Os nervos que lhe roubaram a voz no Festival da Canção de 1991, os ensaios num bar alugado em Helsínquia e a polémica em torno da participação de Suzy na Eurovisão são temas abordados na biografia de Emanuel, Nascemos para ser felizes.
Intitulada 'Nascemos para ser felizes", a biografia de Emanuel foi apresentada, esta tarde, na FNAC do Colombo, em Lisboa. O ESCPortugal marcou presença e mostra-lhe tudo AQUI. O Festival da Canção e Eurovisão são assuntos abordados em diversas páginas. Destacamos alguns pontos:
1991: O Festival da Canção foi o local de nascimento do «Emanuel cantor»
Depois de aceitar "o que o destino lhe tinha andado a preparar nos últimos 34 anos", o cantor Emanuel dá-se a conhecer ao público português no Festival da Canção de 1991. Contudo, "tal como lhe acontecia sempre nestas situações em que, inexplicavelmente, o universo parecia conspirar contra ele antes de tudo se alinhar de forma quase mágica, ficou afónico". Admite que a "performance podia ter corrido melhor", mas o oitavo lugar alcançado no concurso não foi impeditivo para o sucesso que estaria para vir...
2007: A True Fantasy vivida em Helsínquia e os ensaios num bar alugado
Convidado pela RTP para participar no evento nacional em 2007, Emanuel fizera uma canção para uma voz feminina em parceria com Tó Maria Vinhas, sendo que a sua defensora fora escolhida por casting: "Maria Teresa não era a melhor voz que tinha ouvido na vida, mas tinha uma óptima presença em palco, enchia o ecrã, tinha aquela luz artística que só alguns têm e que faz toda a diferença" pode ler-se na obra, bem como: "Tinha 24 anos (...) e quando lhe telefonou para lhe dizer que tinha sido a escolhida, ela gritou de felicidade. Só lhe faltava um nome mais sonante, talvez. Sabrina, seria a Sabrina". Apesar de "não terem muito tempo" para trabalhar juntos o tema Dança Comigo (Vem ser Feliz), a parceria sai vitoriosa e abrem-se as portas do palco eurovisivo para a candidatura de Emanuel.
Impossibilitado de estar presente no primeiro ensaio da cantora na Finlândia por motivos profissionais, Emanuel admite que a excitação o consumiu nos dias antes da semifinal: "tinha de viajar de madrugada e praticamente não dormiu (...) estava tão excitado que não conseguiu relaxar o suficiente para dormir e o mesmo aconteceu depois do espetáculo (em Bordéus)". No entanto, regressado à Finlândia, o compositor não gostou do que ouviu e agiu na hora: "Assim que Emanuel chegou a Helsínquia, viu e ouviu a gravação e percebeu que teria de fazer alterações nos arranjos das vozes para facilitar o trabalho dos coros e da intérprete. Passou a noite a pensar no que poderia fazer para solucionar o problema, encontrou um bar que estava fechado e pediu ao proprietário se lhe alugava o espaço para eles poderem ensaiar à vontade as adaptações que ele queria fazer à canção e aos coros".
No derradeiro dia, a atuação "não podia ter corrido melhor", obtendo "a melhor pontuação de todos os países da Europa ocidental e a melhor que Portugal tinha tido desde que tinha sido instituída esta forma de pontuação", ficando de fora da Final por apenas três pontos, explicou a escritora, tendo elucidado os leitores sobre as grandes transformações do certame europeu nos últimos anos com a entrada de países oriundos da desfragmentada Jugoslávia.
Em jeito de rescaldo, garante que a experiência "fora extremamente enriquecedora" apesar da eliminação. "Descobrir outros palcos e outros artistas internacionais era sempre motivo de alegria para Emanuel, que era muito permeável a influencias e sonoridades desconhecidas" pode ler-se na obra.
2014: O regresso ao Festival Eurovisão e a polémica em torno da participação
Desafiado pela RTP, Emanuel não hesita em compor um tema para o Festival da Canção depois do sucesso da anterior edição. "O único senão é que não tinha muito tempo para compor o tema e para escolher quem o ia cantar" admite, tendo revelado que chegou à Suzy através do seu irmão: "No próprio dia do casting, disse que gostava que fosse ela a dar a voz à canção que estava a preparar. Escolhera-a pelo mesmo motivo que havia escolhido Sabrina anos antes. Tinha uma presença rara em palco e entregava-se por completo à interpretação quando tinha o microfone na mão".
