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Filomena Cautela: "Não metam questões geopolíticas num festival que está a festejar a liberdade"


Filomena Cautela, uma das apresentadoras do Festival Eurovisão 2018, falou, em entrevista, sobre a experiência das últimas semanas: "Isso é lindíssimo e uma demonstração de liberdade, de desportivismo, de solidariedade entre países".


Filomena Cautela, uma das quatro apresentadoras do Festival Eurovisão 2018, esteve em destaque na imprensa internacional, sendo alvo de largos elogios: "O feedback real, esse, só o vi no domingo. Foi muito comovente. (...) No meu caminho em televisão, como apresentadora, eu nunca fui consensual. Há pessoas que gostam muito do que eu faço e há pessoas que me odeiam. E eu acho isso fixe. Sei que a minha postura como cidadã e que aquilo que quero partilhar publicamente não é consensual. Esta foi a primeira vez que toda a gente gostou. Foi estranhíssimo. Comecei a procurar alguém que tivesse dito mal e não descobri, mas acho que daqui a uns dias ainda vão dizer.".

Admitindo ter perdido "dois ou três quilos (...) da atividade física, do stress e da ansiedade", Filomena Cautela confessa ter sido um trabalho "difícil", mas "Sinto orgulho por termos sobrevivido e ter corrido tão bem. De ter sido tão bem aceite e de os portugueses terem curtido. Na generalidade, as pessoas gostam de dizer mal. Não há mal nenhum. Às vezes, eu também gosto. Nesse sentido, foi uma surpresa. Ninguém encontrou nada de mal para dizer e isso é muito raro."

"Por acaso sei as canções todas de cor... A malta que arrastava os cabos já cantava a canção da Estónia" admitiu, revelando ter tido mais liberdade no guião do que as restantes colegas: "Tinha uma ideia do que queria fazer com cada país, mas como nos ensaios não tinha lá ninguém e falava para os sofás brancos, todo o resto foi improvisado. (... ) Mas tentei, mas a maioria estava nas respetivas delegações e eu não queria chateá-los. Fui sempre falando com um ou outro para lhes dizer o que ia acontecer e perguntar se, por eles, estava tudo bem. O mais engraçado é que, depois da primeira semifinal, os artistas que atuaram na segunda e que viram o que fiz na "green room" já queriam todos fazer imensas coisas. Acho que perceberam que nos estávamos todos a divertir".


Contudo, Filomena garante que a melhor palavra que descreve o Festival Eurovisão é "friendly": "A Eurovisão é uma competição e envolve milhões de euros, países e políticas. Mas, sinceramente, acho que isso não tem nada a ver com o espetáculo e com o que se passa naquele palco. O palco da Eurovisão é único por isso mesmo: porque podemos ter Caetano Veloso, cantoras de ópera, cantores de metal, de "nordic folk", de música ligeira, de música pimbalhona (...) No palco e na plateia, onde as pessoas sentem que podem ser elas próprias. Não estou só a falar de homens que se vestem de mulher, mas de famílias inteiras com bandeiras, pintadas e a cantar de tudo. Pessoas que num momento estavam a dançar ao som de "Toy" e, dois minutos depois, estavam a curtir "heavy metal". Isso é lindíssimo e uma demonstração de liberdade, de desportivismo, de solidariedade entre países.".

Sem noção da "festa", a apresentadora lamenta que as questões políticas marquem presença, recorrentemente, no certame: "Isso parece-me tudo muito bem. Cada um tem a sua opinião e deve fazê-la prevalecer. Questões políticas e geopolíticas que estão a acontecer no mundo são muito importantes de se falarem e escrutinarem com os nossos líderes e com quem toma decisões. Agora, não metam isso num festival da música que festeja a liberdade. O bonito da Eurovisão é poder lá estar Israel, sim, e poderem estar, na mesma "green room", representados países que estão em guerra. Ali está tudo bem. Isso é uma lição para toda a gente. A parte mais bonita, para mim, foi essa.".

Aceda AQUI à entrevista na íntegra.

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Fonte: JN / Imagem/V´deo: Eurovision.tv
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  1. Anónimo23:01

    A Filomena meteu num canto a Catarina Furtado

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    1. Anónimo00:02

      Já começa. As 4 estiveram óptimas e a Catarina não foi exceção

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    2. Anónimo00:17

      É tao feio dizer isso. Pessoal, ainda que tenhamos uma opinião, temos de ter cuidado e respeitar quem tentou dar o melhor de si. Não justifica, nao adianta, e apenas divide e entristece estas 4 mulheres. Estou orgulhoso de todas!

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    3. Não percebo porque é que para elevar uma pessoa e preciso rebaixar outra... Que ridículo! A Filomena marcou a diferença, a Catarina, Silvia e Daniela fizeram o que lhes competia cada uma à sua maneira

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    4. A sério? Ela (a Filomena) disse isso? Foi mesmo ESSE, o seu objetivo ao ser convidada para apresentar o Esc.?
      Ah, perdão, li mal o seu comentário. Você é que está a dizer isso!

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  2. Rui Ramos00:21

    A Catarina teve o glamour, a Filomena irreverente. Complementaram se. Adorei ambas

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    1. Anónimo10:30

      Glamour de se enganar 3,4x em cada show e uma atitude de pageant queen que está mais que ultrapassada na televisão.

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  3. Anónimo22:50

    sou daqueles que nem sempre aprecia o registo da Filomena em outros programas, mas adorei o excelente trabalho na apresentação da Eurovisão. Claramente de todas as apresentadoras foi a que mais se destacou. Fiquei a apreciá-la ainda mais depois destas declarações, é exactamente este o espírito com que me revejo na Eurovisão. Um exemplo a seguir...

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