por ser um artista conhecido ou ser do país dos primos, isso para eles é perfeitamente natural.

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  11. EM Espanha há tempo estábamos a pensar que o 50-50 televoto+juri é a melhor opção.
    É claro que não se pode deixar a victória nas mãos de grandes blocos de inmigrantes (caso da Espanha com os rumanos) ou de raparigas com telemóvel que fiquem apaixoadas do cantor que mais corpo mostra...
    A decissão do telemóvél é do povo, mas este muitas vezes erra.
    A solução do juri não é boa, porque, não sei em Portugal, mas na Espanha, na época dos juris, de 10 ou 12 membros só havía um especialista musical...o resto eram um estudante, uma pintora frustrada, um travestido, a dona de uma linha de cosméticos...no enfim...gente que sabía do festival ainda menos dos que estábamos em casa.
    Por tanto, 50% televoto-50% juri é o mais acertado.

    Beijinhos do slovenergy.

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  12. Anónimo02:39

    tenho a melhor sugestão semi final tal qual este ano, e a final onde os finalistas votavam por televoto e os semi finalistas eliminados por um juri... podendo haver lugar para um televoto global de todos os finalistas para dar mais enfase...

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  13. Anónimo05:44

    O sistema híbrido júri + televoto é o melhor, a meu ver, para obter uma distribuição de resultados mais próximo do que seria justo para todas representações no final da noite e não só para os vencedores porque de uma maneira geral, julgo que o sistema já encontra satisfatoriamente o vencedor - todos os anos a canção vencedora está entre as melhores enviadas a concurso ou é mesmo a melhor.

    O sistema híbrido por várias razões: 1. A avaliação de um júri profissional deve servir para incutir garantias juntos de cantores, produtores, coreógrafos, etc, que o produto deles será avaliado pela sua expressão musical e porque vêem e ouvem as músicas com bastante antecedência e não num «speed date» de 3m sentado no sofá da sala num sábado à noite. 2. Porque a Eurovisão não pode ser redoma e também deve obedecer à lei do mercado onde o público, ao deixar o dinheiro de um CD na loja, está a indicar da sua preferência à indústria e a estimular a produção segundo o seu consumo. Afinal, é a escolha do público que faz os tops em qualquer país.

    No entanto, quando alguém gasta dinheiro a comprar um CD numa loja ou a fazer um download da net presume-se que conhece melhor as músicas e os artistas do que os 3m de apresentação na tv. Não há um sistema perfeito. O júris não são infalíveis, mas o televoto torna isto quase um concurso de popularidade e de caça ao voto. Daí achar que o sistema híbrido é a melhor resposta até ver. As percentagens são discutíveis.

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