O programa comemorativo dos 60 anos do Festival Eurovisão da Canção teve lugar na noite passada em Londres. O relato de Luís Florindo, que assistiu ao vivo ao espetáculo, especialmente para os leitores do ESCPORTUGAL.
Depois dos rumores, confirmou-se, em fevereiro último, que seria a BBC a organizar o espetáculo comemorativo dos 60 anos do Festival da Eurovisão. Teve lugar no teatro Eventim Apollo, em Londres, com cerca de 4 mil pessoas a assistir. Na condução do programa estiveram Graham Norton, comentador para o Reino Unido e apresentador do talk show mais visto no país, e Petra Mede, humorista e anfitriã da Eurovisão, em 2013.
O evento apelidado de “Greatest Hits” teve como palco uma estrutura de LED com cerca de 14 metros de altura, uma banda de 16 músicos e um corpo de baile com 20 elementos. Os 14 intérpretes convidados cobriram um período temporal de 1973 a 2014. Antes de cada atuação foram mostradas montagens com algumas das canções do ano em causa.
A abrir esteve Emmelie de Forest que trouxe uma apresentação de “Only teardrops” com bailarinos seminus a tocar tambores e a flauta a ser tocada por uma mulher. Seguiu-se Anne Marie David, a representante mais antiga, que interpretou primorosamente “Tu te reconnaîtras”. Os suecos Herreys animaram com o clássico “Diggy-loo Diggi-ley”, pisando o palco com os icónicos sapatos dourados.
Chegou a vez de Dana International cantar “Diva” tal como já o tinha feito no espetáculo “Congratulations”, em 2004. Os primeiros vencedores da década de 2000, os Olsen Brothers interpretaram “Fly on the wings of love”. Os elementos do coro acompanharam o duo numa ponte que unia as duas extremidades do palco. O grupo Brotherhood of Man atuou em casa e colocou todos a entoar “Save all your kisses for me”. Esta canção é a representante do Reino Unido que mais vendeu na história do país.
Rosa López, ou Rosa de España, como é conhecida pelos fãs, apresentou representantes espanholas dos anos 60 e sua “Europe’s living a celebration”. A festa passou também pelos Riverdance que se lançaram para a ribalta depois de animar o intervalo da Eurovisão, em 1994. Desta feita sem Michael Flatley, o coreógrafo e bailarino criador do conceito.
Nicole, vencedora em 1982, fez o apelo de “Ein bisschen frieden” em Alemão, Inglês e Italiano, fazendo lembrar as inúmeras versões que foram feitas deste tema. Os finlandeses Lordi trouxeram os fatos extravagantes que os destacaram, em 2006, mas sem tanto fogo de artíficio como no palco de Atenas. Natasha St-Pier mostrou o seu talento com uma versão bilingue de “Je n’ai que mon âme”.
O anúncio do cantor da Rússia, Dima Bilan, foi alvo de apupos prolongados devido à atitude do país face aos direitos humanos. Graham Norton a pediu ao público para serem “simpáticos” e apoiarem todos os participantes por igual. Os apresentadores lembraram a torrente de nul points da Noruega, que serviram para chamar ao palco as Bobbysocks.
Todos os artistas foram aplaudidos de forma entusiástica pelos espetadores mas os três artistas que fecharam o espetáculo tiveram ovação de pé antes e depois de actuarem. Johnny Logan provou mais uma vez que é o Mr Eurovision, tendo um feito um medley com “Why me” e os dois temas com que venceu o certame. Loreen teve a apresentação mais elaborada da noite, com vários bailarinos e adereços à sua volta. Conchita Wurst utilizou o habitual pódio a la diva para culminar o espetáculo.
No seu conjunto a seleção de artistas, que nunca será consensual, e a forma como se apresentaram em palco resultam. É um bom espetáculo de televisão mas o jubileu de diamante do Festival da Eurovisão merecia mais e melhor. A BBC não conseguiu mostrar em pleno a mestria acumulada de décadas a produzir galas e programas de envergadura. O palco tem uma estrutura básica, o trabalho dos apresentadores é standard, a preparação das canções foi muitas vezes lenta e houve vídeos que não arrancaram no momento certo. Falhas de produção que não se coadunam com eventos deste calibre.
A montante nota-se que a UER não quis investir nesta celebração. Não teve honras de ser exibido em direto para a Europa, não foi anunciado com pompa e circunstância e não esteve ao nível de qualidade da Eurovisão. É estranho ver esta atitude, o certame tem agora mais popularidade e audiência do que quando fez 50 anos. Os responsáveis poderiam ter capitalizado esta vaga de sucesso mas decidiram-se por festejar…em diferido.
De Portugal, um cheirinho da participação das Doce na Eurovisão 1982, emitido ainda na 1.ª parte do programa.
A transmissão pelas televisões será feita a partir de sexta-feira, na BBC. A RTP1 transmite o programa a 26 de abril.
Por: Luís Florindo, em Londres.
O evento apelidado de “Greatest Hits” teve como palco uma estrutura de LED com cerca de 14 metros de altura, uma banda de 16 músicos e um corpo de baile com 20 elementos. Os 14 intérpretes convidados cobriram um período temporal de 1973 a 2014. Antes de cada atuação foram mostradas montagens com algumas das canções do ano em causa.
