[ENTREVISTA] Rui Drumond: “É uma balada madura, ao estilo do Héber Marques…”

Rui Drumond é o único dos 16 concorrentes do Festival da Canção que já pisou o palco do Festival da Eurovisão, por coincidência também em Kiev, cidade que volta a acolher o festival em 2017. Em entrevista ao ESCPORTUGAL, confessa-se “orgulhoso” por cantar uma canção de Héber Marques, com quem estava a planear um trabalho em conjunto.

“Já tinha comentado com amigos e alguns músicos que gostaria de voltar à Eurovisão, mas desta vez sozinho e tendo que passar pelo Festival da Canção”. Foi assim que começou a entrevista com o ESCPORTUGAL, na manhã após ficarmos a conhecer oficialmente os nomes dos concorrentes da 1.ª semifinal do mítico concurso da RTP. Há cerca de duas semanas, esteve em contacto com o Héber Marques e o convite surgiu. “Deu-se a coincidência de eu o contactar porque queria uma canção do Héber para o meu novo álbum, e eis que me convida para participar no festival”. Coincidência, ou não, o certo é que “casamento feliz” vai acontecer este ano, e nova coincidência ou não, caso ganhar o festival nacional, voltará a Kiev onde esteve em 2005 a representar Portugal na Eurovisão.

Quem estiver à espera de uma canção do estilo do ‘Dança Joana’, tema assinado por Héber Marques no festival de 2015, desengane-se. Rui Drumond irá cantar uma balada. “Quando ouvi a demo cantada pelo próprio Héber gostei imenso. Chama-se 'O teu melhor'. É uma balada madura, ao estilo do Héber, uma música muito atual. A letra é intimista mas muito forte e direta. É simples de entender para que as pessoas se possam identificar e rever-se”. É, portanto, “um desafio” e "um orgulho", sublinha o intérprete, destacando que a canção será interpretada em português. “Tenho estado a compor e escrever canções em português, portanto é nessa linha que faz sentido no festival”. Sobre a canção, desenvolve: “Acho o tema super interessante, em termos vocais é desafiante, exige várias técnicas que eu adoro, é orelhuda… entra no ouvido das pessoas”. Héber Marques também assina a letra. No palco, terá um, grande coro, tendo em conta que a “canção tem uma forte componente vocal”.

Eis um dos últimos sucessos de Héber Marques:

A canção assinada por Héber Marques no festival de 2015 – “Dança Joana” interpretada por Filipe Gonçalves – foi a única que teve sucesso comercial. Rui Drumond conhece esse registo e acrescenta. “O Héber não faz canções só a pensar no festival. Escreve e compõe uma canção que gosta e que poderia ter sucesso em qualquer sítio”. O nosso interlocutor acha, mesmo, que esse será o resultado de várias canções deste próximo festival. “Estou com a ideia que cada vez mais os compositores fazem canções para saltar do festival para o mercado. Penso que isso é positivo: é bom que se acabe com os estereótipos negativos que existiam em relação a canções do festival”.

Abordámos Rui Drumond sobre os demais intérpretes da 1.ª semifinal, que inclui os dois vencedores seguintes do The Voice Portugal, bem como uma vencedora do X Factor, entre outros. “Acho normal e super desafiante”, sublinhou. “É bom que o festival volte a ser visto como uma boa janela, como era antigamente. No meu caso, quero representar Portugal na Eurovisão sózinho. É indiscritível essa sensação e essa missão”.

Voltando atrás no tempo, seria inevitável nesta entrevista não recordar a participação de Rui Drumond na Eurovisão em 2005. “Eu era um jovem, queria viver, descobrir e aprender tudo. Fui convidado nessa altura e agarrei a oportunidade. Agora, tenho outra experiencia, sei melhor o que quero”. Questionado sobre os alegados problemas técnicos que existiram na atuação da sua canção no palco da Eurovisão, Rui Drumond recorda: “Houve de facto problemas técnicos na transmissão do som para televisão, na régie. Devíamos ter na nossa delegação um engenheiro de som que estivesse na régie em conjunto com as equipas locais. O que falhou foi o som transmitido para televisão, porque nós no palco não sentimos qualquer problema”. Apesar disso, “o balanço foi positivo, na arena e nos bastidores muitos diziam que iriamos passar à final mas, realmente, com o som que chegou a casa das pessoas, foi difícil o televoto nos corresponder”. O que guarda na memória é a representatividade. “Representar Portugal é algo indiscritível. Não há nada melhor”.

Expectativas para 2017? “Quero ganhar… não vou esconder!”, diz sem hesitar. “Quero que as pessoas sintam a canção, que acreditem, que eu consiga transmitir a emoção em palco… vou dar o meu melhor”.

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Fonte: ESCPORTUGAL, RUI DRUMOND / Imagem: RUI DRUMOND / Vídeo: YOUTUBE