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[RUMO A ESTOCOLMO] Nuša Derenda: "Não há nenhuma regra de ouro para singrar na Eurovisão"

Detentora de uma das melhores classificações da Eslovénia no Festival da Eurovisão, Nuša Derenda está de regresso ao EMA em 2016. A cantora aceitou o desafio do ESCPORTUGAL e falou sobre a sua carreira musical e dos seus planos futuros, revelando algumas recordações de Copenhaga.



Nascida como Anuška Žnideršič em Brezice, Nuša Derenda aceitou o desafio do ESCPORTUGAL e revelou-nos, em entrevista, algumas informações da sua carreira musical, em especial das suas participações no EMA e no Eurovision Song Contest 2001, onde conquistou a melhor marca do país no concurso: o 7.º lugar.

"Eu descrevo-me como um pouco ingénua frequentemente, mas também como espirituosa, dinâmica, sociável e sincera, mas também sei ser teimosa de vez em quando" brinca Nusa, afirmando que "a melhor forma de me descrever é perguntando aos meus amigos!". Contudo, no que diz respeito à 'Nusa cantora', não há qualquer dúvida: "Sou bastante trabalhadora, mas acima de tudo sou entusiasta! Desde que me lembro, amo cantar e não há nada melhor do que amar o que você faz na vida. Sem dúvida que sou uma sortuda por causa disso."


Começou a cantar aos 20 anos de idade, estando a comemorar o 18.º aniversário da sua carreira profissional no mundo da música:  "Como intérprete, as pessoas vêem, ouvem e podem descrever-me de formas diferentes. Você por exemplo poderia dizer que eu sou uma cantora com um grande reportório de diversos géneros e uma vasta gama vocal. A comemoração dessa data da minha carreira é a confirmação que o que eu faço, ando a fazer bem e com todo o coração".

Recuperando a história da Bela Adormecida, em que as fadas madrinhas prendem a princesa com virtudes, Nusa Derenda garante que algo do género lhe aconteceu: "A música provavelmente foi-me colocada no berço e eu nasci com um dom de cantar. Desde que me lembro tenho cantado, algo que sempre me fez sentir feliz e contente".



Sobre os 18 anos de carreira, a cantora garante que eles se desenvolveram bastante lentamente: "Toda a minha carreira fluiu de forma lenta, mas constante. Comecei a cantar como cantora de bares, mas depressa entrei em 'tourné' na Suíça, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos numa banda eslovena. Depois, novas oportunidades foram aparecendo e a cada original que lançava ou em cada festival que participava, avancei na minha carreira e, gradualmente, atingi um público maior. As atuações em Malta, na Roménia, na Turquia e na Croácia foram alguns dos pontos altos, mas o marco mais significativo foi a participação no Festival da Eurovisão em 2001.". 

Sobre os seus cantores favoritos, não perde tempo a responder: "O meu primeiro ídolo foi Whitney Houston e, mais tarde, Tina Turner e Céline Dion. Embora existam muitos grandes cantores que admiro profundamente, esse trio marcou-me deste sempre." Sobre qual o seu género musical preferido, a escolha dividiu-se novamente: "O meu gosto varia desde a música eslovena 'oberkrainer' a pop contemporâneo, passando pelo jazz e pela Broadway".



A carreira musical tem sido, para Nusa Derenda, um obstáculo ao seu gosto pelo Festival da Eurovisão: "Ultimamente, não tenho tido tempo para acompanhar o concurso na televisão", lamenta. "Tenho trabalhado sempre na noite do evento, mas tento assistir às atuações no Youtube posteriormente". Contudo, garante que em criança, a noite da Eurovisão era sagrada: "Acompanhava sempre a Eurovisão em família. Na maioria das vezes, aprendi a canção vencedora de cor e salteado, não importava o idioma em que cantavam nem o que cantavam... Além disso, lembro-me que eu e os meus amigos costumávamos fazer coreografias do tema vencedor e praticar no hall do meu prédio" (risos).

Em fevereiro de 2001, afirma ter atingido um dos marcos da sua carreira: "A vitória no EMA foi fantástica. Naquela época atingi o auge da minha popularidade na Eslovénia. Tudo correu bem naqueles meses... O tema adequava-se perfeitamente à minha voz e carácter. Estávamos todos em êxtase de ir ao Festival da Eurovisão, e ficamos ainda mais felizes e orgulhosos depois da nossa prestação". Apesar de não ter vencido o televoto na final nacional, Nusa lembra que "os eslovenos aceitaram-nos muito bem, apoiaram, acreditaram e mostraram-se orgulhosos pelo meu trabalho, o que não acontecia com todos os representantes eslovenos anteriores".



A vitória no EMA 2001 aconteceu com a versão original de 'Energy': "A letra do tema em esloveno não tem nada em comum com a letra da versão inglesa. 'Nes, res ni' significa 'Não, isso não é verdade', enquanto que a letra em inglês, 'Energy', fala sobre a energia que flui do meu corpo de uma forma explosiva. Ainda hoje muita gente me pergunta de onde vem a minha energia, o que faz com que o tema mantenha um lugar especial no meu reportório". 