A abrir esteve Emmelie de Forest que trouxe uma apresentação de “Only teardrops” com bailarinos seminus a tocar tambores e a flauta a ser tocada por uma mulher. Seguiu-se Anne Marie David, a representante mais antiga, que interpretou primorosamente “Tu te reconnaîtras”. Os suecos Herreys animaram com o clássico “Diggy-loo Diggi-ley”, pisando o palco com os icónicos sapatos dourados.
Chegou a vez de Dana International cantar “Diva” tal como já o tinha feito no espetáculo “Congratulations”, em 2004. Os primeiros vencedores da década de 2000, os Olsen Brothers interpretaram “Fly on the wings of love”. Os elementos do coro acompanharam o duo numa ponte que unia as duas extremidades do palco. O grupo Brotherhood of Man atuou em casa e colocou todos a entoar “Save all your kisses for me”. Esta canção é a representante do Reino Unido que mais vendeu na história do país.
Rosa López, ou Rosa de España, como é conhecida pelos fãs, apresentou representantes espanholas dos anos 60 e sua “Europe’s living a celebration”. A festa passou também pelos Riverdance que se lançaram para a ribalta depois de animar o intervalo da Eurovisão, em 1994. Desta feita sem Michael Flatley, o coreógrafo e bailarino criador do conceito.
Nicole, vencedora em 1982, fez o apelo de “Ein bisschen frieden” em Alemão, Inglês e Italiano, fazendo lembrar as inúmeras versões que foram feitas deste tema. Os finlandeses Lordi trouxeram os fatos extravagantes que os destacaram, em 2006, mas sem tanto fogo de artíficio como no palco de Atenas. Natasha St-Pier mostrou o seu talento com uma versão bilingue de “Je n’ai que mon âme”.
O anúncio do cantor da Rússia, Dima Bilan, foi alvo de apupos prolongados devido à atitude do país face aos direitos humanos. Graham Norton a pediu ao público para serem “simpáticos” e apoiarem todos os participantes por igual. Os apresentadores lembraram a torrente de nul points da Noruega, que serviram para chamar ao palco as Bobbysocks.
Todos os artistas foram aplaudidos de forma entusiástica pelos espetadores mas os três artistas que fecharam o espetáculo tiveram ovação de pé antes e depois de actuarem. Johnny Logan provou mais uma vez que é o Mr Eurovision, tendo um feito um medley com “Why me” e os dois temas com que venceu o certame. Loreen teve a apresentação mais elaborada da noite, com vários bailarinos e adereços à sua volta. Conchita Wurst utilizou o habitual pódio a la diva para culminar o espetáculo.
No seu conjunto a seleção de artistas, que nunca será consensual, e a forma como se apresentaram em palco resultam. É um bom espetáculo de televisão mas o jubileu de diamante do Festival da Eurovisão merecia mais e melhor. A BBC não conseguiu mostrar em pleno a mestria acumulada de décadas a produzir galas e programas de envergadura. O palco tem uma estrutura básica, o trabalho dos apresentadores é standard, a preparação das canções foi muitas vezes lenta e houve vídeos que não arrancaram no momento certo. Falhas de produção que não se coadunam com eventos deste calibre.
A montante nota-se que a UER não quis investir nesta celebração. Não teve honras de ser exibido em direto para a Europa, não foi anunciado com pompa e circunstância e não esteve ao nível de qualidade da Eurovisão. É estranho ver esta atitude, o certame tem agora mais popularidade e audiência do que quando fez 50 anos. Os responsáveis poderiam ter capitalizado esta vaga de sucesso mas decidiram-se por festejar…em diferido.
De Portugal, um cheirinho da participação das Doce na Eurovisão 1982, emitido ainda na 1.ª parte do programa.
A transmissão pelas televisões será feita a partir de sexta-feira, na BBC. A RTP1 transmite o programa a 26 de abril.
Por: Luís Florindo, em Londres.
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Fonte e Imagem: ESCPortugal
Adorei o artigo e fiquei curioso em ver o show
ResponderEliminarObrigadaaaaa (h)
ResponderEliminarObrigado! O Luís Florindo está de parabéns. Uma excelente cobertura deste excelente comentador. Merci, cher Louis.
ResponderEliminarMuito boa a reportagem ,com vertente critica sobre o evento e a maneira como foi organizado. Logo a partida o naipe de artistas deixava antever algo de bastante limitado a nivel da globalidade do ESC. Um elenco muito nordico e um certo desleixo numa representatividade regional/cultural equilibrada.
ResponderEliminardaqui a 10 anos manda uma proposta à EBU com a lista dos cantantes, se achas que escolhias melhor
Eliminar23:01,Poderia faze-lo,mas seria algo de "melhor" do meu ponto de vista.Isto para salvaguardar o conceito de"melhor/pior".Tiraria uns tantos desta lista e poria nos seus lugares por ex. Zeljko Joksimovic,Sertab Erener,Vicky Leandros,Sandra Reemer,Chiara.Proposta a EBU?So se me pagassem!
EliminarBasicamente, Portugal foi (quase) ignorado! LOL Só houve um "cheirinho"...
ResponderEliminarmuito bom artigo! estou curioso por ver o espetáculo!
ResponderEliminarsó um pequeno reparo. O espetáculo dos 50 anos foi em 2005 e não em 2004 :)
Otimo relato. Tambem nao entendo o pouco investinento da EBU nesta espetaculo. Sera que tiveram pouco apoio das televisões?
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=NR8q1l6Cpko
ResponderEliminarpodem ver aqui