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[ENTREVISTA] Samuel Úria: A canção é “um folk mais tipicamente americano”


Samuel Úria foi sondado várias vezes para participar no Festival da Canção, mas este é o ano em que vai inscrever, pela primeira vez, o seu nome na história do mítico certame da RTP. Numa entrevista "à Samuel Úria", o músico, que também irá assinar a letra da canção, fala-nos do seu projeto para o Festival da Canção.


Samuel Úria foi líder do grupo Samuel Úria & As Velhas Glórias, apesar de, na atualidade, ter trabalhado mais a solo. Desde 2013 que é um dos rostos do grupo XNC. Em 2016 ganhou o prémio para a melhor canção do ano da Sociedade Portuguesa de Autores com o tema "Lenço Enxuto".



Apesar de ainda ser conotado à música alternativa e um fenómeno emergente das editoras indie portuguesas, a sua carreira passa pela escrita de canções e letras para nomes de primeira linha da música nacional, como Ana Moura, António Zambujo, Clã ou Kátia Guerreiro.




Participou no projeto Dinamite, de homenagem à cantora e compositora Dina, como publicámos AQUI. Esta tarde conversámos com o músico a respeito do seu projeto para o Festival da Canção. E foi quando soubemos que, apesar desta ser a sua primeira participação no mítico concurso da RTP, em outras edições os convites surgiram. “Já várias vezes me tinham sondado para participar, mas sempre pessoas sem qualquer ligação oficial ao Festival da Canção”, afirmou Samuel Úria ao  ESCPORTUGAL. “Há uns anos”, começou por recordar, “cheguei a escrever uma letra, a convite do Jorge Rivotti, para um fado dele que creio não ter sido entregue a tempo da seleção. Ainda assim, partindo de mim dificilmente participaria, porque não me interessa muito uma disputa entre músicos. Nos moldes em que o convite me foi feito este ano, o lado de concurso tem pouco peso no conceito, daí ter prontamente acedido”. E quando disse “sim”, começou de imediato a trabalhar na canção “com imediata vontade de participar”: “Dificilmente faço canções sem um propósito muito específico. Assim sendo, não tinha em stock nenhuma canção que servisse para o festival. Tive mesmo a trabalhar do zero”.

Sem querer entrar, então, no espírito competitivo, Samuel fala-nos do contributo que pretende dar ao festival: “Espero não desprestigiar uma das mais queridas instituições da televisão portuguesa. Apesar da minha relação nostálgica com a memória do FC, a intenção não é ceder a esse espírito, e vou apresentar uma canção que tem o despojamento e a simplicidade típicas das minhas canções, não tanto a grandiosidade dalgumas das canções mais marcantes da história do FC ou da Eurovisão”. A canção é “um folk mais tipicamente americano”, mas cantado “na língua portuguesa”. Quisemos saber se não é adepto da abertura, dada pela RTP, de participarem canções interpretadas em qualquer língua. Úria teve resposta pronta: “Não diria que sou adepto, tendo em conta que não vou fazer uso dessa abertura a outras línguas. Diria só que não estou contrário. Embora eu seja indefectível no uso do português nas minhas canções, talvez não seja descabido que este FC em particular – na medida em que quer ser um reflexo da música moderna que se faz em Portugal - abra portas a uma grande fatia dos autores portugueses, que é aquela dos que não cantam na língua nativa”. O músico também vai assinar a letra.

Sem revelar o nome do intérprete, Samuel Úria teve uma resposta curiosa a este respeito: “Posso dizer que não é propriamente uma banda, mas tem nome como uma banda. Não vai ser um intérprete masculino, nem vai ser uma intérprete feminina”. Curiosos? Nós também ficámos!

Nesta entrevista, houve também espaço para falarmos do projeto Dinamite, homenagem à cantora e compositora Dina no ano que se despediu dos palcos. Samuel Úria foi um dos músicos mais ativos neste projeto. “Acho que foi uma homenagem bonita e merecida", enfatizou. "Estou feliz que tenha sido feita em vida, e espero que se repita várias vezes com a Dina a assistir e, quem sabe, a participar”.

Sobre o Festival Eurovisão, Samuel Úria reconhece que este foi perdendo para si, o interesse. “A Eurovisão era uma tradição familiar quando eu era miúdo”, recorda. “Confesso que fui perdendo algum interesse nos anos 90. É engraçado perceber que não perdeu, ou readquiriu, aquele lado político camuflado, sobretudo agora nos países emergentes, nos mais periféricos e nos que almejam a integração na Comunidade Europeia. Tenho de admitir que, musicalmente, já não é um espectáculo que me pareça muito apelativo”.

Convidámos o músico a destacar duas canções eurovisivas, uma portuguesa, outra estrangeira. “Em Portugal creio que o “O Meu Coração Não Tem Cor” é a última grande canção de Festival - tinha todos os elementos clássicos, tinha elementos modernos, e até tinha elementos anacrónicos que se mesclavam na perfeição. Os arranjos, a letra, o lado cénico, tudo a torná-la numa das minhas canções preferidas do FC numa altura em que já não seguia o FC com muito entusiasmo. Por esse motivo, e mesmo apesar dos Abba, a canção que a Lúcia Moniz interpretou também é a minha preferida da Eurovisão”.


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Fonte: ESCPORTUGAL, SAMUEL URIA / Imagem: GOOGLE / Vídeo: YOUTUBE
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  1. Ricardo Alves00:17

    Deve ter sido bastante divertido falarem com o Samuel Uria. LOL

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  2. Anónimo00:42

    Cada um está a ser pior que o outro ......

