Entrevista Henrique Feist e Vanessa

Fontes: Henrique e Vanessa

Como é que encara a participação neste Festival da Canção?
[Henrique] Com imensa expectativa e motivação. Não vou responder o politicamente correcto - "o importante é participar" - porque à partida sabendo que alguém tem de ganhar, acho que não há concorrente algum que não concorra com esse intuito de vencer em mente. E como não poderia deixar de ser, encaro também com um enorme sentido de responsabilidade.
[Vanessa] Encaro c/ muito entusiasmo e agora com algum nervosismo!

O que espera obter com esta participação em termos pessoais?
[Henrique] Mais experiência e aprendizagem.
[Vanessa] Realização pessoal e aprender o máximo possível.


Tem noção que a vossa participação é das que levanta maiores expectativas?
[Henrique] Essas coisas, sinceramente, passam-me sempre um bocado ao lado. Tento não ligar muito para não ficar muito nervoso. Acho que à partida há sempre uma razão para qualquer uma das canções levantar grandes expectativas, seja pelo cantor seja pelo produtor. Eu vejo isto como havendo uma linha de partida como no atletismo, com todos os cantores alinhados à espera do sinal de partida. Depois, e ao sinal, vou correr o melhor que sei e posso com a Vanessa para chegar à meta primeiro...
[Vanessa] A sério??

Como define a canção que leva a palco?
[Henrique] Não vou dizer que é um fado porque senão sei que o público vai estar à espera de ouvir isso mesmo. Mas vou dizer que o fado è entoado pelo facto de a canção ser acompanhada à guitarra portuguesa, passando por vários dedilhares rítmicos típicos de Portugal. Não vou dizer que é uma canção étnica pela mesma razão que referi. Mas vou dizer que há momentos onde a melodia entoa nuances étnicas. Digo, e isso sim, que a canção vai buscar muito às nossas raízes musicais.
[Vanessa] Como já disse antes: PERFEITA! Sem querer ser mal interpretada, eu adoro-a, não mudaria nada e portanto creio que perfeita é a palavra que melhor a define!

Do que se percebe das palavras do produtor, a canção é bastante exigente do ponto de vista interpretativo. Sente-se à vontade com o tema?
[Henrique] Tento sempre sentir-me o mais à vontade possível com tudo aquilo que eu canto. Pelo menos é o que eu tento deixar passar cá para fora. Tudo o resto, guardo para mim. É claro que há sempre um nervoso miudinho de não querer desiludir quem aposta em nós, de não querer falhar mas eu tento ao máximo usar isso para me dar mais confiança e segurança. Tento fazer dos meus nervos amigos e não inimigos. Tento não deixar que os meus nervos me traiam em palco. No dia que o fizerem, deixo de ser cantor...
[Vanessa] Claro que sim, caso contrario não teria aceite o desafio...mas como eu gosto de desafios e coisas exigentes, para mim está óptima!!

E trabalhar com o Henrique/Vanessa, como foi?
[Henrique] É sempre uma maravilha trabalhar com uma excelente PROFISSIONAL. E muito melhor é trabalhar com quem se gosta.
[Vanessa] Trabalhar com o Henrique, foi e é maravilhoso! Além de achar que é um fenómeno e muito profissional, é também um grande amigo, e isso facilita as coisas!

Conhece os restantes concorrentes? Qual deles lhe cria maiores expectativas?
[Henrique] Conheço alguns. À partida como já o disse aqui todos me criam expectativas a partir de momento em que não conheço nenhuma das outras canções. Às vezes o melhor vem donde menos se espera...por isso TODOS realmente me suscitam uma enorme curiosidade.
[Vanessa] Conheço a maior parte, e todos me criam expectativas, porque todos são bons profissionais.

Qual é a canção/intérprete português do festival que mais admira?
[Henrique] Simone de Oliveira.
[Vanessa] Sem duvida alguma a Simone de Oliveira! Se bem que também gosto muito da Lúcia Moniz, da Adelaide Ferreira e da Dulce Pontes.

Na sua opinião, a que se devem os relativamente maus resultados em termos de Eurovisão?
[Henrique] Ao facto de tentarmos competir com uma linguagem musical na qual ainda não somos tão experientes como os outros países o são. Não confiarmos na nossa própria linguagem musical. Termos sempre um bocado da postura dos "coitadinhos". Não investirmos mais em certas coisas porque "dá muito trabalho". Ter um público que, se não gosta da canção vencedora, nada faz para apoiá-la no seu caminho para a Eurovisão. Já houve várias canções que ganharam o festival das quais eu não gostei. Mas, a partir do minuto em que passam a ser "a canção" que vai representar o meu país lá fora, só tenho de apoiá-la, porque acima de tudo, na noite da Eurovisão somos todos portugueses.
[Vanessa] À falta de apoio...

Isto é para ganhar? E em Helsínquia o que é que podemos esperar?
[Henrique] Claro que vou com esse intuito. Acho que vamos todos. Era um bocado estranho responder "não, por acaso estou a concorrer para ficar em segundo!". Se você fizesse, por exemplo, do atletismo vida e fosse convidado para correr os 100 metros contra outros 9, também não gostaria de ganhar? Em Helsínquia, a atitude é a mesma. Estaremos a levar o nome de Portugal lá fora, por isso - cabeça erguida, muita confiança e ao ataque!!!!!!!!!!!
[Vanessa] Isto é um concurso...estaria a mentir se dissesse que não! Em Helsínquia? Não faço ideia, não penso muito nessas coisas!!

O escportugal agradece a amabilidade do Henrique e da Vanessa em responderem às perguntas. Aguardamos igual resposta às pergunta enviadas aos outros intérpretes.