Todas
as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que
participaram no concurso Eurovisão da canção e/ou seleções nacionais ao longo
dos anos. Esta semana o destaque vai para o mais recente disco de Loreen.
O responsável da rubrica é Carlos
Carvalho.
Nota: 9/10
Se
utilizarmos o critério quantitativo como medição de sucesso, 2017 não foi
definitivamente o ano da Loreen, e não o foi principalmente num universo
discográfico que funciona em termos comparativos, numa contínua e feroz caça
aos maiores números: números de vendas, de votos, de visualizações, de
streamings. Neste jogo de apanha ao número, Loreen perdeu!
A vencedora da Eurovisão, de há apenas cinco
anos, não conseguiu chegar (injustamente) à final do Melodifestivalen 2017 com
"Statements" e, para já, o novo álbum - “Ride” – não foi para além do
#31 no top sueco (em contraste com o #1 de “Heal”, em 2012). Contudo, há outra
forma de ver o trabalho artístico, analisando-o através de um (sempre discutível)
prisma qualitativo. Aqui, o caso muda de figura, e vemos Loreen a concentrar-se
na supremacia da sua expressividade. Embora haja espaço para a eletrónica, esta
assume um caráter mais discreto ou, pelo menos, não tão abrasivo como a sua
estreia, colocando-o num contorno indie, podendo ser referenciado ao lado de nomes
atuais de peso, como London Grammar.
De modo astuto e elegante, repleto de toque
humano, foi assim que Loreen começou por apresentar “Ride”, através do primeiro
single e tema de abertura "71 Charger". Este registo mantém-se em
“Dreams”, atingindo um expoente melódico em “Jupiter Drive”, dando lugar a um
momento mais intimista em “Fire Blue”. “Hate the way I love you”, o segundo
single e acompanhante do lançamento do álbum, faz-nos acreditar que as palavras
não são inúteis e mais uma vez testemunhamos Loreen numa profunda sinceridade
apoiada num dos seus temas mais interessantes até à data. “I go ego”, apesar de
ser, musicalmente falando, ser o momento mais fraco do disco e que, na nossa opinião,
devia ter sido substituído por “Statements” (que não foi incluído no álbum),
não se pense que a segunda parte é um elo mais fraco do disco, pois é aqui que
encontramos o terceiro e atual single do álbum “Ride” (que estranhamente nos
recorda os Nirvana) e “Love me America”, o momento perfeito do disco.
“Ride” move-se confortavelmente no mundo da
electrónica graciosa, mas não elimina a opção de se tornar acessível ao consumo
de massas e de se converter num álbum que saberá tão bem ouvi-lo daqui a 20 anos,
como em 2017! Basta querer ouvi-lo. Nós aconselhamos.
Tracklist:
'71 Charger
Dreams
Jupiter Drive
Fire Blue
Hate The Way I Love
You
I Go Ego
Heart On Hold
Love Me
America
Ride
'71 Charger
(Strings Bonus Track)
O primeiro single: "'71 Charger"
O segundo single: “Hate the way I love you”
O terceiro single: “Ride”
Tema destacado por Carlos Carvalho: “Love me America”
O problema e que este tipo de musica nao vinga... E sinceramente detesto esta nova Loreen... Deveria voltar ao antigo registo e fazer musicas como Euphoria e My heart is refusing me que iria logo para o topo...
ResponderEliminarCá eu acho que o album está TOP! Adoro o registo da Loreen no primeiro mas esta nova fase está muito interessante também. Não é tão comercial, sim, mas para comercial já basta o que ouvimos todos os dias na rádio.
Eliminareste album nao e tao comercial ,,eu particularmente gostei muito , ele mostra uma profundidade enorme,pode ate nao estar no top,mas o trabalho e maravilhoso,termos estéticos
ResponderEliminarnao gostei muito do novo visual da lorine mas a qualidade do som achei espetacular.