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  3. Anónimo01:08

    Honestamente vamos ter boas canções, mas nenhuma que sirva para o ESC...

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    1. Ricardo Alves01:24

      Tambem estou com esse feeling

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    2. Anónimo10:52

      E desde quando há músicas que servem para o ESC e outras não? Parem com essa mentalidade fraca que temos de levar o que os outros levam só porque "funciona"! Preferem copiar o que tantos outros países fazem ou sermos nós próprios e levar algo original e não aquelas pseudo canções suecas? O ESC é diversidade e orginalidade! Desde que a canção seja boa e bem produzida não tem porque não funcionar no ESC!

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    3. Anónimo06:20

      concordo com o anonimo 10:52. porra já viram o que a suecia levou com o rapazinho moreno sozinho em palco? canção mais chata de sempre. E houve uns quantos que levaram musicas folk e ficaram em bons lugares. O samuel vai ser dos unicos de jeito.

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  4. Amélia Raposinho02:03

    A julgar por todos os comentários acima, todos mesmo, este FC 2017 vai acabar por ser a mesma peixeirada do costume...

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    1. Anónimo06:21

      A julgar pela sua mentalidade labrega e pessimista, o resultado vai ser o mesmo.

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  5. Rui Ramos02:29

    O Samuel Uria produz canções muito diferentes: as que sao interpretadas por ele mesmo e as que faz para outras vozes, como as e os fadistas. da entrevista, pouco posso concluir

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  6. Anónimo02:44

    Nao entendo como e que a RTP escolheu tantos musicos e nenhum vê a Eurovisao. Se os anos 70 e 80 é a ultima vez que Estes musicos viram o festival quere dizer que se lembram de cançoes portuguesas que nunca galharam nada.

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    1. Anónimo21:27

      nenhum vê a Eurovisão porque a qualidade, na generalidade, é má. E estão afastados do Festival da Canção desde essas décadas porque a qualidade do mesmo desceu bastante. E a RTP convidou estes compositores para melhorar a QUALIDADE das músicas.(e aproximar o festival a outro tipo de público). Será tão difícil aceitar e compreender isto?

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  7. Anónimo10:35

    Está toda a gente a panicar com as entrevistas, tenham calma minha gente. Vamos ouvir as músicas primeiro! Cada um diz o politicamente correcto porque caso não se lembrem a maioria dos compositores são amigos uns dos outros e por isso não vale entrar em rivalidades em entrevistas. Obviamente que o nome deles está em jogo, que vão tentar fazer o melhor e não vão ter músicas que os possam envergonhar. Vamos confiar!

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  8. Anónimo10:42

    Adoro o estilo Indie Folk! A simplicidade da música aliada a uma boa voz! A exemplo: Diogo Piçarra - Safe And Sound, ouçam!

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  9. Anónimo10:57

    Será que vamos ter uma Symone De la Dragma ou uma Natasha Semmynova?

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  10. Anónimo11:04

    :-? Vai ser o Carlos Costa! @-)

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    1. Anónimo14:41

      porquê o Carlos Costa? O Samuel disse que era um nome de banda... o Carlos atua sempre individualmente...

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  11. Anónimo11:24

    Da-me ideia após ler todas estas entrevistas que a Rtp pensa em fazer um FC mais ao estilo SAN REMO que do Melfest por exemplo. Ou seja ser uma competição interna de mostra de música e o ir a Eurovisao fica como uma consequencia.

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    1. Anónimo12:37

      Eu por acaso estou a pensar mais num Eesti Laul, com vários estilos alternativos. Acho positivo existir uma grande variedade de estilos musicais

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  12. Anónimo11:36

    Hmm, já prevejo quem seja! A nível vocal vão gostar pela harmonia :D

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    1. Anónimo14:30

      quem? desembucha :)

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    2. Anónimo14:42

      estás a pensar em quem? nos Edna do The Voice? lembrei-me deles agora

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    3. Anónimo23:02

      dou-vos uma pista, tem nome de uma músicas dos The Beatles :)

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    4. Anónimo07:45

      Não faço a mínima =))

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  13. Anónimo12:04

    Bem que podiam pôr os olhos na canção da Lúcia Moniz e fazer algo nesta linha, obviamente mais "modernizada". Um folk, com bombos, etc..

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  14. Anónimo13:22

    Se esperam ver no festival uma cançao ao estilo melodifestivalen desistam ja, nenhum dos compositores vai apresentar algo parecido. Nao tem nada a ver com o que eles compoe nem com o tipo de musica que se produz e consome em portugal.

    Em portugal predomina o pop rock, o cantor de guitarra ou o estilo mais folk. Portanto nao devemos adulterar o nosso adn so pra agradar aos outros.

    Tb acho que vamos ter um festival mto ao estilo san reno ou eesti laul.

    So espero boas cançoes, comerciais/radiofonicas e que peli menos algumas se possam tornar sucessos nas radios. Se isso acontecer o Fc cumpre o seu primeiro e principal objetivo.

    A eurovisao logo se vera. Mas uma cançao de qualidade e relativamente comercial e bem apresentada pode funcionar em qualquer lingua e em qualquer estilo.

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  15. Anónimo14:36

    "Sem revelar o nome do intérprete, Samuel Úria teve uma resposta curiosa a este respeito: “Posso dizer que não é propriamente uma banda, mas tem nome como uma banda. Não vai ser um intérprete masculino, nem vai ser uma intérprete feminina”

    David Antunes & The Midnight Band? Unica hipótese que me estou a lembrar (e que não ficava nada triste se fosse)

    Se se lembrarem de mais, digam :p

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