Lúcia Moniz foi a protagonista de mais uma sessão da iniciativa "Conta-me histórias", desta vez na Feira do Livro de Braga. Xana Silva esteve no local e escreve, para o ESCPORTUGAL,as suas impressões sobre este momento tão especial.
O ‘Conta-me Histórias’ é um ciclo de conversas-concerto com conhecidos músicos portugueses, onde estes revelam alguns pormenores menos conhecidos das suas carreiras. Lúcia Moniz foi a mais recente das convidadas, na iniciativa que decorreu na Feira do Livro de Braga. A moderação desta conversa esteve, como sempre acontece, a cargo de Tito Couto, consultor editorial e dono de um humor muito interessante, e do jornalista Jorge Oliveira.
O serão começou precisamente a falar do Festival da Canção e sobre a reação de Lúcia Moniz acerta da vitória deste ano no Eurofestival por Salvador Sobral. Lúcia falou ainda da sua participação em 1996 em Oslo. A cantora revelou que, a dada altura, Portugal durante a votação esteve a lutar pelos primeiros lugares, mas aí alguns membros da delegação portuguesa “colocaram as mãos à cabeça só de pensarem na possibilidade de ganharmos”. Em relação a um possível nova participação, Lúcia referiu que não pensa nisso, que não gosta de concursos e que só participou em 1996 porque o convite foi feito por Pedro Osório, “um grande amigo da família”. Logo de seguida a conversa deu lugar à música: Lúcia tocou e cantou dois temas tradicionais açorianos, "Olhos Pretos" e "Lira".
Temos um cheirinho desse momento em vídeo, bem como a interpretação intimista de "Sou como a noite":
Falou da sua ligação com os Açores, do seu curso de Design que não terminou por não achar ter tempo. Uma vez que o ‘Conta-me Histórias’ decorreu no âmbito da feira do livro, falou dos dois livros que contou com a sua colaboração, o ‘Taberna 2780’ na área de design, e o ‘Vou Tentar Falar sem Dizer Nada’ na área da fotografia. Quando questionada se escreveria um livro, Lúcia disse que não pois não possui esse talento. Apresentou, de seguida, uma nova versão de “Chuva” que estará presente no seu novo álbum. “Estou a gravar devagar", disse com um sorrido, justificando com os outros projetos nos quais se envolve na área da representação no teatro, no cinema e na televisão.
Falou da experiência de gravar com Nuno Bettencourt, em 1998. “Quando os Extreme deram um concerto, eu reconheci um dos roddies, que é natural da ilha Terceira. Liguei para o telefone fixo, e através deste cheguei à fala com o Nuno Bettencourt”. Lúcia confessou que foi a sua avó que pagou a viagem até Boston, nos Estados Unidos da América, para gravar com o músico lusodescendente.
Outra das histórias recordadas: a digressão no âmbito do álbum ‘Magnolia’, o facto de a ter feito crescer enquanto artista. Uma das questões prendeu-se com o facto de já não gravar discos há 6 anos, fazendo – reconheceu Lúcia - com que as gerações mais novas não saibam que também é cantora.
O filme ‘Love Actually’ é outro dos marcos da sua carreira. Falou do casting e contou “a história do lago”: Supostamente os atores nadavam no lago, mas a água só dava pelo joelho, pelo que tiveram que se enterrar na lama. Foi feita uma curta metragem desse filme este ano, que se destina a fins solidários. A este propósito, Lúcia trazia consigo a t-shirt do “Red nose day actually”.
No alinhamento, cantou dois temas do álbum ‘Fio de Luz’, "O que Houver de Ti" e "Fio De Luz". Falou da novela que está gravar na atualidade "Espelho de Água" e também do "Quase Normal", peça de teatro, em que Lúcia assume o papel principal de Diana que aborda a bipolaridade, papel este que já lhe valeu alguns prémios de melhor atriz. Lúcia revelou que existe a possibilidade da peça ser reposta no Porto.
Finalizou o concerto-conversa com "Sou Como a Noite" do álbum 67.Também falou do Canadá país que criou uma relação especial e onde surgiu a inspiração para o Fio de Luz e onde gravou uma temporada da serie “Living in Your Car”. Foi convidada para a 2.ª temporada, mas Lúcia preferiu a sua estreia no Teatro D Maria I, em Lisboa, com a peça "Um Electro Chamado Desejo".
E assim passaram 90 minutos...
As fotos presentes neste artigo são de Alberto Almeida:
Eu sou de Braga. Que pena nao ter sabido disto antes :-(
ResponderEliminarCaro leitor: este concerto esteve mais de uma semana anunciado na Agenda do ESCPORTUGAL, presente na coluna à direita do ecrã. 😊
EliminarInteressante ser a Lúcia a dizer que a rtp não quis ganhar em 1996
ResponderEliminarToda a gente que segue atentamente a Eurovisão já deve ter percebido que as vitórias, ou melhor os países "elegíveis" à vitória são pré-acordados nos bastidores. Não desfazendo do valor da canção ou do artista, por acaso ninguém estranhou a promoção que a RTP fez este ano ao festival da canção e ao Salvador ainda antes da vitória? Yep, não foi milagre da Nossa Senhora de Fátima. lol
EliminarVi há alguns meses uma entrevista do Tozé Brito em que ele revela exactamente a mesma coisa. Existem interesses estratégicos por parte da organização, dos próprios países e das estações que são acordados nos bastidores. Não será definido exactamente o vencedor mas aqueles que não devem ou não querem vencer. Provavelmente também interesses editoriais. O resto faz parte do circo para iludir o espetador que ainda acredita no pai natal...
EliminarGood post!
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