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"Divine" cria crise política em França

Fontes: Libération, The Time


Na edição deste fim-de-semana do jornal francês Libération a Eurovisão, mais especificamente a canção francesa "Divine", merece destaque especial motivado pela polémica que a canção que Tellier irá defender em Belgrado em representação do estado gaulês ser interpretada em inglês.
Esta situação iniciou-se no parlamento, com a interpelação do deputado conservador François-Michel Gonnot à Ministra da Cultura Christine Albanel, sobre como era possível que a França, que neste momento tenta defender o papel da sua língua como sendo universal alternativa, se faça representar no ESC2008 com um tema quase totalmente na língua de sua majestade, deixando para o francês uma pequena estrofe. Gonnot afirmou perante a câmara parlamentar que: esta escolha comove muitos cidadão que não podem compreender nem aceitar que a França abandone a defesa do seu idioma compreendido e falado por milhões de espectadores, o que mereceu uma estrondosa ovação por parte de muitos deputados presentes na sessão.
Segundo o jornal The Time, esta actuação eurovisiva francesa é uma dura facada na política do presidente Nicolas Sarkozy, que tenta nesta altura implementar uma grande promoção do francês em vários países do mundo, o que motivou que a sua recente esposa, Carla Bruni, abandonasse o inglês do seu último trabalho para se preparar para lançar um novo francófono.
Sébastien Tellier defendeu-se recentemente na televisão, afirmando: Adoro cantar em francês e quero que todos estejam contentes com "Divine". Vou tentar incluir mais palavras na nossa língua, mas não a poderei alterar, uma vez que o tema já foi registado na Eurovisão em inglês e a sua alteração para outra língua violava um grande conjunto de regras.
O escportugal.pt.vu tentou contactar a France Television, que até ao momento se escusou de responder às nossas questões sobre o facto.

Uma enorme luta para defender o francês na Eurovisão

Desde a aprovação do anterior modelo da Eurovisão, em 2004, uma semifinal e uma final, que a UER tenta abolir o francês como segunda língua oficial da apresentação do certame, motivada, segundo a organização pela necessidade de diminuir o tempo de emissão, numa diferença de cerca de 10 minutos por espectáculo. Como seria de esperar, a França, apoiada pela Suíça, Bélgica francófona e Mónaco, inicia uma luta que impediu as intenções da UER de abolir o idioma, mas não de o reduzir ao mínimo, numa proporção de 80% de inglês, 20% de francês.
Com o novo formato iniciado este ano, duas semifinais e uma final, volta a por-se a questão e a França, desta vez sozinha, volta a conseguir impedi-la, mas esta alteração nas convicções de actuação da entrada gaulesa pode vir a tirar legitimidade a futuras investidas.

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  1. Anónimo16:26

    É uma estúpidez a França cantar a Inglês. Era preferivél a Inglaterra cantar em Francês. Onde é que já se viu 80% de Inglês e 20% de Francês, seja 50 para cada uma.
    Vejam a Espanha que sempre cantou em espanhol e actualmente rejeita cantar noutra língua, esta atitude da Espanha é que está correcta, significa que os espanhois gostam e tem orgulho do seu idioma.
    Os responsáveis da canção "Divine" que criaram a canção em Inglês deveriam ser punidos por lei e presos durante um ano para eles verem que nós devemos defender os nossos idiomas e não rejeitálos.
    ATENÇÃO: eu sou português e o francês é para mim a minha segunda língua (a seguir ao português, é claro).

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