Segundo a cantora, a mudança do idioma no tema deveu-se a alterações nas regras do EMA: "Se não estou em erro, foi o primeiro ou segundo ano em que a emissora permitiu levar um tema em inglês. Por causa disso, e tendo em conta que a versão em inglês era mais convincente, arriscámos e levámos essa versão". Contudo, Nusa Derenda afirma ser uma apoiante do uso da língua nativa: "Eu amo a minha língua e sempre apoiei a ideia que todos os países deveriam cantar na sua língua. Mas se isto não é contemplado nas regras, concordo que o artista tenha a opção de escolher o idioma ao qual o tema se adapta melhor. Na maioria dos casos, os fãs ouvem mais do que uma versão do tema, o que faz com que esse seja compreendido por todos".



Questionada sobre a experiência em Copenhaga, Nusa Derenda garante que foi... única! "Os resultados não eram um dos objetivos, pois já sabia que isso me iria pressionar. Adoro cantar, seja para 35 mil pessoas num estádio ou para 200 pessoas num salão, e foi com esse pensamento que subi ao palco. Cantar é o que me traz alegria e não me importa o tamanho da sala. Mas estou eternamente agradecida pela oportunidade de cantar para aquela multidão naquela ocasião especial e surpreendente... e ficaria muito feliz em repetir". Além disso, revela que o feedback recebido pelos eslovenos foi muito importante: "Os eslovenos estão orgulhosos do meu resultado e isso deixa-me orgulhosa e com vontade de repetir. Desde a experiência em 2001, os media têm me questionado sobre qual o factor fulcral para um bom resultado! Não há nenhuma regra de ouro para singrar na Eurovisão! Tudo depende do pacote: a música, a produção, a performance, a interpretação e o espírito de equipa, que tem de acreditar e levar a música até aos confins do mundo".


Em 2003, Nusa Derenda regressou ao EMA e conquistou a segunda posição: "Sou uma pessoa que não desiste facilmente e que adora desafios. Pareceu-me que o tema 'Prvic en zadnjic' seria bem recebido pelo público e submetemos para a competição. Além disso, a Eslovénia é um país pequeno e não temos muitos programas para apresentar os nossos temas ao público. A participação no EMA é um dos melhores veículos para tal, sendo muito mais importante a promoção do que o vencimento". 



Dois anos depois, em 2005, regressa com 'Noe Noe' e conquista a quarta posição: "Era um tema bastante poderoso e no qual tinha grandes esperanças de conquistar um bom lugar na Eurovisão, mas os telespectadores, aparentemente, não tiveram a mesma opinião". Contudo, realça que "gostei imenso da atuação do Omar em Kiev e acho que merecia um resultado muito melhor do que aquele que obteve".



Em 2010, regressa ao EMA mas, ao contrário das anteriores participações, ficou de fora dos primeiros classificados: "Naquele ano não tinha qualquer intenção de participar no concurso, mas fui convidada pela RTVSLO. Eu não escolhi a música, apenas lhe dei voz e estava completamente descontráida e o resultado não me afetou. 'Sanjajva' tinha um grande potencial, mas pelos vistos não tinha potencial para ir à Eurovisão...".

Contudo, o regresso à competição já estava nos seus planos, mas só foi possível agora: "Nos últimos anos, afirmei muitas vezes que queria regressar ao EMA se eu encontrasse um tema que me convencesse completamente. E este definitivamente o fez! Nesse caso foi o tema que me encontrou... Admito que é a primeira música desde 'Energy' que chamou a minha atenção imediatamente e soube logo que o tinha de gravar e enviar para a competição".

A canção, cujo título não é ainda conhecido, será interpretado em inglês e é descrita como "muito dinâmica, cinemática e poderosa! O tema em si é sobre uma história muito especial, com muita energia feminina envolvida e poder.". Além disso, revela que os últimos retoques estão a ser trabalhados: "A minha equipa tem trabalhado muito duro na versão final. Iremos gravar uma versão acústica, com mais de 65 músicos nos próximos dias, e os trabalhos de produção continuarão em Los Angeles nas mãos de algumas pessoas que trabalham para os artistas internacionais mais bem sucedidos do momento". 


Questionada sobre quais as entradas favoritas da Eslovénia no Festival da Eurovisão, a cantora é direta: "A Darja Svajer em ambas as participações! Eu ainda acredito que a canção e a interpretação são mais importantes que o próprio show e a Darja foi incrível em ambos, nas duas participações". A nível internacional, a cantora destaca Céline Dion, Loreen, ABBA, Marija Serifovic e Charlotte Nilsson.


Sobre Portugal, Nusa Derenda louva que "os representantes portugueses sejam únicos e continuem a manter o uso do português e a levar o que é seu, sem copiar os outros países, independentemente do resultado.". Questionada sobre qual a entrada portuguesa que mais gostou, a cantora admite "ter algumas dificuldades em lembrar os nomes devido à língua", mas destacando "A 'Senhora do Mar' vem logo à mente, bem como aquela jovem cantora com enorme talento que cantou em 2010", em alusão a Filipa Azevedo.


Independentemente do resultado do EMA, a cantora antevê um ano com muito trabalho: "A preparação para o EMA 2016 ainda está a decorrer e antevê-se um longo trabalho... Mas o EMA não é o meu único projeto: na semana antes do concurso, irei entrar no Slovenska Popvka 2016, que tal como o EMA é parte de um festival mais amplo, o Dnevi Slovenske zabavne glasbe. Além disso, antes de decidir participar nos festivais, fui convidada para atuar num musical, algo que ambiciono há muito tempo e que nunca tive a oportunidade de realizar.".

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Fonte/Imagem: ESCPORTUGAL/ Vídeo: Youtube
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  1. Anónimo23:50

    Grande entrevista! No entanto, a música de Nusa não me convence! Melhores dias virão!

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