O maestro do fado, homem da elevação do fado a património oral e imaterial da humanidade, um dos nomes maiores da canção nacional, protagonizou um concerto da iniciativa “Lisboa na rua”, ante uma multidão que transformou o Largo de São Carlos numa enorme casa de fado. O ESCPORTUGAL esteve no local e traz-lhe o relato do concerto imperdível.
Carlos do Carmo é um dos artistas que melhor protagoniza as origens do fado, expressão musical tipicamente portuguesa. É o fadista mais premiado. É considerado um dos cantores mais importantes do século XX e uma das vozes mais emblemáticas e carismáticas da música portuguesa de sempre. Na noite passada, Lisboa pôde assistir e participar num dos raros momentos em que o mestre do fado canta na sua cidade, ao ar livre, num concerto aberto a todos. Aconteceu no Largo de São Carlos, integrando a iniciativa “Lisboa na rua” promovida pela Câmara Municipal através da EGEAC com diversos concertos de 25 de agosto a 1 de outubro.
E Lisboa rendeu-se, mesmo a Carlos do Carmo! “Boa noite Lisboa. Um grande abraço para todos. Muito obrigado por terem vindo”, foram das primeiras palavras proferidas pelo artista e, em resposta, recebeu uma ovação do público. Público que não se limitou, durante os 90 minutos de concerto, a ouvir, em silêncio, o fado. Em várias das canções interpretadas, cantou com o artista como se de um grande coro se tratasse.
“Um homem na cidade”, em registo intimista, com música de José Luís Tinoco e poema de Ary dos Santos, foi a primeira canção da noite. E por aqui se percebeu que o alinhamento iria conter uma viagem pelas 5 décadas de carreira de Carlos do Carmo. Seguiu-se “O cacilheiro” e “Amarelo da Carris” outros dois clássicos de Ary dos Santos com letras de Paulo de Carvalho e Tinoco, respetivamente.
“Um homem na cidade”, em registo intimista, com música de José Luís Tinoco e poema de Ary dos Santos, foi a primeira canção da noite. E por aqui se percebeu que o alinhamento iria conter uma viagem pelas 5 décadas de carreira de Carlos do Carmo. Seguiu-se “O cacilheiro” e “Amarelo da Carris” outros dois clássicos de Ary dos Santos com letras de Paulo de Carvalho e Tinoco, respetivamente.
Acompanhado por músicos de luxo - José Manuel Neto na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença na viola de fado e Daniel Pinto no baixo - Carlos do Carmo conseguiu, com a sua voz gigante, prender o público e, sem paragens, cantou 17 fados. “Campo Grande”, o fantástico “Gaivota”, “Sol”, “Castanheira”, “Nasceu assim”, “Júlia florista”, “Fado 112” e “Bairro Alto” completaram mais uma série de fados tradicionais. Uma das maiores ovações da noite aconteceu nos primeiros acordes de “Os putos”. Mais uma obra do génio Ary dos Santos, interpretada inicialmente por Paulo de Carvalho, um grande marco da música portuguesa do pós-25 de Abril. Seguiu-se “Canoa” e talvez a canção mais conhecida de toda a carreira de Carmo: “Lisboa, menina e moça”, letra de Ary dos Santos, Joaquim Pessoa e Fernando Tordo, e música de Paulo de Carvalho.
Carlos do Carmo recordou também Paris, cidade onde viveu e guarda saudades. Logo depois, interpretou “Ne me quites pas” de Jacques Brel.
Já no encore, “Por morrer uma andorinha”, de Joaquim Frederico de Brito, Francisco Viana e Américo dos Santos, terminando com afetos este concerto que muitos jamais irão esquecer. Os fadistas Aldina Duarte e Camané que, tantas vezes, cantaram com o mestre, desta vez estiveram entre o público, não deixando de merecer uma palavra de apreço por parte de Carlos do Carmo.
Ficou a faltar "Uma flor de verde pinho", canção com a qual representou Portugal na Eurovisão 1976, ou uma das outras 7 canções que cantou na final nacional XIII Grande Prémio TV da Canção, como "Estrela da tarde" ou "No teu poema", verdadeiros clássicos da música nacional e já reinterpretados por diversos artistas.
Já no encore, “Por morrer uma andorinha”, de Joaquim Frederico de Brito, Francisco Viana e Américo dos Santos, terminando com afetos este concerto que muitos jamais irão esquecer. Os fadistas Aldina Duarte e Camané que, tantas vezes, cantaram com o mestre, desta vez estiveram entre o público, não deixando de merecer uma palavra de apreço por parte de Carlos do Carmo.
Ficou a faltar "Uma flor de verde pinho", canção com a qual representou Portugal na Eurovisão 1976, ou uma das outras 7 canções que cantou na final nacional XIII Grande Prémio TV da Canção, como "Estrela da tarde" ou "No teu poema", verdadeiros clássicos da música nacional e já reinterpretados por diversos artistas.
Fonte: ESCPORTUGAL / imagem: CORTESIA INFOCUL
Gosto muivo das vossas reportagens de concertos.
ResponderEliminarAry dos Santos era louco mas fez poemas geniais.
ResponderEliminarLinda reportagem
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