Injustiças (ou não) na semifinal [ACT]

O que aconteceu à Ilha de Chipre?
Uma das grandes ausentes do grupo dos finalistas seleccionados nesta semifinal é sem sombra de dúvida Chipre, ou melhor, Comme ci comme ça na voz da repetente eurovisiva Evridiki. Ela teve boa presença em palco, a actuação marcava pela diferença, até na língua, o francês, mas houve vários factores que podem ter vedado a entrada desta entrada na final: primeiro a falta de vizinhos, o eterno problema de muitos países, entre os quais Portugal; segundo, mais importante talvez, alguma insegurança, quase imperceptível, que se sentiu na actuação; e por fim, a voz de Evridiki não estava no seu melhor. De qualquer maneira, para uma grande maioria, esta canção deveria estar entre as 10 mais da semifinal.

Os vampiros mortos com a luz...
Esta era uma das eleitas por todos, umas das consideradas prováveis ao top 10, não só da semifinal, mas também da tabela geral dos 42 participantes, mas não, nem no da eliminatória conseguiu entrar. Porquê? Muito simples, este tema vivia essencialmente do nome do cantor/DJ, que já era conhecido a nível mundial e de uma versão estúdio de dança que, normalmente, não funciona bem em palco. Aqui a justificação é clara e não há confusões, DJ Bobo sofreu do efeito Xandee (2004) e Kate Ryan (2006).

A melhor actuação portuguesa dos últimos anos
É verdade que nos ecrãs se notava o nervosismo e a preocupação em conseguir acertar com os passos de dança, é verdade que a voz se ressentiu um pouco com o peso da responsabilidade, mas esta foi de longe a melhor actuação nacional dos últimos anos. Sabrina brilhou, espalhou simpatia, mostrou o potencial que tem, a força que poderemos esperar dela no futuro próximo, quando o seu primeiro trabalho a solo sair. Merecia estar lá, no grupo dos sortudos; não ficou atrás de alguns que passaram. E nem os emigrantes nos safaram...

Adeus Dança comigo nórdico!
A Guri estava convencida que sim, muitos europeus também e até faziam com que este Ven a bailar conmigo fosse encarada como a versão topo de gama de Dança comigo (vem ser feliz), mas o resultado foi exactamente o mesmo: ficas na semifinal que até te lixas!
Começou por se espalhar ao comprido nos ensaios, continuou com má performance nos gerais, talvez com ligeiras melhoras, e na semifinal não marcou, não fez a diferença, nem na voz, nem na imagem, nem na dança, nem nas duas mudanças de roupa estilo Angélica (Bielorrússia 2005), nem em nada. Afinal, atrevo-me a dizer que Ven a bailar conmigo era realmente uma versão de Dança comigo (vem ser feliz), mas da loja dos chineses.

A traveca lá volta para o Finalmente...
A música era realmente engraçada, a actuação também, mas foi como já tinha sido dito aqui neste site, não tinha espectáculo realmente, não trazia nada de novo ao estilo festivaleiro, nem ao estilo travesti, era tudo igual: mais uma música, mais um transformista, que não conseguiu ter, por exemplo, a mega performance Dana Internacional. Pensando bem, foi injusto não ter passado, mas antes esta entrada não passar que a Sérvia.

Andorra, para sempre na semifinal?
Não foram brilhantes! Mas sim, admito que mereciam um lugar entre os 10 mais desta semifinal. Destaca-se uma boa presença em palco, uma grande força instrumental, que os Anonimous dominam de forma excelente para a idade que têm, mas não era realmente do melhor que tinha esta semifinal, e, como já disse, antes Andorra não ter passado, do que a Geórgia ficar pelo caminho dourado da final de Sábado.

Bulgária farta-se de meter água
Esta canção morreu um pouco no palco, podia ter sido bem melhor, bem mais agitado para uma canção quase tecno-progressivo, mas não foi. Além disso, a vocalista não mostrou ter aqueles dotes vocais que estavam na gravação estúdio, bem pelo contrário. É verdade que este tipo de música não é para palco, mas já que o foi, deveria ter sido mais perfeita, ou pelo menos melhor. Esta sim, atrevo-me a tocar nos eleitos, devia ter ficado de fora. Infelizmente teve a sorte de toda a gente se ter lembrado do que estava gravado e não do que se estava a ver e ouvir.

A Malta continua na semifinal em 2008
O Fabrízio espalhou-se em 2006, mas este ano a história foi diferente. Olivia Lewis defendeu bastante bem o seu tema Vertigo e sou sincero, nunca imaginei que se ficasse por aqui.
É verdade que também não era uma grande canção, nem tinha uma grande presença, mas era daquelas que merecia um pouco mais, talvez mostrar que ainda podia surpreender mais.
Já agora, um conselho a todos os participantes para 2008, não usem leques na actuação, pois este ano, todos os que os usaram ficaram pelo caminho.

Para finalizar, sejamos realistas...
Assistimos a uma semifinal quase a tocar a estopada; 28 canções numa noite só é obra, mas também é normal que existam mais de dez entradas com capacidade e qualidade para passar a uma final perante esta realidade. É verdade que 2007 não é o ano de grandes canções, mas nesta semifinal vimos muitas, mais que o número que limite, que podiam estar realmente Sábado no palco de todas as emoções. Algumas injustiças (ou não) tinham que acontecer mesmo e estas foram aquelas que destaquei...
Fico-me por aqui neste rescaldo.