Contudo, ainda antes do concurso, "Emanuel avisou-a desde logo que teria de se preparar para as críticas que costumavam rodear qualquer música que ele criasse". Suzy respondeu "que já era adulta e já tinha estrutura suficiente e experiência de vida para lidar com a crítica (...) mas não esperava o que aí vinha".
Depois da vitória no Festival da Canção, "começaram a surgir críticas à canção e ao estilo em que se inseria", chegando mesmo a ser iniciada uma petição para anular a escolha do público, recordando a edição de 2011. No entanto, pela primeira vez, "Emanuel ficou verdadeiramente furioso" com os rumores que o cantor havia recorrido a uma central telefónica para garantir mais votos, tendo, posteriormente, "sido posta em causa a sua integridade".
Admite que "tinha pedido aos amigos para votarem nele (...) aos fãs para escolherem a Suzy (...) e que tinha aparecido com a cantora para promover a sua canção", mas não admitia que insinuassem que havia fraudelado os resultados, fazendo um "alvoroço mediático". As ameaças à mulher, a conferência de imprensa, os advogados e os desmentidos marcam o capítulo, onde o cantor lamenta que "pouca gente apareceu para ouvir o que ele tinha para dizer (...) depois de pressionar a RTP para que se tornasse pública a lista de votações", o que nunca aconteceu, lamenta o músico, que queria que as votações fossem tornadas públicas.
Em Copenhaga, apesar do seu receio que Suzy acusasse o "nervosismo adquirido pela polémica injusta", a candidatura volta a alcançar o 11.º lugar a apenas um ponto de qualificação. De regresso a casa, Emanuel recorda a desilusão da cantora "porque sentira na pele o preconceito em relação à música pimba (...) era necessário uma boa estrutura emocional para conseguir lidar com as críticas ofensivas e gratuitas".
Sobre o seu futuro no Festival da Canção, Emanuel é direto: "Prometeu a si próprio que, só se as circunstâncias mudassem muito, voltaria a participar no Festival da Canção que, de resto, estava a perder protagonismo desde que passara a ter demasiados concorrentes para se realizar numa noite só", recordando ainda a classificação de Leonor Andrade em Viena e a recente retirada da RTP do concurso europeu.
O livro pode ser adquirido na FNAC, através deste link.
Muito sençato e correto.
ResponderEliminarNo FC 2015, quando ouvi as canções, senti saudades do Emanuel.
ResponderEliminarAmbas as canções, de 2007 e 2014, foram quase uma revolução nas apresentações em palco de Portugal na Eurovisão. O Emanuel teve o condão de escolher excelentes performers
ResponderEliminarSabrina e Suzy estão no lote das melhores representantes de Portugal no ESC
ResponderEliminarIronia do destino (ou não) já tinha reparado nisto, cada vez que uma música do Emanuel vai à Eurovisão é sempre dance/pimba/como quiserem chamar, e fica sempre a pouquíssimos pontos da final.
ResponderEliminarForam so 2 vezes.Felizmente.Emanuel?So para consumo interno,para quem gostar.Eu nao gosto.
EliminarNão publicam o meu comentário porque?
EliminarAinda bem que nem todo o mundo tem o mesmo gosto que tu! Se assim fosse, a Suzy não teria ficado em 6º lugar no televoto!
EliminarCaro Anónimo
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Grato, NC
21:58- Suzy tem de ser analisada em separado da cançao.A cançao era mazinha,mas Suzy foi uma interprete de altissimo nivel e no todo,na maneira como lidou com o mundo ESC,Suzy foi talvez a melhor representante portuguesa de todos os tempos no ESC.
EliminarEstas musicas (do Emanuel) comparadas com as de Adelaide Ferreira , Paulo de Carvalho, Tonicha, Duarte Mendes, Dulce Pontes , Anabela e outras não são nada.
ResponderEliminarfalas dos anos 70, 80 e 90 do século passado. No século XXI, na minha opinião estas duas canções e "Senhora do Mar" são as 3 melhores que Portugal apresentou
Eliminarqq coisa no seculo XXI foi melhor que o mar que nos separou da final
EliminarAcrescento ainda Rita Guerra , comparar a canção da Vania com as canções do Emanuel e como ouvires Maria Callas e gostares da Maria Leal, gostos mas a RTP que envie algo com qualidade e não ir pelo pimba porque já viu que falhou e se for pelo pimba há neste país muito melhor como o Ricardo Landum compositor do Conquistador dos Da Vinci, de muitos sucessos que bem podiam ter ido ao ESC.
EliminarSou fã do Emanuel. Adorei as duas canções que levou ao festival.espero que regresse
ResponderEliminarEmanuel, à terceira é para ganhar!
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